Modelos exigem que Victoria’s Secret se posicione contra casos de assédio
A notícia vem acompanhada de outras polêmicas que envolvem o nome da marca
A Victoria’s Secret se envolveu em uma nova polêmica nesta semana. Um grupo de mais de 100 modelos, muitas delas que já desfilaram para a marca, assinaram um petição para exigir que a grife se posicione contra casos recentes de assédio sexual, estupro e até tráfico de modelos e aspirantes à profissão envolvendo seus executivos e colaboradores.
A carta aberta foi escrita pela Model Alliance, uma ONG que trabalha por melhores políticas na indústria da moda, e direcionada ao CEO da marca, John Mehas. Recentemente, crimes graves foram associados à pessoas que tinham algum tipo de conexão com a grife. Um dos mais recentes foi do empresário Jeffrey Epstein, que aliciava meninas dizendo que era um recrutador da Victoria’s Secret. Apesar de não trabalhar na marca, o homem tinha uma relação próxima com os dirigentes do grupo L Brands, dono da grife.
Tops como Doutzen Kroes e Milla Jovovich, o movimento Time’s Up e outros nomes importantes da indústria da moda também assinaram o pedido. Os participantes ainda cobram que a Victoria’s Secret faça parte do programa RESPECT, da Model Alliance, que exige que a empresa siga um código de conduta que envolve treinamento contra assédio sexual, além de criar um ambiente aberto para denúncias e investigações de casos do tipo.
“Nas últimas semanas, nós soubemos de numerosas alegações de assédio sexual, estupro e tráfico de modelos. Enquanto essas denúncias podem não estar diretamente ligadas à Victoria’s Secret, é claro que a sua companhia tem um papel crucial em resolver essa situação. De manchetes sobre Jeffrey Epstein, amigo próximo do CEO da L Brands, Leslie Wexner, a acusações de má conduta de fotógrafos como Timur Emek, David Bellemere e Greg Kadel, é preocupante que esses homens tenham usado sua relação de trabalho com a grife para abusar e ludibriar de garotas vulneráveis”, diz parte da carta.
O movimento pede que a Victoria’s Secret use a sua importância e plataforma para combater os problemas da indústria e proteger aqueles que sonham em trabalhar com eles. “Todos os dias, marcas, editoras e agências criam as normas do que é aceitável ou não na moda. Se a Victoria’s Secret tivesse uma atitude contra esses abusos e se comprometesse a fazer mudanças significativas se juntando ao programa RESPECT, isso ajudaria muito a criar um novo caminho para o nosso setor”, finaliza a petição.
Apesar das críticas, modelos como Sara Sampaio e a brasileira Lais Ribeiro defenderam a grife. Ambas disseram em comentários nas redes sociais que a marca sempre teve atitudes corretas e que muitas das denúncias envolvem pessoas que faziam pequenos trabalhos e que não são mais contratadas pela Victoria’s Secret.
Essa notícia vem acompanhada de uma série de outras polêmicas envolvendo a marca. No início do ano, Ed Razek, o então diretor de marketing da grife (o empresário renunciou há poucos dias), havia feito comentários preconceituosos sobre modelos plus size e transsexuais. Em março, eles anunciaram que o icônico desfile não seria transmitido pela televisão. E, recentemente, uma angel disse durante uma entrevista que o Victoria’s Secret Fashion Show deste ano havia sido cancelado.