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Turnê Renaissance reforça o afrofuturismo na carreira brilhante de Beyoncé

Toda a estética do show, looks, cenários e músicas evidenciam o movimento afrofuturista e isso é incrível

Por Roberta Gurriti 10 jun 2023, 12h12

Em 2020, Beyoncé lançou um álbum visual na plataforma de streaming Disney+, chamado “Black Is King”. Um álbum cheio de ancestralidade e conceitos do afrofuturismo que só ressalta o quanto a artista faz questão de representar o que acredita nas suas produções. E muito dessa estética que ela vem trazendo de uns anos para cá tem impactado visualmente os novos trabalhos de sua carreira – o álbum Renaissance é a prova disso. A nova turnê inteira dela é a prova disso. Com o seu próprio universo, Beyoncé classifica essa nova era como “singularidade sônica” e de uma “liberdade futura”. No palco, ela renasce. 

Afrofuturismo, para quem ainda não está muito familiarizado com o conceito, é a ideia de um futuro tecnológico a partir da perspectiva da cultura negra. O movimento surgiu na década de 1950, pautado pelo filósofo cósmico, músico e poeta Sun Ra. Ele, junto de sua banda, criou vários instrumentos musicais que pudessem fazer barulhos e ruídos que imitassem ou chegassem mais perto do que ele achava ser “os sons do futuro”. Sua missão era salvar o povo preto do racismo praticado na Terra e levá-los para outro planeta.

Beyoncé faz 3h de performance com looks icônicos da estética disco-futurista do álbum adaptados para um show de estádio. E, nesses looks, a tecnologia inesperada pega o público de surpresa quando seu casaco muda de cor ao ser exposto à luz UV.

Durante as apresentações, é importante se atentar aos detalhes das coreografias, dos interludes e principalmente dos construções robóticas e tecnológicas durante o show. No movimento, muito se fala sobre os “sons do futuro” que Sun Ra produzia e em muitos momentos do show, sons cósmicos e robóticos são introduzidos. Deixando ainda mais claro o quanto o Afrofuturismo e a Renaissance World Tour, são como um só corpo.

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STOCKHOLM, SWEDEN - MAY 10: (Editorial Use Only) (Exclusive Coverage) Beyoncé performs onstage during the opening night of the “RENAISSANCE WORLD TOUR” at Friends Arena on May 10, 2023 in Stockholm, Sweden. (Photo by Kevin Mazur/Getty Images for Parkwood)
Kevin Mazur/Getty Images for Parkwood/Getty Images

Penso muito sobre como Beyoncé não precisa afirmar o conceito do movimento na sua carreira e/ou vida quando ela já é uma mulher negra, no topo do mundo, com trabalhos que evidenciam a ancestralidade negra e como o futuro pode ser na sua visão. Sinto que ela coloca em prática nos seus trabalhos tudo que Sun Ra, o pai do afrofuturismo, pensa sobre o real significado do movimento. Ela é revolucionária, a sua existência é revolucionária, e quanto mais rápido nos tocarmos que ela é o próprio movimento vivo, perceberemos como o afrofuturismo faz sentido e é real.

E você? Já está ansiose para a possível chegada da tour aqui no Brasil?

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