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Conheça canais do YouTube dedicados a expandir a onda coreana no Brasil

Um recorte sobre quem transformou sua paixão pela cultura coreana em conteúdo para os brasileiros

Por Gustavo Balducci Atualizado em 1 out 2019, 13h15 - Publicado em 1 out 2019, 12h00

Você já sabe que a Hallyu, conhecida por aqui como Onda Coreana, vem varrendo o ocidente com seus conteúdos de entretenimento. Enquanto nossos astros do K-pop brilham sob os holofotes e charts do mundo todo, a dança, o cinema, o idioma e a gastronomia coreana também recebem espaço por aqui. Em um cenário fértil para K-dramas ou para a K-beauty, o que não faltam são criadores apaixonados pela cultura do país asiático produzindo conteúdos de qualidade e responsabilidade. Se você quer se aprofundar e conhecer de vez todos os detalhes sobre a Coreia do Sul, conheça quais são os principais canais e veículos para se aventurar – nós já avisamos, é um caminho sem volta.

PONTA AÉREA BRASIL – COREIA DO SUL

Se você consome conteúdos de K-pop, provavelmente conhece a Thaís Midori. A youtuber de 24 anos mora em São Paulo, mas nos últimos anos viu sua vida mudar após o intercâmbio para Seul durante a faculdade de Arquitetura e Urbanismo, em 2016. Apaixonada desde sempre pela música e pelas novelas produzidas na Ásia, Thaís aprendeu muito com a oportunidade de viver no país e escolheu compartilhar parte dessa jornada com os brasileiros em seu canal – que já atingiu mais de 1 milhão de inscritos. “Antes de ir, você tem uma visão sobre o lugar, mas quando chega lá, consegue sentir como ele é de verdade e isso ganha força na hora de criar os conteúdos. A Coreia do Sul é um país muito rápido, cheio de mudanças o tempo todo, então a minha opinião também foi mudando desde a primeira visita”, disse à CAPRICHO.

Na conversa, ela relembrou seu primeiro convite para gravar com um grupo idol. “Quando o canal estava crescendo, fui convidada para fazer a minha primeira entrevista com o grupo KARD – fique nervosa, mas foi incrível. Outro momento especial foi gravar com os meninos do BLANC7, que são uns fofos”, contou.

Sempre buscando novas percepções, Midori continua visitando o país todos os anos e reforça: “A Coreia não é apenas K-pop ou K-dramas, e ter um canal é importante para mostrar às pessoas que as partes histórica, social e cultural desse povo também são muito ricas”. Além dela, outros dois colegas são inspiração para quem busca embarcar num intercâmbio: Thaís Genaro e Iago Aleixo, que também transformaram seu amor pelo país em trabalho e hoje são guias para turmas de estudantes brasileiros.

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MÚSICA

Já quando o assunto é música, os destaques ficam para o canal do Felipe Caires, dedicado a comentar e enaltecer os grupos femininos, Namekusei Vai Explodir!, um espaço cheio de análises e grande defensor dos grupos com pouca divulgação, e a escritora e podcaster Babi Dewet, que após sua passagem pelo programa Ponto K-pop da Play TV, segue com as atividades no K-papo e também no seu canal do YouTube.

Além dos que já citamos, outros veículos dedicados à expandir a Hallyu pelo Brasil ganharam força nos últimos anos, como a produtora K.Ö. Entertainment. Encabeçada por Lucas Jötten desde 2012, a K.Ö. é responsável por produzir inúmeros festivais e competições de dança no país. Em paralelo, o KoreaIN, nasceu como trabalho de faculdade para Naira Nunes e se tornou uma grande rede no YouTube de informações e entrevistas exclusivas. Ao lado de Carol Akioka, que é diretora e assessora de imprensa, Naira já viajou para o outro lado do planeta e pode cobrir eventos como a Seoul Fashion Week e o festival Dream Concert, realizado em Pyeongchang, o mesmo local onde aconteceram as Jogos Olímpicos de Inverno de 2018. “O diretor do Dream Concert nos levou até o backstage para apresentar o local, a produção, como trabalhavam as equipes e como aquele festival gigantesco funcionava. Tivemos a oportunidade de ver grandes artistas pelos corredores, como EXO-CBX, B.A.P, VIXX, WANNA ONE, SunMi e muitos outros. Nunca vou me esquecer”, disse Carol. Entre as entrevistas mais emocionantes até o momento para o canal, grupos como IMFACT e NOIRque completa a nossa agenda de shows de K-pop em dezembro – ganharam o coração das brasileiras. “Nosso objetivo agora é aproveitar essa ampliação na produção de conteúdos sobre K-pop para atingirmos mais pessoas e trazê-las para a nossa comunidade”, arrematou Naira.

K-DANCE

Caindo na dança, o dançarino e coreógrafo Lucas Olly encontrou no K-dance uma das suas grandes paixões, que o levou a seguir com passos sincronizados até o YouTube. Para ele, o canal funciona como uma ótima plataforma de divulgação do seu trabalho, incluindo ainda o incentivo para novos entusiastas. Compartilhando dicas e coreografias, sua excelência com o ritmo chamou atenção da Big Hit quando o grupo BTS passou (e lotou) dois dias de shows no estádio Allianz Parque, em maio deste ano. Lucas foi integrante do corpo de dançarinos que subiu ao palco junto com o septo poderoso do K-pop. Para ele, o show passou, mas a ficha ainda não caiu. “Foi um prazer enorme poder conciliar a minha vivência na dança e expressá-la no palco ao lado do BTS, que é um dos maiores nomes da música pop atual. Foi fantástico ver tudo o que acontece nos bastidores, quantas horas nos dedicamos aos ensaios e quantas pessoas estão envolvidas para fazer um espetáculo daquele nível acontecer”. Resultado de anos de muita dedicação, atualmente Lucas Olly potencializa a cena junto com outros professores, que lotam salas de aula das principais escolas de dança pelo Brasil.

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O reflexo da K-dance está em todos os lugares e serve como incentivo para dezenas de grupos cover. Exemplo desse fenômeno é o B2 Dance Group, um coletivo de amigos que celebram o K-pop exibindo todo o seu talento para quem atravessa a Avenida Paulista aos domingos, na capital paulista. A rua serve de pano de fundo para os principais vídeos do canal, tendo alguns que já ultrapassaram um milhão de views. Entre as faixas mais comentadas, hits como FANCY do grupo TWICE, e Boy With Luv, do BTS, dão movimento e inspiram outros jovens a dançar.

K-DRAMAS E APRENDENDO O IDIOMA

Se na dança você já ativou o sininho de notificação, o espaço para os K-dramas fica por conta de Manu Gerino, que desde 2016 está à frente do canal Coreanismo. As séries emocionantes que invadiram as principais plataformas de streaming são prato cheio para os reviews que Manu realiza em seu canal. Agora, se aprender o idioma pode parecer complicado para você, a professora Aileen consegue explicar de forma didática todos os principais insights e usos da língua no canal Aprendendo Coreano, já com 262 mil inscritos. Bora se inscrever?

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EXPERIÊNCIA IN LOCO

Ser residente na Coreia do Sul também abriu portas para quem sempre quis contar histórias e vivenciar ao máximo a cultura local. Além de aumentar a sua base de conteúdos, quem já se estabeleceu no país tem a oportunidade de estar inserido na sociedade, criar laços afetivos com os moradores e aprender grande parte dessa cultura tão rica e milenar. Estudantes como Gustavo Kawashita, que mantém o seu canal cheio de vídeos de dança e vlogs pessoais, e Angélica Moreno, que mostra sua rotina de beleza e os dilemas de viver em outro país, são bons exemplos de conteúdos produzidos por brasileiros que fizeram da Coreia sua casa por determinado período.

Também é o caso das amigas Amanda Gomes e Marcella Song, que decidiram gravar suas experiências no país após o intercâmbio. “Na época, a gente contava nossas experiências através de um blog, mas tínhamos o desejo de alcançar outras pessoas e apresentar a elas um pouco do que aprendemos (e continuamos a aprender) sobre a Coreia do Sul, um lugar que a gente tanto ama”, comentaram. Juntas, elas criaram o canal Oh My Friend!, no qual revelam curiosidades e as principais diferenças culturais entre as nações. Será que a balada coreana é igual a balada do Brasil?

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Assim como Midori, Amanda e Marcella contaram que sua percepção sobre a Coreia do Sul mudou desde que as duas se estabeleceram por lá. “Antes de vir morar aqui, conhecíamos a Coreia através do K-Pop e dos K-Dramas, como todo bom fã. Esses são meios maravilhosos de entrar em contato com a cultura daqui, mas quando você passa a viver de vez, percebe que a palavra cultura é realmente muito mais ampla por aqui. Ela vai desde os pequenos hábitos do dia-a-dia, passa pelo entretenimento, que ajuda a internacionalizar o país, e vai até os costumes mais tradicionais que estão cravados na população desde os períodos antigos”, disse a dupla, que completa: “Como todo país, viver na Coreia do Sul possui lados positivos e negativos, e hoje passamos a enxergar e compreender tudo isso melhor”.

Buscando trilhar um caminho ainda maior, as youtubers entendem que educar e conscientizar os brasileiros sobre respeitar uma cultura totalmente diferente da nossa é um dos principais motores do Oh My Friend!. “Até pouco tempo não havia tantas informações sobre a Coreia do Sul no YouTube. Nós adoramos conversar com os seguidores sobre as experiências reais que temos aqui para mostrar o quão diversificada essa cultura é, mesmo que estejam assistindo de tão longe. Muitas pessoas têm o sonho de vir para cá e ter essas informações previamente ajuda bastante. Esse é um dos maiores objetivos do nosso trabalho”, concluíram.

A VISÃO DOS COREANOS

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Contudo, é importante o olhar e a aprovação de quem pertence a toda essa cultura, não é mesmo? Em 2019, as relações diplomáticas entre Brasil e Coreia do Sul celebram 60 anos de história. As raízes coreanas se fixaram por aqui através dos milhares de imigrantes e são a fonte de inspiração para o canal Jovem Han. Por trás da tela, o designer Victor Han, de 28 anos, produz vlogs de viagem e mostra sua relação com a cultura, seus familiares e amigos sul-coreanos. “Me sinto feliz por ver que a Hallyu despertou a curiosidade e o interesse dos brasileiros pela cultura coreana. Anos atrás, seria quase loucura dizer que músicas cantadas em um idioma completamente distinto do nosso estariam tocando nas playlists de todo mundo”, disse.

Victor, além de aprender a se relacionar melhor com a sua própria cultura através dos vlogs, ainda encara o seu dever como descendente de sul-coreanos de alertar aos jovens brasileiros sobre os prós e contras que a Coreia do Sul, assim como qualquer outro país, enfrenta. “Busco ao máximo compartilhar as minhas experiências de vida lidando com as tradições coreanas para entregar um conteúdo sincero e assim conscientizar os meus seguidores”, concluiu.

O laço entre os países também rendeu um romance para a sul-coreana que atende como Helena e o brasileiro Carlos Gorito, que já vive na capital Seul há 10 anos e dedica sua estadia na Coreia colaborando em projetos para TV, jornais e revistas, além de palestrar em eventos, sempre trazendo uma perspectiva sobre a cultura brasileira. Segundo Helena, a aproximação com Carlos aconteceu durante um desses eventos e, desde então, o relacionamento também serve de inspiração para o seu canal, chamado Coreaníssima. “Nossa relação é muito importante. O Carlos participou de vários programas na TV coreana, o que serve de inspiração para os conteúdos do meu canal. Como sou coreana, mas falo em português para o público brasileiro, temos que adaptar essas histórias e explicar uma cultura totalmente diferente, de um jeito que ainda fique interessante de assistir. A experiência do Carlos me ajudou muito na hora de produzir os vídeos”, contou a YouTuber.

Helena, que já visitou o Brasil antes mesmo de criar o canal, conta que a plataforma também funciona como aprendizado para praticar o idioma português. “No começo era um projeto bem pessoal, mas depois que o canal cresceu, comecei a entender melhor as duas culturas e vi que as pessoas ainda tinham dificuldades, seja no Brasil ou na Coreia – e tudo isso me motivou a abordar temas sobre as diferenças culturais e as curiosidades”, explicou. “Brasil e Coreia são países distantes cultural e geograficamente. Essa distância dificulta o entendimento mútuo e muitas vezes acaba gerando mal entendidos. O desafio é grande e, por isso, tento abordar essas diferenças expressando as minhas opiniões pessoais, mas sempre me preocupando com a qualidade do conteúdo final. Tento usar fontes confiáveis, dados oficiais e referências adequadas para enriquecer e sustentar minhas ideias. Tudo com um toque de humor, claro”, finalizou.

Com mais de 600 mil inscritos, Helena afirma que o Coreaníssima – que começou focado em K-pop e K-dramas, mas com o tempo passou a abordar outros temas da Hallyu de forma indireta –, se tornou uma janela para o Brasil, sempre aberta, conectando os dois lugares e trazendo felicidade para a sua vida. “Existe a diplomacia oficial entre países, que é feita por meio do governo, mas existe também a diplomacia feita por pessoas normais como nós. Espero que o meu canal se torne um desses bons exemplos”.

No exterior, também é fácil encontrar milhares de canais focados em explorar esse mesmo universo. Separamos algumas dicas para você encontrar mais conteúdo pelo YouTube:

Korean Englishman:

The World of Dave:

Asian Boss:

oi82:

Opção não falta para quem adora o país asiático, e a gente agradece! Fora todos os canais e creators que listamos, a CAPRICHO também produz diversos conteúdos e entrevistas exclusivas com os astros do K-pop no YouTube, então não deixe de seguir o nosso canal para ficar sempre antenada em tudo o que rola na onda coreana!

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