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Uma em cada quatro mulheres brasileiras foi violentada durante a pandemia

As principais vítimas são as jovens negras e separadas; apesar do isolamento, o número de casos de assédio sexual não diminuiu

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 30 out 2024, 17h29 - Publicado em 15 jun 2021, 11h16
Ao centro, modelo usa cropped azul de manga comprida. Ela está com uma das mãos na cintura, sorrindo. De um lado, a frase
Marisa/Divulgação

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, divulgada na última semana e encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, constatou que uma em cada quatro brasileiras com mais de 16 anos sofreram alguma violência durante a pandemia. Comparando os dados com os dos últimos levantamentos, foi percebido um aumento do número de agressões dentro de casa, de 42% para 48,8%. 

De acordo com o levantamento, cerca de 17 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência no último ano. A que mais apareceu foi a verbal, que representou 18,6%. Em segundo, aparecem agressões físicas com tapas, socos e chutes sofridas por 6,3% das brasileiras, o correspondente a 4,3 milhões de mulheres.

Mulher ruiva com a mão levantada em frente ao rosto, fazendo sinal de
kolderal/Getty Images

A pesquisa ouviu 2.079 mulheres com mais de 16 anos, em 130 municípios brasileiros, entre 10 e 14 de maio, e as respostas são referentes aos últimos 12 meses. De acordo com os dados, as principais vítimas são jovens, negras e separadas. Em relação a violência por idade, 35% das mulheres que sofrem violência estão entre 16 a 24 anos, e 28,6% entre 25 a 34 anos. Analisando os dados de violência por cor, o estudo contatou que 28,3% das vítimas eram negras e 35% separada ou divorciada. As mulheres que sofreram violência doméstica também foram as que mais perderam renda ou ficaram desempregadas durante a pandemia, um fator que coloca essas vítimas em uma situação ainda mais vulnerável.

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Também houve um aumento de casos de violência vinda de outras pessoas da família, como pai, mãe, irmãos ou filhos. “A gente está falando de pessoas da família, que caracterizam esse fenômeno que não é uma violência doméstica como a gente tende a pensar no sentido de ser uma violência só do companheiro. Mas é uma violência intrafamiliar, que está acontecendo ali no seio da família”, disse Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, para o G1.

Apesar das medidas de isolamento impostas em razão da pandemia, o número de casos de assédio sexual não caiu: pelo contrário, cresceu 0,8%, impactando 37,9% das mulheres. Entre os relatos estão principalmente comentários desrespeitosos na rua, cantadas e comentários desrespeitosos ambiente de trabalho e assédio físico no transporte público.

Para relatar um caso de violência doméstica, ligue 180, Central de Atendimento à Mulher, e faça uma denúncia anônima. O canal funciona 24 horas, incluindo finais de semana e feriados. Também é possível denunciar  por e-mail (ligue180@mdh.gov.br) e pelo aplicativo Proteja Brasil.

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