Saiba como funcionará o plano de vacinação brasileiro contra o coronavírus

O plano preliminar de vacinação contra a COVID-19 terá quatro fases e está previsto para começar em março; saiba detalhes sobre ele!

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 23h10 - Publicado em 2 dez 2020, 10h46
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CAPRICHO/Sestini/Reprodução

O Ministério da Saúde liberou nesta quarta-feira, 02, um edital explicando como funcionará o plano preliminar de vacinação contra o novo coronavírus no Brasil, que terá quarto fases. O estimado é que 109,5 milhões de brasileiros sejam imunizados com duas doses da possível vacina – assim que uma das candidatas receber a aprovação da Anvisa. Vale lembrar que, no dia 19 de novembro, 120 mil doses na Coronavac chegaram ao Brasil, a mando do governador de São Paulo, João Dória. Na última terça-feira, 1º, equipes do Instituto Butantan e do governo de SP iniciaram uma inspeção na fábrica que produziu a droga na China. “É importante destacar que o plano que está sendo discutido ainda é preliminar e sua validação final vai depender da disponibilidade, licenciamento dos imunizantes e situação epidemiológica“, foi informado na pasta.

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Utensílios prontos para começar a vacinação contra o coronavírus na Alemanha Andreas Rentz/Getty Images

Quando a vacinação deve começar no Brasil?

De acordo com o edital divulgado pelo Ministério da Saúde, o plano preliminar de imunização deve começar em março.

Como será a divisão por fases?

O plano preliminar de vacinação no Brasil terá quatro fases. Na primeira, os imunizados serão trabalhadores da saúde, idosos a partir de 75 anos, idosos a partir de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência (como casas de repouso) e indígenas. Na segunda, os vacinados serão as pessoas de 60 a 74 anos. Na terceira, pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares), independentemente da idade. Na quarta e última fase, professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a parcela da população privada de liberdade (presos).

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Já tem data certa?

Não, detalhes como datas de aplicação não foram divulgados, pois tudo depende da evolução das vacinas e da aprovação da Anvisa.

E quem não for desses quatro primeiros grupos, quando vai pode se vacinar?

Ainda não há previsão para uma campanha de vacinação em massa, que imunize todos os brasileiros, não apenas aqueles que se enquadram nos grupos das quatro fases iniciais. Entretanto, o Ministério da Saúde garante que, imunizando esses grupos de risco, a curva de transmissão da COVID-19 no Brasil já vai cair drasticamente.

Essa vacinação preliminar será obrigatória?

A lei 6.259, de 1975, que instituiu o Programa Nacional de Imunizações, ressalta a obrigatoriedade da vacinação no Brasil. Contudo, na prática, ela já não é respeitada. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro se posicionou novamente sobre o assunto em outubro e disse que Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, falou que a vacinação não será obrigatória “e ponto final”. Para muitos especialistas, também não há necessidade de uma obrigatoriedade, já que as campanhas de imunização no Brasil são sempre um sucesso. “Com todo o impacto que as pessoas estão vendo dessa doença no mundo inteiro e também o quanto ela restringiu a vida, duvido que uma pessoa vai se recusar a tomar uma vacina. É muito egoísmo”, pontuou a médica infectologista Lessandra Michelin, em entrevista ao UOL.

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As primeiras doses da Coronavac chegando no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images

O Ministério da Saúde ainda explicou no edital que está no “processo de compra de 300 milhões de seringas e agulhas no mercado nacional para a aplicação das doses, e outras 40 milhões no mercado internacional”. Também nesta quarta-feira, 02, o Reino Unido foi o primeiro país ocidental a aprovar uma vacina contra a COVID-19. Foi ela a droga da Pfizer em parceria com a alemã BioNTech. A ideia do governo britânico é que a campanha de vacinação já comece na próxima semana, quando as primeiros 800 mil doses da vacina chegarão no país. A Amanha também deve começar em breve uma vacinação preliminar em profissionais da saúde.

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