Professor de História usa roupa da Ku Klux Klan na escola e gera revolta
Pessoas próximas a ele garantem que a ideia era fazer um "trabalho de denúncia de racismo"
Acaba de vir à tona um caso que aconteceu no dia 8 de dezembro, durante a Semana Temática e da Olimpíada da Escola Estadual Amaral Wagner, em Santo André, no ABC paulista. Na ocasião, professores e alunos do 3ª ano puderem ir para a o colégio fantasiados, para participarem do desfile comemorativo. Eis que um professor decidiu ir vestido como um membro da Ku Klux Klan.
Obviamente, ele recebeu vaias quando surgiu na quadra e as imagens por alguns estudantes gravadas viralizaram nas redes sociais. Ele foi obrigado a tirar a fantasia e prestou pronto esclarecimento à diretoria. O docente foi afastado do cargo pela Secretaria da Educação, pelo menos, até o fim da apuração preliminar. O professor reconheceu o erro e pediu desculpa.
A Ku Klux Klan é uma organização terrorista que foi criada nos EUA por ex-soldados que lutaram na Guerra Civil Americana. O único propósito era perseguir e eliminar afro-americanos, defensores dos direitos humanos e pessoas que, na visão dos terroristas, defendiam os negros. Eles incendiavam casas, promoviam enforcamentos e espancamentos, perseguiam, torturavam e matavam pessoas pautados na ideologia da supremacia racial. Nos anos 20, a KKK chegou a ter mais de 4 milhões de membros. A organização existe até hoje, bastante enfraquecida, é verdade, mas ainda existe.
+: “Fantasias” que não são (mais) admissíveis serem usadas
Nas redes, a revolta ao caso corre solta – e com razão:
2021 e um professor se vestiu de Ku Klux Klan em uma escola pública aqui de SP e nada aconteceu.
Enquanto isso uma professora foi afastada por ter usado o livro da Conceição Evaristo, autora negra e referência e outra ameaçada por atividade com questão LGBTQIA+
— Tati Nefertari (@TatiNefertari) December 21, 2021
INACEITÁVEL! 🚫
O nosso estado não pode permitir que um professor de escola pública vá fantasiado com roupa do grupo supremacista Ku Klux Klan para a escola! O caso ocorreu na E.E Amaral Vagner.
Perdemos muito enquanto sociedade! 😓 pic.twitter.com/s65UbOSH2E
— Wesley da Dialogue (@wesleydialogue) December 20, 2021
Só nesta segunda-feira:
1 – Alunos em colégio cristão: “saudades de quando preto era escravo”, “nem sabia que preto estudava”.
2 – Professor de história vai vestido de Ku Klux Klan.“E parece que liberaram o preconceito
Pelo menos antigamente esses c* era discreto”, Djonga— William Sena (@W1LL14M_53N4) December 21, 2021
E o cara com roupa alusiva à Ku Klux Klan, em uma escola, é Professor de História.
Que merda…
— Abdala Farah Netto (@abdalafarah) December 21, 2021
Algumas pessoas nas redes, que afirmam conhecer o tal professor, garantem que ele abomina o racismo e que, na realidade, estava fazendo um “trabalho de denúncia”. “Como é muito comum em nossos tempos, o professor está sofrendo um linchamento virtual pesado, já teve seus dados pessoais publicados por aí, recebeu ameaças nada virtuais de movimentos antirracistas e teve que fugir de casa com a esposa. Ele está hospedado na casa de um colega e já foi afastado do emprego. Ele está arrasado com tudo isto e eu gostaria de pedir aos amigos aqui da TL que, pelo menos, não dessem continuidade ao linchamento; se possível, que procurem esclarecer caso vejam alguém dando corda a esta violência. Se acharem que é o caso, compartilhem esta mensagem com quem quiserem”, escreveu o homem abaixo, que é casado com a sobrinha do historiador.