Pantanal vive pior seca dos últimos 50 anos; fogo está próximo do recorde
Desde 1985, o Pantanal perdeu 74% da superfície de água que tinha
Faz um ano que o Pantanal enfrentou a mais preocupante queimada de sua história: o bioma registrou uma perda de 26%. Neste ano, as queimadas tiveram uma queda, mas o fogo já consumiu pelo menos 261,8 mil hectares do Pantanal [no ano passado, o total registrado foi de 265 mil hectares].
Além disso, a região sofre a pior seca dos últimos 50 anos. Ou seja, se não forem contidos, os focos de incêndio podem acabar se alastrando com muita intensidade, vide tempo e vento secos. De acordo com levantamento exclusivo feito pela reportagem do Yahoo! Notícias, foi em 1971 que os fluviais pantaneiros haviam atingido o menor nível: -0,57m. No momento, o nível está em -0,40m, segundo Marinha na região de Corumbá.
Para complementar esses dados, é importante salientar um estudo realizado pelo MapBiomas Água, que mostra que, de 1985 a 2020, o Pantanal perdeu 74% da superfície de água que tinha. A partir de 1991, a seca foi ficando cada vez mais intensa.
A situação drástica atinge todo o Brasil e todos os biomas: desde os anos 90, a Amazônia teve perda de 13% de água, a caatinga de 15% e a Mata Atlântica de 4,6%. As causas apontadas podem ser muitas, mas todas surgem do avanço industrial, que chega para suprir a necessidade dos seres humanos e da tecnologia. A evolução, neste caso, ignorantemente, não caminha ao lado do meio ambiente.
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Os cenários de seca e queimadas são resultados das mudanças climáticas e contribuem com elas, transformando tudo num ciclo vicioso que está cada vez mais longe de ser revertido. “O Brasil está secando. É impressionante!”, relatou a Folha de S.Paulo o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo. O Brasil é o 5ª maior país do mundo em extensão territorial e o 1º com a maior reserva hidrológica deste planeta chamado Terra, constituído 70% por água – resta saber até quando e o quanto dela continuará a ser potável.