Moïse Mugenyi: O que sabemos sobre o assassinato de jovem congolês no Rio

O imigrante de 24 anos, que morava no Brasil desde 2014, foi agredido por cerca de 15 minutos e morto no RJ após cobrar salário atrasado

Por Bruna Nunes Atualizado em 30 out 2024, 16h24 - Publicado em 1 fev 2022, 17h52

O assassinato do jovem Moïse Mugenyi Kabagambe, um jovem congolês de 24 anos, chocou o Brasil. Na noite do dia 24 de janeiro, ao cobrar o salário atrasado, ele foi amarrado e espancado até a morte. O crime aconteceu no Rio de Janeiro, no quiosque em que Moïse trabalhava, localizado na Praia da Barra. Testemunhas afirmam que “a vítima gritava, pedindo para não o matarem”. A família do rapaz busca por justiça. 

Foto do Moïse mugenyi kabagambe, na rua. Ele está com uma calça preta, uma camiseta preta com estampas brancas. Está de pé com os braços levantados. Ele é um jovem negro.
Facebook/Reprodução

O caso veio à tona na terça-feira (25). Segundo relatos, o imigrante morava no Brasil desde 2014 e trabalhava no quiosque, em um regime de pagamento por diárias trabalhadas. O jovem teria ido cobrar dois dias de pagamento atrasado quando foi atacado.

Segundo o G1, a polícia está acompanhando o caso: testemunhas foram ouvidas e imagens da câmera de segurança estão sendo analisadas. Segundo Yannick Iluanga, primo da vítima, as imagens mostram cinco homens agridem Moïse. 

Em seu relato, o familiar ainda diz que o local continuou funcionando normalmente. “Eles foram embora e ficou só o gerente do quiosque. E ele [Moïse] deitado no chão, como se nada tivesse acontecido. Trabalhando, atendendo cliente… E o corpo lá”, contou Yannick em entrevista ao G1.

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Moïse foi enterrado neste domingo (30), com música e dança, honrando as tradições africanas, mas também em meio a protestos vindos dos familiares, que só ficaram sabendo da morte 12h depois de ela ter ocorrido.

“Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é vergonha. Morreu no Brasil. Quero justiça” relatou a mãe do jovem. A comunidade congolesa do Rio de Janeiro também se posicionou: “Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade brasileira, mas claramente demonstra a xenofobia dentro das suas formas, contra os estrangeiros”.

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As investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), do Rio de Janeiro. Em nota, a Polícia Civil afirma que “diligências estão em curso para identificar os autores”. Nesta terça-feira (1), um dos agressores se apresentou à polícia.  Em entrevista ao SBT, ele afirma que Moïse tentou agredir um senhor e que não haviam pagamentos atrasados.

“Ninguém devia nada a ele. Foi um fato que, no impulso, a gente agiu. A gente viu ele com a cadeira na mão e foi tentar ajudar o senhor”. Além de destacar que não queria tirar a vida de ninguém, o suposto agressor conta que tentou se apresentar duas vezes, mas a Policia não aceitou. O dono do quiosque também seria ouvido pela polícia nesta terça-feira.

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Nas redes sociais, a hashtag #JusticaParaMoise chegou aos trending toppics do Twitter. Nela, pessoas lamentam a morte de Moïse e pedem por justiça.

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