Faz 100 anos que as sufragistas conquistaram o direito ao voto!

Em 6 de fevereiro de 1918, após muitas lutas, mulheres britânicas finalmente conseguiram votar nas eleições. Data está sendo celebrada com festa!

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 11h14 - Publicado em 6 fev 2018, 15h38

O Movimento Sufragista é uma marco histórico para todas as mulheres e, nesta terça-feira, 6, comemora-se algo incrível: os 100 anos do direito de voto feminino no Reino Unido! Se o sufrágio ainda não é algo que você entende muito claramente, mesmo que existam filmes e livros sobre o assunto, fica tranquila, porque estamos aqui para ajudar. Por isso, papel e caneta na mão para anotar essa receita as principais informações dessa luta inglesa que impactou em todo o mundo.

Antes de tudo, você precisa entender o que significa cada uma dessas palavrinhas “difíceis”, que não estão muito presentes em nosso vocabulário. A palavra sufrágio nada mais é que o direito ao voto que todos os cidadãos têm (ou deveriam ter). Ou seja, todos devem ter a mesma oportunidade de participar da vida eleitoral, classificando o sufrágio como universal, direto e secreto. O movimento sufragista, então, foi um movimento social liderado por mulheres de países diferentes que queriam ter a oportunidade de exercer o sufrágio (direito ao voto), anteriormente concedido apenas aos homens. Por fim, as mulheres que estavam lutando por essa reforma ficaram conhecidas como sufragistas.

Agora, sim, vamos aos fatos práticos da história. Até 1918, no Reino Unido, apenas homens que estivessem vivendo há, pelo menos, 12 meses em algum país do Estado Soberano podiam votar nas eleições. As mulheres deviam se dedicar exclusivamente ao serviço doméstico. As poucas que já vinham trabalhando em fábricas e tendo uma vida fora de casa eram consideradas exceções à regra – e, cá entre nós, não eram vista com bons olhos. É aí que nomes como o de Alice Hawkins entram na jogada!

Aos 13 anos, a inglesa começou a trabalhar em uma fábrica de sapatos e, desde então, foi percebendo a diferença de tratamento dado às mulheres e aos homens, tanto em casa, quanto no ambiente de trabalho e nas ruas. Ela participou de alguns movimentos sociais que reivindicavam melhores salários para as mulheres, mas foi só quando entrou para o movimento sufragista que ganhou destaque na luta feminina. A ativista tornou-se um grande nome entre as sufragistas do Reino Unido, tendo participado de diversas manifestações e lutado ativamente para que as mulheres pudessem votar.

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Reprodução/Reprodução

Foi em 1918, após protestos femininos e debates entre homens do Estado, que uma reforma eleitoral aconteceu: em 6 de fevereiro, o direito ao voto foi concedido para mulheres com mais de 30 anos. Ainda era algo restrito, mas o primeiro passo havia sido dado! Dez anos depois, em 1928, veio o sufrágio universal, quando, finalmente, o direito foi estendido às demais mulheres. Após anos e anos de lutas protagonizadas pelo Movimento Feminista Britânico, que começaram lá em 1908, com manifestações no Hyde Park, as sufragistas mudaram a história de tantas outras mulheres ao redor do mundo.

Nesta terça-feira, 6, faz 100 anos desde aquele fatídico 6 de fevereiro de 1918. Para celebrar a data, foi inaugurada uma estátua de Alice Hawkins em uma praça próxima ao Leicester Market, que fica na cidade de Leicester, próxima à Londres. Tendo conhecimento apenas desses fatos isolados da luta sufragista, parece que foi tudo muito fácil. Mas não se deixe enganar! Muitas mulheres do Movimento Feminista Britânico foram perseguidas, presas e torturadas – assim como tantas outras feministas ao redor do mundo, do passado e do presente. Estima-se que, na época, mais de mil mulheres tenham sido detidas pela polícia por lutarem por seus direitos.

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As conquistas das sufragistas segue rendendo frutos. Se antes as feministas eram tratadas como “selvagens”, “bruxas” e “arruaceiras”, hoje elas estão sendo lembradas como heroínas, inclusive por chefes de Estado. Também nesta terça-feira, retratos enormes de importantes sufragistas estão sendo exibidos na Trafalgar Square, no centro de Londres. Em poucos meses, na Primavera, uma estátua da ativista Millicent Fawcett será inaugurada no Palácio de Westminster e dividirá território com outros nomes de destaque mundial, como Winston Churchill e Gandhi. 100 anos de uma conquista que inspiram mais 100 anos de luta!

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