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O feminismo de Degrassi: Next Class explica igualdade de gênero

Porque nem sempre 50% é uma divisão justa. E a série explica o porquê!

Por Isabella Otto Atualizado em 18 dez 2017, 18h51 - Publicado em 13 mar 2016, 13h00

Você já deve estar cansada de ouvir que feminismo é sobre igualdade. Aí, de vez em quando, você se depara com argumentos anti-feministas que dão um nó na sua cabeça, como: “as mulheres estão querendo engolir os homens, ter mais direitos que eles, e isso não é igualdade.”

É normal sentir dúvida e questionar algumas lutas do movimento ao se deparar com alguns argumentos do tipo. Não é vergonha nem micão. Mas nós, no papel de melhor amiga, temos que te dar um toque e dizer que nem tudo que parece injusto, é.

Para esclarecer as coisas, vamos pedir uma ajudinha básica para uma dupla maravilhosa: Maya Matlin (Olivia Scriven) e Goldi Nahir (Soma Bhatia), alunas do Degrassi, colégio que dá nome à série original Netflix. No quinto episódio da primeira temporada, intitulado #ButThatsNoneOfMyBusiness, Goldi, líder do clube feminista da escola, convida Maya, dona do hit Not Okay, que faz um alerta sobre relacionamentos abusivos, para tocar em um protesto dentro da instituição. Maya, que sonha em ser cantora, aceita o convite das meninas, que gostariam de transformar a composição girl power da colega em hino do clube.

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O problema é que Maya sente resistência por parte do namorado, que não gosta das feministas, e fica insegura quanto ao intuito da manifestação: transformar um dos cinco banheiros masculinos do colégio em um sexto banheiro feminino.

Ué!? Mas que estranho! A proporção 6 – 4, de início, parece bastante injusta e nada igualitária, né? Mas é aí que mora o “X” da questão. No episódio, Goldi explica porque nem toda proporção 50 – 50 é a mais justa. Principalmente quando tentamos equiparar biologicamente meninos e meninas.

“Me diz uma coisa: você acha que homens e mulheres no mesmo cargo têm que ganhar o mesmo salário? E acha que meninos e meninas têm que ter o mesmo acesso à educação? A escola ignora o fato de que usamos o banheiro de modo diferente. Você já esperou na fila? Os meninos, não. Com intervalos de só sete minutos, as meninas se atrasam para a aula, perdem a matéria e até pegam detenção. Você não acha que por isso as meninas têm uma educação pior?”, diz Goldi Nahir para Maya Matlin. Ao ouvir isso, Maya percebe que a história faz mesmo sentido e resolve aceitar o convite de cantar no protesto. Juntas, as meninas do clube feminista acabam conseguindo 200 assinaturas no abaixo-assinado e o apoio dos pais e responsáveis para a mudança na escola. Meninas, então, por demorarem mais para usar o banheiro, e usarem de forma diferente dos meninos, ficaram com um a mais. Desse jeito, ninguém mais espera na fila, perde aula por isso e se prejudica depois.

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É importante ressaltar que a igualdade no feminismo nem sempre ser 50 -50 não significa que somos menos capazes que os homens. Não, não, não. É que em algumas situações, nós, garotas, não podemos nos comparar a pessoas do sexo masculino por questões biológicas. Por isso, contra-argumentos como “se elas querem igualdade, por que roubar um dos banheiros dos meninos?” não funcionam. Na busca pela igualdade de direitos, nem sempre chegaremos a um resultado meio a meio. E isso pode te confundir, pode te fazer questionar as feministas e te fazer quase acreditar que esses argumentos contra têm fundamento. Mas, acredite, no fim, todos saem ganhando!

Deu para entender a sutileza da questão? Assista ao vídeo Por que você precisa do feminismo? para entender mais sobre o assunto:

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