Caso Henry Borel: Dr. Jairinho e Monique, mãe da criança, são presos

O casal foi preso na manhã desta quinta-feira (8/4), por, segundo a polícia, ter tentado atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas do crime

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 30 out 2024, 17h46 - Publicado em 8 abr 2021, 15h11

Na manhã desta quinta-feira (8/4), o vereador Jairo Souza Santos Jr., conhecido como Dr. Jairinho, e Monique Medeiros foram presos temporariamente por, segundo a polícia, atrapalharem as investigações da morte de Henry Borel e ameaçar testemunhas. Henry, de 4 anos, chegou no dia 8 de março sem vida e com vários hematomas pelo corpo em um hospital do Rio de Janeiro. De acordo com  o laudo médico, a morte da criança foi provocada por “hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente (violenta)”.

Dr. Jairinho aparece à esquerda, ao lado de Monique Medeiros
Dr. Jairinho aparece à esquerda, ao lado de Monique Medeiros TV Record/Reprodução

Dr. Jairinho e Monique, mãe do menino, disseram para as autoridades que encontraram Henry desacordado no quarto em que dormia por volta das 3h30 da manhã e que acreditavam que o garoto teria sofrido algum acidente. Entretanto, os laudos da necropsia mostram que essa possibilidade é improvável.

Apesar do inquérito não ter sido concluído, a polícia afirmou que o vereador é o principal suspeito de ter assassinado a criança. A investigação descobriu que Dr. Jairinho, que namora a mãe de Henry desde 2020, tentou impedir que o corpo do menino fosse encaminhado para o Instituto Médico Legal. 

Outros comportamentos também chamaram a atenção das autoridades, que acreditam que a mulher sabia das agressões contra o filho. Após a morte do garoto, o casal apagou conversas e podem ter trocado de aparelhos celulares. Mas a polícia providenciou um software israelense e já conseguiu recuperar várias mensagens e, entre elas, uma conversa entre Monique e Thayná, babá do menino, que alertava sobre as violências sofridas em 12 de fevereiro.

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro acredita que Dr. Jairinho teria feito uma sessão de tortura contra o garoto semanas antes de sua morte, no dia 12. Segundo investigadores da 16ª DP, o homem se trancou no quarto do apartamento com ele. “A babá relata que o Henry contou a ela que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma rasteira e o chutou. Ficou bastante claro que houve lesão ali. A própria babá fala que o Henry estava mancando”, disse o delegado delegado Henrique Damasceno ao G1. No dia do enterro da criança, após a cerimônia, Monique seguiu para o salão de beleza onde passou algumas horas.

Henry Borel, de 4 anos, com rosto desfocado
Henry Borel, de 4 anos, com rosto desfocado TV Record/Reprodução

“Esta infeliz matou meu filho. Meu filhinho deve ter sofrido muito”, comentou o engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry, para o repórter Carlos Lennoy, da TV Globo. Ele postou uma homenagem ao menino nesta madrugada, dia em que sua morte completa um mês. “30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último final de semana juntos. Deixar você bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente. Desculpa o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais”, escreveu na publicação. 

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Outras denúncias também indicam que Dr. Jairinho tem um histórico violento. O vereador já teria espancado filhos de outras ex-namoradas. A filha de uma dessas mulheres, hoje com 13 anos, foi ouvida pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente do Rio de Janeiro e relatou que as agressões eram recorrentes. De acordo com a garota, ela sofreu as violências quando tinha 4 anos.Ela disse lembrar que ele a afundava na piscina. Também relatou que ele subia na barriga dela, enquanto ela estava deitada, e torcia o braço e a perna dela”, contou a mãe ao Fantástico. Ela também revelou que a menina sempre tentava evitar estar perto de Jairo. Segundo a investigação da polícia, Henry também não gostava de ir ao apartamento em que morava com o padrasto e a mãe. Na noite em que morreu, chegou a passar mal e chorar enquanto voltava para o local.

Existe ainda outra denúncia contra Jairinho. A ex-mulher do vereador, Ana Carolina, registrou um boletim de ocorrência contra ele em 2013, mas depois retirou a acusação. Na época, a mulher afirmou “que, por diversas vezes, foi agredida por ele e que, certa vez, Jairo tentou enforcá-la”, conforme informações da polícia. 

Jairo e Monique, que estão presos temporariamente por 30 dias, devem responder por homicídio duplamente qualificado.

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