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Blog da Galera: Como é receber um diagnóstico de depressão na adolescêcia

Isabella Vieira, da Galera CH, foi diagnosticada com depressão e conta sua trajetória com a doença até aqui

Por Da Redação Atualizado em 17 set 2018, 13h12 - Publicado em 14 set 2018, 13h52

Oi, gente! Aqui é a Isabella Vieira e eu tenho depressão. No início de 2017, fui diagnosticada com a doença e, por coincidência ou não, foi quando esse assunto começou a vir mais à tona, principalmente entre o público jovem, muito por causa de 13 Reasons Why.

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iStock/Reprodução

Por mais que as doenças psicológicas fossem muito comentadas, na hora em que me perguntavam o porquê de eu frequentar uma psiquiatra, não nego que suava frio e respondia com um sorriso amarelo e envergonhado: eu tenho depressão. E a cara de espanto era sempre a mesma. O assunto, que não deveria ser um tabu, ainda chocava meus amigos.

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“Nossa, sério? Nunca conseguiria imaginar uma pessoa tão alto astral como você com depressão” e “Você está tão feliz, nem parece que tem” são os comentários que mais escuto. Foi aí que eu comecei a entender o cotidiano de uma pessoa depressiva, que a depressão ainda não é levada a sério e que o desgaste emocional de ter que se autoconvencer de que não é frescura pode paradoxalmente se tornar um grande gatilho no nosso dia a dia.

“Tem depressão, mas não perde uma festa”, “tem depressão, mas é o palhaço da turma” e “tem depressão, mas é rico” são outras fases bastante comuns que tornam necessárias a reafirmação de que depressão é, sim, uma doença nociva. Depressão não é sobre uma vida de tristeza, preto e branco. É sobre não sentir nada, não ver cor nenhuma, ser apático. Não ser feliz nem triste. Não ser nada. Existir sem existência. Presenciar sem esperar o futuro. Um profundo estado de “não sei”. Não querer estar estando. Precisar de ajuda para ser feliz. Precisar de ajuda para dormir. Precisar de ajuda para ser. É viver numa eterna angústia por precisar de ajuda e que pedir por ela é o grito mais libertador que pode sair da gente.

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A parte mais difícil quando descobri que tinha a doença foi saber lidar com a reação das pessoas próximas. Mesmo sendo a “doença do século”, ainda tem muitos estereótipos em cima dela, o que dificulta a compreensão de mim mesma e das pessoas a minha volta. Realmente é um momento de muita vulnerabilidade para o paciente. Então, se você convive com alguém diagnosticado com depressão, seja o mais empático possível. Mostre para a pessoa sua real importância, que ela não está sozinha nessa luta. Eu só consegui me ver como uma pessoa forte com a ajuda e admiração das minhas amigas, que sempre tentam me mostrar um lado de mim mesma que, muitas vezes, eu não consigo enxergar por conta da situação.

Reprodução/Reprodução

É muito difícil traduzir as sensações dessa força psicológica, por isso fazer terapia é indispensável. Demorei muito para falar sobre esse assunto e dar meu depoimento abertamente, pelo fato de ser um assunto tão delicado, mas precisamos falar sobre isso. Depressão mata. Depressão corrói por dentro.

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Você não está sozinha. Busque ajuda.

Beijos,
@vieiraisabellaa

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