Comportamento

Adolescentes com depressão são mais propensos a usar vape

Pesquisa realizada com mais de cinco mil adolescentes na Austrália revela relação preocupante entre saúde mental e cigarros eletrônicos

Por Mavi Faria Atualizado em 29 out 2024, 15h16 - Publicado em 6 out 2024, 13h00

Ilustração de vários mãos segurando modelos diferentes de vapes — Alina Beketova/Getty Images

relação entre o uso de cigarros eletrônicos por adolescentes e uma saúde mental danificada começou a ser comprovada com uma pesquisa publicada no último mês pelo periódico Australian and New Zealand Journal of Psychiatry. Com o estudo foi possível relacionar relatos de depressão severa e a tendência de adolescentes ao uso de vapes.

Na pesquisa, realizada entre 2022 e 2023, 5.157 estudantes de 40 escolas diferentes da Austrália foram entrevistados, e os pesquisadores puderam descobrir que os adolescentes com sintomas críticos de depressão eram os mais propensos a experimentar os cigarros eletrônicos, em comparação com aqueles que não relataram sintomas parecidos.

Sintomas referentes à ansiedade não demonstraram relação com o uso ou não de cigarros eletrônicos, já quanto ao sentimento de bem-estar, sim. Segundo a pesquisa, entre os adolescentes que relataram baixo bem-estar, o uso de cigarros eletrônicos foi 105% maior entre quem indicou bem-estar.

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Outro sintoma que teve a relação direta com o uso de vapes entre adolescentes foi o estresse. Entre os alunos que declararam alto nível de estresse, o uso de cigarros eletrônicos foi 64% maior em relação a quem relatou baixo nível de estresse. Já entre os que afirmaram sofrer com níveis médios de estresse, o uso dos cigarros eletrônicos foi 74% maior.

Independente dos sintomas indicados, de todos os estudantes entrevistados para a pesquisa – 5.157 -, 8,3% afirmaram já terem usado algum tipo de cigarro eletrônico ao menos uma vez

A descoberta que mais preocupa os pesquisadores é a dominância do uso de cigarros eletrônicos entre os adolescentes que indicavam problemas de saúde mental. Entretanto, a esperança é de que, com estes dados e possíveis novas pesquisas, seja possível unir esforços para campanhas que relacionem a saúde mental aos cigarros eletrônicos de forma mais assertiva.