Sociedade

Como tirar o glitter do corpo sem causar tantos danos ao meio ambiente?

Então é Carnaval e o que você fez?! Entrou direto no banho ao chegar em casa da festa e deixou a purpurinha escorrer pelo ralo... Tsc, tsc!

Por Isabella Otto Atualizado em 19 fev 2023, 08h35 - Publicado em 19 fev 2023, 08h32

Muitos potes de glitter espalhados sobre uma pia branca — – Galkos/Getty Images

Noite dos Mascarados, com Nara Leão e Gilberto Gil, é uma das minhas músicas favoritas de Carnaval!

Brilho, brilho, muito brilho! Tem coisa melhor do que mergulhar em um pote de glitter para curtir o Carnaval? E é evidente que seria incrível se todo mundo colocasse a mão na consciência e comprasse apenas purpurinas biodegradáveis, que são menos nocivas para o meio ambiente. Contudo, a gente sabe que nem sempre é possível, por uma série de razões. Sem contar que não podemos ser hipócritas ao ponto de achar que geral vai deixar de usar glitter convencional só por causa da natureza. “Welcome to the real world. It sucks. You’re gonna love it”, como diria a Monica Geller, de Friends.

Pensando nisso, resolvi escrever este texto para a coluna, para te contar a maneira mais indicada de você tirar o glitter do corpo ao chegar em casa depois de curtir a folia. É mais fácil entrar no banho, esfregar tudo e deixar o brilho escorrer pelo ralo? É. Mas esta é a pior atitude que você pode tomar.

A razão? Pense que o ralo da sua casa é o início e o oceano é o fim. E os brilhos convencionais vendidos nos mercados são microplásticos, que demoram anos e anos para se decompor na natureza, além de serem extremamente prejudiciais para os animais marinhos, que acabam ingerindo essas minúsculas esferas. E se você comer peixe ou gostar de dar um “tchibum”, eventualmente também pode ingerir.

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Não é brincadeira! Para você ter uma ideia, um estudo realizado por cientistas da Universidade Livre de Amsterdã concluiu que o ser humano consome 5 gramas de pequenas partículas de plástico (MNPs) toda semana, através da ingestação ou da respiração.

Antes de entrar no banho ou lavar o rosto na pia, a melhor coisa que você pode fazer pelo meio ambiente é tentar tirar o máximo de glitter possível usando papel higiênico ou algodão. O mesmo vale para strass e outros adesivos colantes, tá?

Ralo do banheiro com tinta colorida ao redor — – MauleDesignCo/Getty Images

Você pode até contar com a ajuda de demaquilantes para facilitar o processo e ajudar na aderência. Depois disso, descarte os itens usados no lixo comum. No caso de strass autocolantes, se der para reaproveitá-los uma próxima vez, vale a economia.

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Ah! E um adendo: se você for curtir o Carnaval perto da natureza (na praia, no campo ou em cidades litorâneas), nada de mergulhar em mares e rios “glitterizado(a)”, tá? Esta é uma das atitudes mais sacanas que você pode ter com Gaia – mesmo que a purpurina seja biodegradável.

Acha exagero? Pois saiba que, segundo um estudo feito pela PUC-Rio, a Baía de Guanabara tem uma das maiores concentrações de microplástico do mundo. São 7,1 partes por metro cúbico. E o “errejota” feeeerve durante o Carnaval!

São pequenas grandes atitudes que você pode tomar e dormir com a consciência mais limpa. Afinal, já basta a ressaca moral que essas festas podem nos proporcionar, né?! (risos nervosos)