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7 necessidades da nossa juventude que precisamos cobrar das autoridades

Montamos uma lista com sete pontos essenciais para o nosso futuro. Vem junto, que a gente tem muito trabalho para fazer!

Por Marcela de Mingo, especial para a Capricho 26 abr 2023, 06h00
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s últimos quatro anos não foram lá muito fáceis, né? Tivemos a pandemia (que, por sinal, ainda não acabou), crise econômica e ambiental e um cenário político com uma eleição complexa.

Mas, vamos combinar, parece que algumas coisas estão começando a mudar. Ainda assim, a gente bem sabe que temos um caminho longo a seguir e, mesmo com muita novidade se consolidando por aí, nós precisamos aproveitar esse momento para trazer ainda mais transformação para o nosso dia a dia. 

 

Se o parágrafo acima pareceu muito utópico e incompreensível para você, vamos com calma. Nós vamos explicar direitinho do que estamos falando: mudanças políticas, econômicas e sociais que vão garantir o futuro que a gente deseja para nós e para o mundo. 

Afinal, vamos combinar: a juventude de hoje é o futuro do amanhã. Esse é um baita clichê, mas também é uma verdade, já que, a medida que envelhecemos e entramos para o mercado do trabalho, deixando para trás a nossa adolescência, o nosso papel social aumenta muito. 

A juventude de hoje é o futuro do amanhã. Esse é um baita clichê, mas também é uma verdade

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Mas esse aumento… está sendo justo? Igualitário? Positivo? Então, é por isso que listamos essas necessidades que nós já temos hoje e que precisamos cobrar das autoridades. Política é coisa de jovem, sim, e estamos aqui para mostrar o nosso poder de transformação, certo? Bora lá: 

1. Mercado de trabalho

A inteligência artificial e as novas tecnologias tão chegando com tudo na nossa realidade, mas o que isso significa para o mercado de trabalho? Já estamos vendo mudanças relacionadas a isso acontecerem: segundo o site Layoffs.fyi, que está computado a quantidade de demissões no mercado de tecnologia, só em 2023 mais de 174 mil pessoas foram demitidas.

Dizem as empresas que isso não tem relação só com a inteligência artificial, mas também com um crescimento desenfreado durante a pandemia que deixou de ser sustentável além da resseção global. Pode até ser, mas em um mundo capitalista, em que a meta é o lucro e a diminuição dos custos, fica difícil pensar que IA não tem relação com isso, né? 

Então, como fica o mercado de trabalho? Quais serão as profissões do futuro? E, mais do que isso, quais seguranças o futuro trabalhador brasileiro (ou seja, a gente!) vai ter para atuar e, principalmente, pagar as próprias contas? 

2. Educação com visão de futuro

Falando em mercado de trabalho, é impossível pensar sobre o assunto sem pensar também em educação. O mundo está mudando muito rápido, mas você sabia que o sistema estudantil ainda segue o mesmo padrão da Revolução Industrial?

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Nesse evento histórico, que começou em 1760, a escola entrava como uma forma de tirar os filhos de casa enquanto os pais iam para as indústrias trabalhar, e o objetivo da educação era, simplesmente, preparar essas crianças para trabalharem nas indústrias no futuro. Era uma forma de alimentar um ciclo de produção que, naquela época, fazia sentido. 

Será que esse sistema continua fazendo sentido agora? Em tempos de internet, inteligência artificial, vídeos educativos e TikTok, em que a gente pode aprender qualquer coisa a qualquer hora, a escola como a conhecemos hoje continua fazendo sentido? E será que ela está preparada para o futuro e pronta para capacitar os jovens de hoje para esse futuro tão incerto? Mais perguntas que precisamos responder com a ajuda das autoridades.   

3. Educação financeira, sim

Entre educação e mercado de trabalho, tem um fantasma que vive pairando sobre a nossa cabeça: o dinheiro. Vivemos em um mundo com pessoas que tem demais, outras que tem de menos, e quem consegue pagar as contas em dia é visto como altamente privilegiado (e, no Brasil de hoje, isso ainda é um privilégio, sim). Aprender sobre dinheiro, como administrar os próprios recursos e o valor do dinheiro e até do trabalho (que trocamos por dinheiro) é essencial e é algo que tem que acontecer agora. 

Não dá para esperar a gente crescer para aprender sobre o assunto, nem que esse tópico seja tabu nas escolas e em casa. Afinal, quanto antes a gente aprender sobre isso, melhor para a gente. E mais: esse aprendizado tem que ser generalizado e acessível para todos. Senão, a roda dos mais ricos nunca vai parar de girar. 

4. Aposentadoria???? Bom dia?????

As interrogações são mais do que necessárias aqui, porque todo mundo meio que já sabe que a nossa aposentadoria simplesmente não vai acontecer. Basicamente, funciona assim: as pessoas que trabalham formalmente (ou seja, são CLT) pagam a aposentadoria dos idosos de hoje. Em um exemplo extrapolado, se você já trabalha com certeza está pagando o salário da aposentadoria da sua avó. 

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Porém, a piramide populacional do Brasil está mudando. Isso significa que, até 2060, teremos mais pessoas com idade de 50 anos do que com idades menores do que essa, segundo o Atlas das Juventudes. Isso significa que teremos, também, menos gente no mercado de trabalho e menos contribuições para a aposentadoria. Entendeu porque é vital que a gente aprenda sobre educação financeira desde já? 

Fora isso, a economia brasileira depende do sistema de previdência para funcionar, e já se sabe também que o país corre o risco de quebrar se esse sistema acabar. É por isso que se fala tanto em reforma de previdência. O buraco é bem mais embaixo do que pensamos, mas se não lidarmos com ele agora… A coisa vai ficar feia lá para frente, e somos nós que vamos pagar essa conta (literalmente). 

5. Segurança tem que ser prioridade, sim

Desde o início da pandemia, com o aumento da pobreza e da desigualdade, os índices de insegurança também aumentaram. Só em dezembro do ano passado, a cidade de São Paulo registrou uma alta de 2% no número de roubos e furtos generalizados (ou seja, com ameaça de violência): foram mais de 143 mil casos registrados. Atenção para o “registrados”, porque sabemos que tem muita subnotificação por aí também. E isso só em São Paulo, hein?

Se formos para um lado mais subjetivo da balança, no ano passado a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que mais de 60 milhões de pessoas estavam vivendo com insegurança alimentar em casa. Isso significa que 30% da nossa população não tem certeza se vai ter comida no prato ou não durante o dia. 

E isso sem contar os casos de violência contra a população LGBTQ+ e o aumento dos casos de violência, crimes de ódio, como os recentes ataques às escolas. Longe da gente querer causar pânico e aumentar o medo que sentimos no dia a dia, mas concorda que isso também precisa mudar para ontem? 

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6. Desigualdade social

Ok, já sabemos que a desigualdade social cresceu no Brasil nos últimos anos, mas sabia que esse aumento é ainda maior entre os jovens? O índice Gini, a medida mais popular de desigualmente, tem crescido nos últimos tempos: o aumento é de 3,8% entre os jovens contra 2,7% no conjunto da população. 

O índice varia entre 0, que representa a perfeita igualdade e 1, a perfeita inequidade. No último trimestre de 2019, ele chegou a 0,7 para os jovens até 29 anos, e 0,68 para adultos até 60 anos. 

7. Meio ambiente

Vamos continuar batendo na tecla do meio-ambiente, sim. Isso porque é impossível pensar em futuro sem pensar nele. O descuido com as florestas no mundo inteiro, mas com especial destaque para a Floresta Amazônica, aqui no Brasil, está gerando mudanças climáticas que vão interferir em elementos básicos do nosso dia a dia, como comida e eletricidade. E tenha certeza, as populações mais pobres vão sofrer com os efeitos da catástrofe climática primeiro. 

Tá, mas como a gente muda, Capricho? 

Simples: já comentamos mais de uma vez o nosso poder enquanto eleitores, certo? Então, se você participou das últimas eleições, ou se está se preparando para participara das próximas, pode acompanhar de perto o que os políticos estão fazendo e cobrar – sim, cobrar! – medidas que de fato resolvam essas questões. 

Para quem não sabe por onde começar, o melhor caminho é encontrar uma pauta com a qual você se identifique (as listadas acima podem ser uma delas!), e se inserir nesse universo para entender o que está sendo feito e onde a gente pode melhorar. 

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A partir daí, é um trabalho de formiguinha: tanto de cobrar os políticos diretamente, quanto se envolver com movimentos relacionados. O mais importante é lembrar que questões coletivas precisam ser solucionadas no âmbito coletivo (ou seja, pelo governo!), mas nós podemos fazer a nossa pequena parte – e isso é muito grande.

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