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7 dicas para você usar as redes sociais com consciência em 2022

É ano de eleição. Ser cética e acompanhar quem entende do assunto é fundamental.

Por Marcela de Mingo, para a Capricho Atualizado em 30 out 2024, 16h03 - Publicado em 27 abr 2022, 06h00
A gente adora influenciadores, mas uma coisa é fato: não necessariamente essas pessoas entendem tudo sobre um assunto.
A gente adora influenciadores, mas uma coisa é fato: não necessariamente essas pessoas entendem tudo sobre um assunto. Getty Images/Getty Images

Talvez você não se lembre muito bem, mas em 2018, a internet e as fake news tiveram um papel muito importante nas eleições presidenciais – e não de uma forma positiva, mas no sentido de influenciar muitos eleitores e gerar uma polaridade política (a famosa divisão “esquerda” e “direita”) muito maior do que antes. 

Em 2022 não será muito diferente. Há previsões de que o uso das redes sociais até outubro deste ano, quando acontece o pleito, será intenso e pode influenciar o rumo da corrida eleitoral. Um exemplo aconteceu, inclusive, nesta semana: alguns perfis de políticos bolsonaristas registraram crescimento acima da média nesta terça-feira (26), um dia após o anúncio da compra da plataforma pelo bilionário Elon Musk.

Ok. Mas porque isso importa? A maneira como os políticos e candidatos usam as redes sociais para disseminar informações importa – e muito. Porque é nelas que a gente passa boa parte dos nossos dias, onde a gente se informa sobre o mundo, acompanha os acontecimentos globais e até locais, do nosso entorno. E ficar refém de informações que não são confiáveis é muito mais fácil do que parece e este engajamento pode eleger alguém, como já te explicamos.

Como a gente faz, então? Calma, que existe solução. A Capricho conversou com Isabela Rahal, diretora de articulação política da organização Elas no Poder e Luã Cruz, pesquisador do programa de direitos digitais do Instituto Brasileiro do Direito do Consumidor (IDEC), que deram dicas importantes para fugir das fake news e começar um envolvimento político saudável nas redes sociais (e fora delas também). Vem com a gente:

1. Se for engajar, que seja com razão

Isabela explicou como muitos conteúdos políticos são recheados de emoção, certo? Então, da próxima vez que você se deparar com um post ou comentário cheio de exclamações e jargões emotivos (como “canalhas!”), pense duas vezes antes de deixar o seu like e comentário. Respire fundo, conte até 10 e veja se vale mesmo a pena participar dessa discussão, lembrando que quanto mais engajamento, mais chances desse conteúdo ter ainda mais alcance e gerar ainda mais engajamento.

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2. Questione tudo. Tudo mesmo

Pega o exemplo do ponto acima. Antes de interagir com esse conteúdo, faça-se essa pergunta: esse post está me ensinando algo de útil ou gerando uma polêmica? Se for o segundo caso, faça como no Tinder e dê um bom “swipe left” – é bem provável que esse conteúdo só queira cliques e engajamento, sem qualquer desejo genuíno de gerar consciência política nos usuários da rede em questão.

3. Engaje do jeito certo

“Se é para engajar, tem muitas petições, por exemplo, que você pode assinar”, continua Isabela. Acompanhar as movimentações do Senado e das Câmaras dos Deputados através dos canais oficiais (como os sites), também é uma forma de engajamento, assim como participar de movimentos online que questionem as decisões desses órgãos (como tuitaços). Para isso, entra aí o nosso próximo ponto:

4. Acompanhe quem entende do assunto. Isso é fundamental.

A gente adora os influenciadores e é fato que, vira e mexe, eles trazem conteúdos bem interessantes e mastigadinhos para a gente. Mas uma coisa é fato: não necessariamente essas pessoas entendem tudo sobre um assunto. Para isso, fica a dica do Luã: “Procure um especialista influencer, alguém que estudou aquilo de verdade, se debruçou sobre aquilo por um tempo.” Existem historiadores e cientistas políticos, por exemplo, que você pode acompanhar para ter um contexto melhor e explicações precisas sobre o que estamos vivendo agora.

5. Entenda como as plataformas funcionam

Quem aí é fã do Casemiro? Pois é, a gente também. Em um vídeo recente, ele conta porque alguns dos seus vídeos foram censurados ou desmonetizados pelo YouTube. Outros influenciadores já usaram as próprias redes sociais para explicar como os algoritmos ou as mudanças nas regras interferem nos seus conteúdos e é importante a gente entender como essa dinâmica funciona para não se deixar levar pelo feed sem consciência do que está consumindo. Quer uma visão um pouco mais apocalíptica da coisa toda? Assista ao documentário O Dilema das Redes, da Netflix.

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6. Aceite: aprender pode ser chato (e leva tempo) 

Os vídeos rápidos e dinâmicos são super divertidos e a gente adora perder umas horinhas no TikTok, mas aprender sobre um assunto não é tão simples quanto ver um Reels de 60 segundos ou ler uma thread no Twitter: leva tempo e pesquisa, e nem sempre vai ser tão divertido assim. Isso, aliás, vale para tudo nessa vida. Quanto antes a gente aceitar essa realidade, melhor para a gente.

7. Transforme a sua frustração em ação

Pega uma causa que ressoa em você. É o transporte público da sua cidade que está ruim? O sistema de ensino ou os investimentos na sua escola pública? É a homofobia ou o racismo no Brasil? A questão ambiental? Olha fundo no seu coração e veja o que você sente que pode melhorar. Agora, pega essa frustração (a emoção, lembra?) e usa como catalisador de ação. Ao invés de usar as redes para reclamar do que você vê (e tá tudo bem reclamar de vez em quando), que tal usar os passos anteriores como uma escadinha para um engajamento consciente? Cobrar os nossos parlamentares, se unir a causas sociais importantes, participar de movimentos de mudança… tudo isso é possível por meio da internet. Mas exige um pouquinho de tempo e paciência da nossa parte, né?

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