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Slow fashion: o que é e como apoiar o movimento de consumo consciente

Entenda a importância desse conceito que propõe uma moda sustentável e saiba como colocá-lo em prática

Por Sofia Duarte 19 nov 2021, 12h02

Se você tem interesse em repensar seus hábitos de consumo e se preocupa com o meio ambiente e com a cadeia produtiva das roupas, provavelmente já ouviu falar em slow fashion. Mas, afinal, o que esse movimento propõe e como podemos aplicá-lo na nossa rotina e na hora das compras? Vem entender!

Gif de garota usando camiseta azul em fundo rosa olhando para cima e balançando a cabeça para os lados, com expressão pensativa
Giphy/Reprodução

O que é o slow fashion?

Esse termo foi criado por volta de 2004 pela escritora de moda Angela Murrills, que trabalhava na revista online Georgia Straigh, de Londres, e foi inspirado pela expressão slow food, que surgiu na Itália, na década de 1980, e, dentre outras coisas, propunha a desaceleração do ritmo de vida.

De um lado, temos o fast fashion, que envolve um sistema de fabricação acelerado e globalizado, sem grandes preocupações com os impactos socioambientais, com a duração do produto final e com a condição e o custo da mão de obra, aspectos que vão ao encontro do capitalismo. De outro, o slow fashion vem com o objetivo de oferecer roupas de alta qualidade, que tenham um longo ciclo de vida e que façam parte de uma produção pequena e artesanal, respeitando o meio ambiente, as matérias-primas e as pessoas responsáveis pelo processo.

Daiana Moreira, co-fundadora da marca Toda Frida, explica que prioriza tecidos com certificações, utiliza técnicas na modelagem para otimizar o encaixe na hora do corte das peças e ainda reaproveita sobras de tecidos. “Também trabalhamos com 99% da mão de obra local, no interior de Santa Catarina, gerando emprego e fomentando outros negócios da região”, completa.

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Quais são as dificuldades desse movimento?

“Mesmo com o boom no Brasil em 2020, o slow fashion ainda vai contra a corrente, gerando algumas resistências no mercado”, conta Júlia Almeida, diretora criativa da marca Florita Beachwear.

Para Daiana Moreira, além de mostrar ao público o valor e o trabalho existentes por trás de cada peça, as complicações giram em torna de treinar e contratar profissionais qualificadas. “Hoje, ser costureira na indústria da moda é algo que poucas querem, justamente por ter sido uma profissão negligenciada ao longo dos anos pela indústria do fast fashion.”

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Existem benefícios para o consumidor?

Além da importância ambiental, o slow fashion traz um significado para quem consome marcas que aplicam esse conceito. Mais do que uma roupa bonita, qual mensagem você quer transmitir com as suas escolhas de moda? Ao apoiar o slow fashion, você apoia também um pequeno empreendedor, uma etiqueta com princípios valiosos e fundamentais para a sociedade, que pensa na qualidade dos produtos, na diminuição do lixo, nos trabalhadores por trás e até mesmo na identidade das peças – que não costumam seguir tendências que visem uma venda rápida e um consumo desenfreado.

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O hábito de repensar as compras e priorizar marcas conscientes não é uma tarefa fácil, ainda mais considerando que, infelizmente, fomos acostumados com um tipo de consumo rápido e descartável durante muitos anos. Porém, com pequenas mudanças no dia a dia, seguindo perfis de marcas e pessoas que falam a respeito desse assunto, é possível introduzir, aos poucos, essa prática na sua rotina.

Gif de várias roupas coloridas sendo colocadas em uma arara, ao fundo há uma parede rosa
GIPHY/Reprodução

“Não adianta nada comprar 30 peças hoje e descartar 25 ano que vem. Essa conscientização ainda precisa ser muito trabalhada ao longo dos anos e para as próximas gerações para que realmente tenhamos mudanças com alto impacto na indústria da moda e seus trabalhadores”, afirma Daiana Moreira.

Você pode colocar esse estilo de vida em prática de diversas outras formas, como consumindo em brechós, customizando suas peças em casa e se aventurando nas técnicas de upcycling, por exemplo. Um ótimo incentivo para colocar suas habilidades manuais e sua criatividade pra jogo! Bora?

Quem colaborou nesta matéria: Daiana Moreira, co-fundadora e diretora de marketing da Toda Frida; Júlia Almeida, diretora criativa da Florita Beachwear.

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