Kaia Gerber falou sobre carreira de modelo e as mudanças que vê na moda

Em entrevista à Vogue, ela relacionou as mídias sociais a uma nova era da indústria fashion. Vem conferir!

Por Sofia Duarte Atualizado em 31 out 2024, 01h08 - Publicado em 14 nov 2019, 12h06

Kaia Gerber cresceu no mundo da moda por conta da influência de sua mãe, Cindy Crawford, modelo que fazia o maior sucesso nos anos 1990. Hoje, a garota de 18 anos está nas passarelas de grifes renomadas, é a estrela de várias semanas de moda e nos inspira bastante com seus looks cheios de tendências. Em entrevista à Vogue norte-americana, ela contou como entrou nessa indústria e também falou sobre as mudanças que vê nos bastidores da moda por conta de movimentos como o #MeToo e Time’s Up.

Looks estilosos da Kaia Gerber Getty Images/Getty Images

Kaia começou sua carreira aos 13 anos, quando entrou para uma agência e passou a fazer pequenos trabalhos. “Apesar de ser nova para começar, eu também estava em uma posição nada comum: naquele momento, modelar não era um mundo estranho para mim. Herdei da minha mãe um tipo de conhecimento que a maioria das meninas não têm. Aliás, tenho uma admiração incrível pelas jovens corajosas que entram na indústria sem esse tipo de orientação. Claro, muitas coisas só podem ser aprendidas com as primeiras experiências, mas eu me senti segura ao saber qual caminho estava prestes a escolher. Além disso, a maioria desses primeiros trabalhos incluíam membros da minha família ou pessoas que estavam longe de serem estranhas. Eu me senti segura e protegida, e isso foi o mais importante. Claro, minha idade também impôs alguns limites naturais, eu não podia viajar sem um acompanhante, por exemplo, e eu esperei para ir à passarela até que eu sentisse confiança para encarar um calendário tão intenso”, disse.

Aos 16 anos, ela fez seu primeiro desfile apresentando a coleção de primavera 2018 da Calvin Klein. “Fazer desfiles é uma sensação estranha, porque nós caminhamos todos os dias. Porém, quando você, de repente, está usando roupas de estilistas e têm mais olhos em você do que o normal, você pode perder essa habilidade natural. Eu me lembro de ver meu irmão mais velho, Presley, na primeira vila, o que me deu um estímulo extra de amor e apoio que eu precisava.”

View this post on Instagram

CALVIN KLEIN! there are no words to describe how I feel, I love you endlessly Raf!

A post shared by Kaia (@kaiagerber) on

Continua após a publicidade

A modelo explicou que, até agora, não tinha aparecido muito em revistas de moda por conta de novas regras que a Vogue e outras revistas adotaram a respeito do limite de idade das modelos – a principal é que nenhuma modelo menor de 18 anos poder estar nos editoriais. “As regras foram definidas quando a indústria da moda começou a tomar atitudes sobre questões de assédio e agressões com os movimentos #MeToo e Time’s Up. Modelos começaram a denunciar problemas desse tipo que aconteciam no mercado. E não apenas na nossa área, mas em qualquer ambiente de trabalho. Todas as pessoas merecem respeito e segurança, independente de sua posição ou cargo, então apesar dessas regras terem limitado o meu trabalho, eu não estava em conflito com elas. Elas melhoraram a indústria de vários jeitos. Parece que todos nós estamos mais protegidos e que nossas vozes estão sendo ouvidas, encorajadas e apoiadas.”

Segundo ela, outras mudanças positivas estão ocorrendo também. “Nas passarelas e nos bastidores, as pessoas estão mais atentas ao conforto das outras. A comunicação é mais aberta. Em uma indústria em que as pessoas estão constantemente tocando em você, até as pequenas coisas são importantes, como receber perguntas do tipo “Posso desabotoar sua blusa?” ou “Posso dobrar sua camisa?”. Quando as pessoas estão confortáveis e seguras, isso aparece no produto final. A melhor arte é produzida em um espaço em que todo mundo sente que tem a liberdade de ser você mesmo.”

View this post on Instagram

chanel @chanelofficial @virginieviard @aurelieduclos @amandaharlech

A post shared by Kaia (@kaiagerber) on

Continua após a publicidade

Sobre a relação de Kaia com sua mãe, Cindy Crawford, claro que a carreira de modelo deu uma oportunidade a elas de criarem novos laços – afinal, é uma profissão em comum, né? “Eu não sabia muito bem o que perguntar a ela até que eu me vi nesse mundo sobre o qual ela sabe tanto. Porém, por mais que minha mãe me passasse muito conhecimento, algumas coisas eu tive que aprender por conta própria.”

View this post on Instagram

It’s not everyday you get to take the stage with your daughter. So fun talking with @TonneGood at @VogueMagazine’s #ForcesofFashion today.

A post shared by Cindy Crawford (@cindycrawford) on

Kaia também mencionou o desfile da Versace que rolou em 2018, quando a marca reuniu sua mãe, Naomi Campbell e outras modelos que foram ícones dos anos 1990, e foi aí que ela percebeu a influência que essas mulheres ainda têm sobre a moda. “Desde o primeiro dia, as pessoas da indústria se surpreendem com a minha semelhança com a minha mãe. Conforme eu crescia, isso acontecia ainda mais, e não é algo apenas visual, é tudo, desde nossas manias às nossas vozes. Mas o maior elogio é quando alguém diz que eu sou como a minha mãe. Ela sempre foi minha heroína e minha inspiração pelo jeito que ela trata as pessoas e a forma como ela vê o mundo, e isso é algo pelo qual sou extremamente grata.”

Continua após a publicidade

View this post on Instagram

I can't even describe the feelings I had today. Thank you @Donatella_Versace for allowing us to pay tribute to Gianni and #Versace. Such a moment! 😘

A post shared by Cindy Crawford (@cindycrawford) on

Por fim, ela refletiu sobre como as mídias sociais influenciaram nas carreiras dos modelos. “A indústria é muito diferente hoje em dia. As mídias sociais mudaram como os modelos interagem com o mundo. Agora, nós temos meios para compartilhar nossa própria voz e apoiar outras pessoas que estão fazendo o mesmo. As mídias sociais também transformaram a forma como o mundo reconhece os modelos. Nós costumávamos vê-los como um tipo de fantasia que era um tanto quanto fora do mundo real. E apesar de essa magia ter diminuído agora, eu acredito que é para o melhor. Eu acho que é legal que a gente consiga ver todo mundo aparecendo como realmente é, para que uma garota jovem possa perceber que ‘Ok, eles não são daquele jeito.'”

Realmente, essa proximidade com a vida real das celebridades (e de modelos) é facilitada pelas redes sociais. E pode ser superlegal ver essa parte mais íntima da vida de pessoas que, apesar de famosas, são gente como a gente, né? Você concorda com a Kaia?

Publicidade