Você sabia que o uso do piercing é uma prática milenar que começou no Oriente Médio e, depois, chegou à Índia? Embora hoje, principalmente pela população ocidental, esse adorno seja visto como um acessório estético que vai se modificando conforme as tendências, ele carrega diversos simbolismos que remetem às tradições de culturas orientais.
Quer ficar por dentro da história do piercing? Com a ajuda de Mirella Braga, professora dos cursos de direito e serviço social no Centro Universitário de João Pessoa, separamos 9 fatos curiosos sobre ele para você conhecer!
1. Muitos estudiosos atribuem a origem do piercing enquanto ornamento nas diversas civilizações antigas em pelo menos entre 4 mil a.C. a 3 mil a.C., quando começou a ser usado por indianos e egípcios;
2. Durante a história, não há uma definição única do uso desse acessório. Ele podia servir para representar determinado povo ou território, por exemplo. Na Índia, a joia no nariz usada por mulheres é tradicionalmente associada ao casamento. Isso tem conexão com a medicina ayurvédica, que considera que existem pontos no nariz que estão ligados ao sistema reprodutivo feminino e, portanto, o furo nessa área do rosto poderia ajudar a amenizar as dores das cólicas menstruais e até do parto;
3. Na Índia, o uso do piercing no nariz também é visto como uma homenagem em respeito a Parvati, deusa do amor e do casamento;
4. Na cultura hindu, é comum que as noivas coloquem uma argola grande no nariz, conhecida como “nath”, que fica conectada à orelha por uma corrente. Lembra quando Priyanka Chopra fez isso em seu casamento com Nick Jonas?
5. Os egípcios (3 mil a.C.) e os povos mais e astecas (aproximadamente 900 a.C.) usavam o piercing com finalidades religiosas nos movimentos rituais. Para eles, a colocação de pedras preciosas no esmalte dental era sinônimo de poder, uma grande força simbólica entre os mais nobres, destacando os grupos maias e astecas;
6. Os ameríndios, povos indígenas originários dos territórios que conhecemos como América do Sul e América Central, tinham o uso do piercing como caracterização do poder, da herança, a demonstração da ancestralidade e do pertencer;
7. O piercing caiu em desuso ao longo do tempo e foi resgatado no século XX com o movimento hippie nos Estados Unidos. O item virou um dos códigos marcantes desse movimento de contracultura, que, em sua maioria, era composto por cidadãos norte-americanos de classe média entre 17 e 25 anos. Essas pessoas, que contestavam os valores conservadores que produziam, dentre outros problemas, as guerras e a violência, se apropriavam do piercing também em um contexto de noção de comunidade e de pertencimento a um grupo;
8. Nota-se que o uso do piercing foi ressignificado com o passar dos anos. Tradicionalmente, seus princípios envolviam processos de construção identitária, mas, hoje em dia, se tornou um acessório estético, menos existencial, com teor de item de consumo e da moda, especialmente na parte ocidental do mundo;
9. A prática de colocar piercing no umbigo costuma ser atribuída à época do Egito Antigo, quando era feita por membros da realeza. Muito tempo depois, nos anos 2000, o acessório nessa área do corpo virou tendência entre famosas, como Britney Spears, e marcou toda uma geração.
Gostou de saber essas curiosidades sobre a história do piercing?
Quem colaborou nesta matéria: Mirella Braga, professora dos cursos de Direito e Serviço Social do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê