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Astros do k-pop são condenados pela justiça coreana por agressão sexual

Jung Joon Young e Choi Jong Hoon estão envolvidos no escândalo sexual que chocou a Coreia no começo de 2019

Por Gustavo Balducci Atualizado em 31 out 2024, 01h04 - Publicado em 29 nov 2019, 15h12

Em março deste ano, um grande escândalo sexual envolvendo policiais, empresários e artistas sul-coreanos veio à tona e tomou proporções globais. A polêmica começou quando a rede SBS divulgou informações de que cinco indivíduos, incluindo os idols Jung Joon Young e Choi Jong Hoon, haviam estuprado, filmado e divulgado imagens de mulheres ilegalmente entre o período de 2016 a 2019.

Jung Joon Young e Choi Jong Hoon foram condenados pelo crime de agressão sexual de pessoa incapaz de resistir Han Myung-Gu/WireImage/Getty Images

Jung gravou, sem permissão, mulheres com quem manteve relações sexuais durante os últimos anos e compartilhou todo o material em um grupo privado no aplicativo de mensagem mais famoso da Coreia, o Kakao Talk. Anteriormente, ele já havia sido acusado por sua ex-namorada de filmá-la durante momentos íntimos. Na época, o caso quase não foi divulgado pela mídia e acabou sendo encerrado. Jung Joon Young era líder da banda de rock Drug Restaurant e se comprometeu a ajudar nas investigações que começaram em 14 de março. Além dele, Choi Jong Hoon, que atuava na banda FTISLAND, também revelou à justiça sua participação na sala de bate-papo. Ambos foram afastados de suas respectivas agências enquanto respondiam judicialmente sobre as acusações.

Kang Kyung-Yoon, jornalista da SBS, foi a primeira a levantar provas sobre o chat. Todas as vítimas, em sua maioria mulheres na faixas dos 20 anos, não sabiam sobre a existência dos vídeos. “Recebo e-mails de ódio de alguns fãs que ainda apoiam suas estrelas. Mas espero que eles entendam que isso é um crime sexual sério e que há vítimas”, afirmou a jornalista.

Kang disse também que entrou em contato com boa parte das mulheres assediadas e que, em 100% dos casos, o sentimento de culpa e vergonha são mais fortes do que o sentimento de obter justiça. Recentemente, a jornalista também revelou que a cantora Goo Hara, que foi encontrada sem vida em sua casa no dia 24 de novembro, na época ofereceu ajuda para descobrir o caso da sala de bate-papo envolvendo os idols masculinos. “Assim que eu relatei o caso do chatroom, Goo Hara pessoalmente me telefonou. Ela também foi vítima [de um caso semelhante], então me disse: ‘Eu tive que entrar em contato com você depois de ver o seu artigo. Não sei como posso ajudá-la, mas gostaria de fazer algo’. Ela tentou me ajudar de todas as maneiras possíveis para descobrir a verdade por trás desse caso, e no final, ela prestou muita ajuda”, disse Kang Kyung-Yoon em um programa de TV.

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Após meses de investigação, o juiz Kang Sung Soo do Tribunal do Distrito Central de Seul proferiu, nesta sexta-feira (29), o veredicto final contra os cinco indivíduos, entre eles os dois artistas. Considerados culpados, o júri condenou Jung Joon Young a um período de seis anos de prisão e Choi Jong Hoon a cinco anos de prisão pelo crime de agressão sexual de pessoa incapaz de resistir. Eles também irão cumprir 80 horas em um programa de reabilitação de violência sexual e estão restritos de assumir empregos por cinco anos em qualquer organização relacionada a crianças e adolescentes.

Com a recente onda de crimes contra a mulher, cidadãos e artistas sul-coreanos esperam que a justiça do país reforce a punição para esse tipo de crime, além da criação de leis efetivas contra o machismo e a misoginia.

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