Toda amizade é eterna mesmo que um dia ela chegue ao fim
A beleza de perceber que nada precisa ser imortal para se tonar eternizado em você. Marque aquele @ que você gostaria que lesse esse texto.
Quantos amigos você tem hoje? Mas aqueles para valer, não os “migos” e “migas” que, no fundo, são só colegas. Um? Dois? Dez? Cada pessoa tem uma relação particular com as amizades: algumas fazem novos amigos semanalmente e de maneira bastante intensa enquanto outras preservam as amizades de longa data e são mais reservadas. Mas uma coisa a gente precisa te contar. Afinal, estamos aqui para isso, né? Não dá para negar que é algo delicado e, hoje, pode ser um verdadeiro choque. Pode acontecer, inclusive, de você ficar em estado de negação, mas algumas coisas simplesmente precisam ser ditas: sua melhor amiga de hoje pode não ser sua melhor amiga de amanhã.
Não é questão de ser pessimista ou não confiar nas amizades. É uma questão de vida. Ela acontece e não existe nenhum controle remoto (foi mal, Adam Sandler!) que possa fazer a gente controlar nossa realidade. Ao longo de nossa existência, nós vamos trocar muito de melhores amigas e de amigos no geral. Muito disso se deve às diferentes fases da vida. Na infância, nós criamos laços de amizades que podem até se fortalecer para a posteridade, mas o mais comum é que muitos desses laços se desfaçam e novos sejam feitos na adolescência e na idade adulta. O ambiente também é crucial: quando saímos da escola e entramos na faculdade, por exemplo, é natural que nossas amizades mudem e que os vínculos do “terceirão”, que você achou que eram para sempre, percam força com o tempo, com a rotina… com a vida.
Em situações pontuais, pode ser especialmente triste. Você não entende por que não é mais amiga daquela pessoa que, um dia, já foi tão importante para você. Não houve uma briga, só um distanciamento. Talvez a indiferença com relação à distância seja muito pior que qualquer discussão. Talvez seja mais cômoda. As memórias, contudo, nunca se acomodam. É uma banda que te faz lembrar aquela amiga do colégio, uma foto que te faz lembrar aquele melhor amigo que começou a namorar e se distanciou de você, um livro, uma sensação, um cheiro. São marcas que, como Alvo Dumledore gosta de dizer, são eternas e não tem nada a ver com cicatrizes. São marca invisíveis que te fazem lembrar aquela pessoa para sempre. Às vezes, com mais intensidade. Outras, com menos. Às vezes, com saudade. Outras, com a certeza da superação. Lembranças da infância, da adolescência, da escola, do cursinho, da aula de dança, do inglês, da faculdade, do trabalho, do dia de ontem, daquele dia em que você nem imaginava onde estaria hoje.
É por isso que não importa o quanto você tente tomar controle da situação: amigos pode ir embora, arranjar novos parceiros, casar, mudar de país, de opinião… Antigos amigos podem ir e novos podem chegar. Mas toda amizade é eterna, porque, não importa o que aconteça, você sempre vai carregar pelo menos uma marquinha invisível feita por cada uma dessas pessoas que, um dia, já foram muito especiais na sua vida. Quantas marquinhas existem em você agora? Quantas delas são de amigos que continuam ao seu lado?
Toda amizade é eterna mesmo que um dia ela chegue ao fim.