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Profecia? O que é a nuvem de gafanhotos que pode passar pelo Brasil

A praga não está tirando o sono apenas de agricultores, mas também de pessoas que acreditam que ela é um sinal do Apocalipse. Eita!

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 30 out 2024, 23h56 - Publicado em 24 jun 2020, 15h30
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CAPRICHO/Divulgação

Durante o final de semana, um nuvem de gafanhotos chegou à Argentina, destruindo plantações de cana-de-açúcar e mandioca nas regiões de Santa Fé, Chaco e Formosa. A possibilidade dos insetos passarem pelo oeste do Rio Grande do Sul e por Santa Catarina já preocupa autoridades, pesquisadores e agricultores brasileiros.

De acordo com o monitoramento que está sendo realizado na Argentina, os insetos, que antes estavam no Paraguai e por lá destruíram plantações de milho, devem seguir para o Uruguai. Entretanto, durante o trajeto, existe a possibilidade de passarem pelo sul do Brasil.

Nuvem de gafanhotos percorre até 150 quilômetros por hora @gobdecordoba / Twitter/Reprodução

Apesar de não afetar “a saúde de pessoas ou animais, pois se alimenta apenas de material vegetal e não é vetor de nenhum tipo de doença”, de acordo com o Senasa (Serviço Nacional de Segurança e Qualidade Agroalimentar da Argentina), a espécie de gafanhotos, Schistocerca cancellata, causa prejuízos às lavouras e, consequentemente, impactos econômicos. O clima é o que basicamente vai decidir se os gafanhotos vão passar ou não pelo país, já que a previsão de chuva e frio para a região sul nos próximos dias pode afastar os insetos.

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Para entender o impacto dessa nuvem, é importante observar algumas comparações: em um espaço de 1 Km2, há mais de 40 milhões de gafanhotos, capazes de comer, em apenas um dia, o que 2 mil vacas consumiriam e o que 350 mil pessoas comeriam.

Os gafanhotos naturalmente andam em grupos, para aumentar sua possibilidade de sobrevivência e reprodução, e as nuvens surgem quando ocorre um aumento exagerado no número de insetos, e assim o grupo se desloca a procura de comida.

Apesar desse fenômeno ser incomum na América do Sul, não é a primeira vez que a formação de uma nuvem desse tipo acontece. “Essa praga está presente no Brasil desde o século XIX e causou grandes perdas às lavouras de arroz na região sul do país nas décadas de 1930 e 1940“, disse o Ministério da Agricultura em nota publicada. A nuvem também se forma por uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice pluviométrico e dinâmica dos ventos.

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Apesar do Senasa ter informado na última terça-feira, 23, que a nuvem deve seguir para o Uruguai sem passar pelo Brasil, o Ministério da Agricultura pediu que os órgãos regionais monitorassem a situação e, se necessário, tomassem medidas de proteção. Caso os insetos cheguem ao país, o impacto deve ser menor, visto que muitas colheitas, como a do arroz, já aconteceram.

Hoje, a nuvem que se movimenta a 150 Km2 está em Corrientes, há 130 Km de Barra do Quarai, no Rio Grande do Sul. “O risco existe e não podemos ignorar”, alertou Covatti Filho, Secretário da Agricultura. É tomar cuidado com as plantações e, é claro, fechar as janelas. E os mais religiosos podem rezar, já que a nuvem de gafanhotos é uma das as pragas do Egito citadas no livro bíblico do Êxodo. O Apocalipse vem?

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#ChamaOsWinchester GIPHY/Reprodução
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