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Perícia afirma que tiro dado por adolescente em amiga não foi acidental

Segundo versão de amiga, ela estava guardando a arma do pai quando o disparo aconteceu e acertou a cabeça de Isabele Guimarães, de 14 anos

Por Isabella Otto Atualizado em 12 ago 2020, 20h54 - Publicado em 12 ago 2020, 10h26
Imagem da arma usada no crime. De acordo na análise da perícia, tiro foi involuntário, não acidental Perícia Oficial e Identificação Técnica/Reprodução

Na noite de 12 de julho, Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, foi morta em um condomínio de luxo em Cuiabá, no Mato Grosso. O crime, que segue sendo investigado, teria sido cometido pela amiga da adolescente, também de 14 anos, que teria disparado um tiro acidental contra Isabele enquanto guardava a arma do pai – em depoimento seguinte dado à polícia, a mesma jovem disse que o equipamento, na verdade, era do sogro.

A versão foi descontinuada quando o próprio advogado de defesa, Rodrigo Pouso, disse que “a arma estava na casa porque o pai da adolescente ia testar para ver se compraria”. A família era praticante de tiro esportivo, incluindo a adolescente que teria feito o disparo, e sete armas de fogo foram encontradas na residência, inclusive algumas sem registro. “Foi fazer um bolo e morreu. (…) Eu não acredito nisso [na versão do tiro acidental]. Como o disparo aconteceu justo na cabeça da minha filha e não num braço, numa perna?”, questionou a mãe de Isabele, Patrícia Hellen Guimarães Ramos, em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo.

 

Na última terça-feira (11), um laudo foi divulgado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica que mostra que o tiro realmente não foi acidental. “Nas circunstâncias alegadas constantes do Termo de Declarações da adolescente, a arma de fogo questionada, da forma como foi recebida nesta Gerência, somente se mostrou capaz de realizar disparo e produzir tiro estando carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada, destravada e mediante o acionamento do gatilho“, informou o perito Reinaldo Hiroshi sobre os testes feitos no modelo AFQ1. Concluiu-se então que o tiro pode ter sido involuntário, mas não acidental. Ou seja, a jovem de 14 anos pode ter atirado na amiga involuntariamente, mas não acidentalmente. Entretanto, foi identificado mecanismo incompleto ou deficiente na arma, por causa de modificações que teriam sido feitas nela.

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