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Mulher tem rosto desfigurado após apanhar por 4 horas em primeiro encontro

Vítima, que acordou sendo espancada, precisará de cirurgia reparadora no rosto devido ao número de fraturas

Por Amanda Oliveira Atualizado em 31 out 2024, 02h30 - Publicado em 18 fev 2019, 12h55

2019 mal começou e já está sendo um ano campeão em casos de feminicídio – isso sem nem contar as violências que não chegam a ser reportadas na polícia. No Rio de Janeiro, uma empresária foi espancada durante quatro horas por um advogado no primeiro encontro, após oito meses de conversa. As agressões começaram na madrugada, por volta de 1h, e terminaram pouco antes de 5h30, quando ela foi encontrada desacordada por policiais, com o rosto desfigurado.

Antes e depois de Elaine Caparróz. Reprodução/Instagram

Elaine Caparróz, de 55 anos, conheceu Vinícius Batista Serra, de 27 anos, em uma rede social. Os dois conversaram por oito meses e decidiram marcar um primeiro encontro: um jantar no apartamento dela. Tudo acontecia de forma normal até que o homem pediu para dormir lá. “Ele falou: ‘Deita no meu ombro para a gente dormir abraçadinho, pra dormir juntinho. Aí eu falei: ‘Tá bom’. Acordei com ele me esmurrando a cara“, a vítima contou.

No hospital, Elaine disse que Vinícius tentou dar um golpe de “mata-leão” nela, mas ela o impediu colocando os braços no rosto dele. O agressor, então, começou a mordê-la com força e espancá-la com socos. Elaine só foi salva após os vizinhos escutarem seus gritos e chamarem ajuda. Mas, ainda assim, a empresária só foi resgatada depois de ser espancada durante cerca de quatro horas.

Quando finalmente entraram no apartamento dela, a mulher estava desacordada e Vinícius havia desaparecido. O zelador alertou os porteiros sobre o crime para que não deixassem o homem sair do prédio e o agressor foi preso em flagrante, por tentativa de feminicídio. Em depoimento, Vinícius disse que bebeu vinho antes de dormir e teria acordado com um surto psicótico. Mais tarde, o porteiro de plantão informou que o homem já havia entrado no prédio de Elaine com um nome diferente: ele disse que se chamava Felipe.

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O apartamento de Elaine ficou marcado com manchas de sangue e sinais de luta. Reprodução/G1/Reprodução

Elaine está internada em estado grave e precisou passar por exames de tomografia, que detectaram diversas fraturas em seu rosto. “Ela está com uma fratura no nariz, que está causando problemas de respiração. Quebrou o maxilar, quebrou os dentes“, disse o irmão da vítima, Rogério Peres, em entrevista ao Fantástico. Segundo ele, Elaine tomou quase 40 pontos dentro da boca e precisará passar por uma cirurgia reparadora.

A empresária é mãe do lutador Rayron Gracie, que usou sua página no Instagram para publicar uma foto com sua mãe e recebeu apoio de outros atletas famosos. “Inacreditável ainda é escutar de alguns: ‘O que ela deve ter feito pra ele fazer isso?’. Que mundo é esse?“, Kyra Gracie, também lutadora, desabafou. A família Gracie é conhecida mundialmente por seus lutadores de jiu-jitsu, sendo que os patriarcas dela são considerados os pais da arte marcial aqui no Brasil.

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Parece loucura dizer isso, mas estamos em 2019 e ainda precisamos reforçar que a culpa nunca é da vítima. Comentários sobre ela tê-lo conhecido na internet, tê-lo convidado para sua casa no primeiro encontro, diferenças de idade ou qualquer outra coisa que as pessoas costumam inventar para fazer com que a vítima carregue a culpa da agressão são desnecessários e desrespeitosos. Além disso, a última coisa que uma mulher sobrevivente de uma tentativa de feminicídio precisa é ouvir esse tipo de coisa. Concorda?

Um homem covarde, cruel e psicopata não precisa do primeiro encontro para cometer um crime desse; até porque se não fosse no primeiro, seria no segundo, terceiro ou até depois de anos de relacionamento. Que justiça seja feita.

 

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