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Ministro da Educação usa palavra errada e diz ter “reservas” contra LGBTs

Em entrevista, Milton Ribeiro também mostrou ainda acreditar em fake news a respeito da educação sexual: "É uma erotização das crianças"

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 23h30 - Publicado em 24 set 2020, 14h41
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Divulgação/CAPRICHO

Milton Ribeiro, atual Ministro da Educação, concedeu uma entrevista para a repórter Jussara Soares, do jornal O Estado de S. Paulo, em que cometeu um erro básico e crasso ao se referir à homossexualidade, usando a palavra “homossexualismo”, que já não mais é permitida na Língua Portuguesa, já que o sufixo “ismo” denota “condição patológica” e a homossexualidade foi retirada da lista de distúrbios mentais da OMS, tardiamente, nos anos 90.

Buda Mendes/Getty Images

Além disso, o ministro disse que os gays têm “famílias desajustadas” e que optam por seguir essa orientação sexual por “falta de atenção do pai ou da mãe”. Milton também falou que tem “certas reservas” quando questionado sobre professores transexuais e deu a entender que é do time daqueles que acreditam que educação sexual é sobre incentivar discussões de gênero e erotização.

À frente do Ministério da Educação há dois meses, o pastor presbiteriano também comentou que a volta às aulas e o acesso à internet no Brasil, referindo-se ao EAD, não são temas do MEC.

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Confira a seguir as declarações polêmicas e preconceituosos dadas por Milton Ribeiro em entrevista ao Estadão:

  • “Não é normal. A biologia diz que não é normal a questão de gênero. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo.”
  • “Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) têm um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato. São questões de valores e princípios.”
  • “Se ele [o professor transexual] não fizer uma propaganda aberta com relação a isso e incentivar meninos e meninas para andarem por esse caminho…. Tenho certas reservas.”
  • “É importante falar sobre como prevenir uma gravidez, mas não incentivar discussões de gênero.”
  • “Existem temas que podem ser tocados para evitar que uma criança seja molestada. Mas não o outro lado que é uma erotização das crianças. Tem vídeo que corre na internet das meninas aprendendo a colocar uma camisinha com a boca.”

Ao usar termos ultrapassados como “homossexualismo”, o ministro presta um desserviço. É importante ressaltar que, independentemente de ideologias ou crenças, a LGBTfobia não é questão de “minha opinião” para você concordar ou não com ela, nem para usar a desculpa da liberdade de expressão para reproduzir antigos preconceitos. Homofobia e transfobia, assim como o racismo, são crimes previstos em lei.

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