Luzia, primeiro fóssil brasileiro, resistiu ao incêndio no Museu Nacional
Crânio de Luzia era uma das maiores perdas que os pesquisadores temiam, mas os danos foram bem menores do que eles esperavam. Ufa!
No início de setembro, um incêndio tomou conta do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruindo parte de um acervo de 20 milhões de itens e arquivos com séculos de história. Uma das principais perdas que os pesquisadores e funcionários do museu temiam era Luzia, o fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas. Ela foi descoberta em Minas Gerais e teria cerca de 11.300 anos.
Dias após o incêndio, uma esperança surgiu: Luzia estava guardada em uma caixa de metal, mas os escombros ainda dificultavam o acesso dos pesquisadores. Agora, contudo, temos a confirmação de que o fóssil realmente resistiu ao incêndio.
Tanto a parte frontal quanto a lateral do crânio de Luzia foram encontradas, assim como um fragmento do fêmur do fóssil. Segundo especialistas, mais da metade das partes localizadas já foi identificada e o próximo passo é iniciar a montagem dos fragmentos. “O crânio foi encontrado fragmentado. Já achamos praticamente todo ele e 80% dos fragmentos já foram identificados e podemos aumentar esse número”, garantiu Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional. A fragmentação do crânio aconteceu porque a cola que mantinha os pedaços juntos se foi com o calor do fogo.
De acordo com Cláudia Rodrigues, coordenadora da equipe de resgate do acervo remanescente do museu, os danos foram muito menores do que eles imaginavam. “Os pedaços foram achados há alguns dias, eles sofreram alterações, danos, mas estamos muito otimistas com o achado e tudo que ele representa. Ele estava em um local preservado onde já ficava, que era um local estratégico. Ficava dentro de uma caixa de metal dentro de um armário“, afirma. Encontrado na década de 1970, o fóssil de Luzia tem importância histórica mundial e foi responsável por mudar a teoria da povoação do continente americano.
Além de Luzia, outros itens foram recuperados e a busca por outros materiais nos escombros do museu acontecem até fevereiro de 2019. Há esperança!