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Diário de Intercâmbio: viajar sozinha é se (re)descobrir de formas loucas

Catharina Doria, nossa intercambista na Espanha, acredita fielmente que desbravar esse mundão sozinha é mais uma viagem interior que física.

Por Catharina Doria Atualizado em 31 out 2024, 10h31 - Publicado em 5 jul 2018, 14h45

Minha jornada viajando sozinha já é longa. Faço isso desde os 12 anos de idade. É lógico que eu ainda sou jovem e minha experiência não é tão grande assim, mas posso dizer que já passei por muitas coisas. Já fiquei nervosa, já me senti sozinha, já vivi momentos para lá de doidos… Mas acredito que o mais legal de viajar sozinha sejam essas coisas mesmo: aprender a ter responsabilidade e a ser autossuficiente.

Arquivo Pessoal/Reprodução

“NOSSA, CATHARINA, O QUE É ISSO?”. Pode até parecer complicado ou sem conexão alguma, mas, amiga, eu juro que tem tudo a ver! Viajar sozinha é uma decisão muito importante que, na maioria das vezes, não pode ser tomada de um dia para o outro. É uma coisa que precisa ser planejada, nem que seja só o básico: onde vou dormir e quanto dinheiro eu preciso ter. Mas o negócio é que, quando você viaja sozinha, precisa ter responsabilidade de fazer as coisas e de seguir um planejamento – mesmo que ele seja mais completo e complexo.

Não vai ter mãe, pai, tio, tia, avó ou cachorro dizendo o que você precisa fazer. Ninguém vai te acordar ou perguntar se o RG ou o passaporte estão bem guardados. Ninguém vai perguntar se você já se lembrou de pegar as chaves de casa. Ou de pagar as contas. Aliás, não vai ter ninguém para pagar seus boletos. Nesse momento, é só você e é preciso ser forte para não pirar, porque dá medo. Mas eu juro que é a melhor sensação do mundo! É uma sensação muito forte de amadurecimento e de desafio cumprido. É como a sensação de subir em uma montanha muuuuito alta e ter o prazer de, logo depois, apreciar a paisagem e sentir a brisa no rosto. Não tem preço!

Agora, viajar sozinha é realmente sobre ser autossuficiente. Ou seja, de saber que, no fundo, você não depende de ninguém. É óbvio que, muitas vezes, nossos pais financiam nossa viagem – mesmo que a gente vá sozinha. Quando eu falo sobre ser autossuficiente, estou falando sobre não ter que depender dos outros emocionalmente. É não ter que precisar de outras pessoas para se divertir, tomar decisões, resolver pepinos… Não significa, veja bem, que você não possa conhecer outras pessoas e criar laços com elas. Pode e deve, hein?

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Pare. Mire. Cruce. / até a rua ta me dando conselho

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Para mim, viajar sozinha é muito mais do que uma viagem física. É também uma jornada interna e de autoconhecimento. Entender quem é e o que você precisa melhorar em si mesma. Eu ri escrevendo tudo isso, porque fiquei com a impressão de que eu poderia soar como um velho sábio de barba branca e comprida dando conselhos de vida. (risos) Não sou. É que, muitas vezes, a gente fica tão fixada em celular, séries e filmes que acaba se esquecendo de prestar atenção em quem somos. Nos nossos problemas, medos, nas nossas inseguranças e tristezas. Quando a gente faz uma viagem sozinha, acaba percebendo coisas como: ”socorro! Eu sou boa em fazer amigos e nem sabia disso!” ou “uau! Eu tenho mesmo a capacidade de resolver problemas falando um idioma que não domino tanto!”. A real é que a gente vai se (re)descobrindo de maneiras bem doidas e muito divertidas…

E você, já viajou sozinha? Se sim, foi para outras cidade, outro estado ou país? O que você sentiu? O que mudou? Me conta tudo! Eu estou mega curiosa para saber mais sobre a experiência de vocês!

Beijos,
@cahdoria

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