Com a 4ª onda do feminismo iniciada em 2012, momento em que as mulheres começaram a usar as redes sociais para reivindicar seus direitos, a discussão sobre o que é o movimento feminista cresceu. Entretanto, na rede também circulam muitas mentiras sobre o feminismo e é preciso tomar cuidado para não cair em desinformação.
Há dois anos, nós esclarecemos aqui na CAPRICHO algumas das principais fake news envolvendo o movimento feminista. Pouca coisa mudou e ser mulher em uma sociedade machista ainda não é nada fácil – e o feminismo continua sendo necessário e atual. Por isso, a fim de desmentir outras notícias falsas que surgiram sobre o movimento, continuamos a série em prol da informação.
“O movimento feminista é uma ideologia diabólica”: FAKE!
Depois que a relação entre Gusttavo Lima e Andressa Suita chegou ao fim, a influenciadora Gabriela Couto foi apontada como o pivô da separação. Quando foi falar sobre a história em suas redes sociais, ela disse que estava sendo atacada por mulheres e então decidiu criticar o feminismo. “A grande maioria [das mensagens] veio de mulheres e podemos constatar o quanto o movimento feminista é uma ideologia diabólica que só serve para defender as mulheres de esquerda. Acho que é mais do que claro que eu nunca apoiarei um movimento tão sujo quanto esse”, disse Couto. Na verdade, o que a influenciadora não percebeu é que o feminismo vai justamente contra o fato de que a mulher é sempre apontada como o pivô de algum divórcio, sobre quem recaí mais a culpa. Além disso, o feminismo não visa privilegiar mulheres de nenhuma posição política. Ele é um movimento que luta pela libertação, o empoderamento e os direitos de todas as mulheres.
“Os homens que deixaram as mulheres votar”: FAKE!
Muitas pessoas dizem que foram os homens que deram o direito do voto às mulheres, mas isso não é plenamente verdade. O movimento sufragista, criado e protagonizado por mulheres que lutavam pelo direito ao voto, foi fundamental para que essa conquista ocorresse. Se as sufragistas não tivessem reagido e pressionado governantes, não sabemos quando nem se esse direito teria sido conquistado. A assinatura final só veio de um homem porque, como até hoje acontece, eles continuam sendo maioria em cargos de poder, por questões envolvendo o próprio patriarcalismo.
“As feministas não se depilam”: FAKE!
Existe um mito, muitas vezes propagado por aqueles que criticam o feminismo sem nem saber o que ele de fato significa, de que as feministas não se cuidam nem ligam para a aparência. Ao contrário de estabelecer como uma mulher deve aparentar ser, o feminismo diz que as mulheres têm liberdade para decidir sobre seus corpos e autonomia para isso. Vivendo em uma sociedade machista, que bombardeia as mulheres com imagens e regras de como devemos ser, e vende ainda um padrão, quem lucra em cima dessa ideia de beleza tem, na realidade, medo de mulheres livres.
“Muitas mulheres, às vezes, não são nem mulheres, para falar o português claro”: FAKE!
Em uma entrevista ao UOL, o jogador Robinho, condenado por violência sexual na Itália, disse que “infelizmente, existe esse movimento feminista, e muitas mulheres, às vezes, não são nem mulheres, para falar o português claro”.
A fala de Robinho, além de ser extremamente transfóbica, mostra um padrão comportamental de homens que se sentem ameaçados pelo movimento. Como bem respondeu a jornalista e apresentadora do Fantástico, Poliana Abritta, “ainda bem que o feminismo existe” – principalmente, em uma realidade em que inúmeros homens ainda pensam e agem como o jogador.
“Toda feminista é lésbica”: FAKE!
Oi? O feminismo não tem nada a ver com sexualidade. Dentro do movimento, existem mulheres de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero. A ideia de que feministas são todas lésbicas, além de ser preconceituosa e dizer muito sobre os padrões impostos pela sociedade, considera que pessoas do sexo feminino precisam estar acompanhadas de homens para serem felizes e completas.
“Isso é mimimi de feminista! Elas reclamam de tudo.”: FAKE!
No Brasil, uma mulher a cada 7h morre apenas pelo fato de ser mulher, vítima do feminícido, e uma mulher é violentada a cada 11 minutos. Segundo uma pesquisa do IBGE de 2019, as mulheres ganham menos que os homens em todas as ocupações avaliadas pelo o estudo. Em contrapartida, elas se dedicam quase que o dobro (18h) do tempo que os homens (10h) para realizar atividades domésticas durante a semana, configurando uma dupla jornada de trabalho. Apesar de corresponder a 52% do eleitorado, elas representam apenas 16% dos assentos do Senado Federal. Mimimi? Não. As mulheres estão usando suas vozes para reivindicar uma sociedade mais igualitária e segura – e combater fake news!
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