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Criança indígena é arremessada de penhasco após sofrer estupro coletivo

Vítima tinha 11 anos de idade e foi violentada por cinco homens. Um deles era tio da menina. Corpo foi encontrado nu e com uma das pernas dilaceradas

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 17h16 - Publicado em 11 ago 2021, 11h38
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CAPRICHO/Divulgação

Na última terça-feira, 9, o corpo de uma indígena Kaiowá de 11 anos foi encontrado em uma pedreira nas proximidades da aldeia Bororó, em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Raissa da Silva Cabreira foi jogada do topo de um penhasco após ser estuprada por cinco homens, segundo relatório policial.

Equipe policial embaixo de um penhasco, fazendo a perícia de um crime de estupro e feminicídio lá ocorrido
Polícia analisa o local onde os crimes ocorreram Adílson Domingos/TV Morena/Reprodução

Todos os suspeitos, que estão sendo investigados, confessaram o crime. Um era tio da menina e outros três eram menores de idade. Em depoimento, eles contaram que obrigaram a criança a beber cachaça antes do crime de estupro coletivo ocorrer. A garota chegou a desmaiar, mas acordou quando estava sendo violentada. Os homens disseram que a jogaram do penhasco porque ela havia dito que os denunciaria.

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Durante a barbárie, o tio da vítima chegou ao local e também participou do crime(…) Eles decidiram jogá-la do penhasco para não serem descobertos”, disse a Polícia Civil do MS em relatório. Segundo reportagem do UOL, dois adolescentes levaram a vítima para o penhasco, sendo que os outros três chegaram depois. Por se tratar de um lugar afastado, ninguém da aldeia disse ter escutado os gritos de socorro da menina.

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Nua e dilacerada

O corpo da indígena foi encontrado sem roupas, no meio das pedras, com uma das pernas dilaceradas. De acordo com legistas do Instituto Médico Legal de Dourados, o ferimento foi causado pela queda. Análises também concluíram que a criança foi estuprada antes de ser assassinada, mas um laudo mais completo deve ser divulgado ainda nesta semana.

Detidos, os dois suspeitos maiores de idade serão indiciados por três crimes: estupro de vulnerável, feminicídio e homicídio qualificado. Os três adolescentes, por questões envolvendo idade e lei, não responderão pelos mesmos crimes.

Revolta nas redes

A líder indígena Sonia Guajajara se manifestou nas redes sociais sobre a notícia, que chegou uma semana após o assassinato de outra mulher indígena ser confirmado. “Parem de matar o corpo e futuro de nossas crianças e jovens. Exigimos justiça”, escreveu. Importante ressaltar que o corpo de Raissa foi encontrado no dia 9 de agosto, conhecido como o Dia Internacional dos Povos Indígenas.

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Outros ativistas também se expressaram online, indignados com o fato de que notícias do tipo vêm sendo relatadas com cada vez mais frequência. “Eu estava pronta pra encerrar a noite quando li sobre a menina Guarani kaiowá que foi encontrada morta na Reserva Indígena de Dourados. Uma criança de 11 anos foi violentada. Eu não consigo parar de chorar. Essa é a dor da perda e da insegurança“, relatou a jornalista Alice Pataxó.

A morte de Daiane Kaingang

No dia 4 de agosto, o corpo de Daiane Griá Sales, de 14 anos, foi encontrado numa região rural do município de Redentora, no Rio Grande do Sul. Ele estava nu, cheio de hematomas e tinha ferimentos na parte inferior. A calcinha estava ao lado do corpo. Daiane pertencia à tribo Kaingang.

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A Polícia Civil da região investiga o crime ao lado do Ministério Público Estadual, mas nenhum suspeito ainda foi identificado. “O caso, por envolver uma investigação complexa, está sob sigilo. Por enquanto, o MP está colaborando com a Delegacia de Polícia e aguardando que o inquérito policial seja concluído, para que então se busque a punição da pessoa ou das pessoas envolvidas no fato”, informou o promotor Miguel Germano Podanoche.

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O laudo pericial classificou a causa da morte como “indeterminada”. Vilmar Alaídes Schaefer, o delegado a frente do caso, acredita que a jovem tenha sido vítima de um homicídio. “Diariamente vivemos um sistema machista, cruel, brutal e assassino, precisamos de ajuda, estamos cansadas de ser invisíveis. Até quando teremos medo e insegurança em nossos territórios?”, questiona Milena Jynhpó, amiga de Daiane, em vídeo publicado nas redes sociais.

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