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Coragem não é ausência de medo, mas a força de seguir adiante assim mesmo

Elisa Paglia, da Galera CAPRICHO, faz uma reflexão sobre mudanças bruscas pouco antes de se mudar de país para fazer faculdade em NY

Por Blog da Galera Atualizado em 30 out 2024, 17h10 - Publicado em 17 set 2021, 14h13

nome de Elisa Paglia, acompanhado de uma foto dela

Eu sou naturalmente uma pessoa ansiosa. O desconhecido me preocupa. Fico pensando em milhões de cenários onde tudo dá errado, e poucos onde as coisas dão certo. Calculo exatamente como vou reagir a diversas situações. Mas agora, prestes a encarar uma das maiores mudanças da minha vida, eu estou tranquila.

Não me levem a mal, eu estou me preparando para esse dia há mais de um ano. Já chorei muito, fiquei com medo, quis mudar de ideia. Mas sempre imaginei que cinco dias antes de eu me mudar de país em meio a uma pandemia eu estaria mais assustada. Escrevi este texto alguns dias antes de ir estudar em Nova York, no final de agosto. Para ser sincera, eu não sei exatamente como definir o que eu sinto. Além do meu medo de avião, que estaria presente independente do destino do voo, não sinto apreensão nenhuma. Sinto naquele espaço entre meu coração e meu estômago que eu estou tomando a decisão correta.

Colagem com duas fotos de Nova Iorque. Na primeira, está a Times Square. Na segunda, uma menina posando em frente a uma rua da cidade.
Fotos em dois dos lugares icônicos de NYC Elisa Paglia/Reprodução

Tem coisas que estou deixando para trás com um peso no coração, é claro. Minha família, meu cachorro, meus amigos e momentos não vividos na minha cidade por causa da quarentena. Mas o futuro, que sempre tanto me preocupou, não me parece um monstro de sete cabeças. Medos sempre vão existir, mas nós temos que saber dar as proporções corretas para eles. E o mais importante: temos que ter coragem e seguir em frente!

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Em um e-mail que eu recebi de um dos líderes estudantis do meu curso, o autor escreveu: “Sinta o medo, porque ele é natural e humano, mas faça de qualquer jeito”. Faz algum tempo que eu tento controlar minhas apreensões com coragem e um espírito aventureiro – falando “sim” para coisas que me tiram da zona de conforto. Só que essa frase me fez parar e pensar em tudo o que me trouxe até aqui. Não é sobre não ter medo, ele não te torna fraco como muita gente acha, mas sobre seguir em frente APESAR do medo. Encarar o que te assusta no olho, batalhar suas aflições pessoais e continuar.

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No meu novo ano de vida que começou há um mês e uma semana atrás, eu me prometi a só me preocupar com o que eu preciso resolver agora. Eu decidi não me preocupar com certas coisas até que elas começassem a me afetar. 

Essas minhas duas filosofias – de encarar o futuro com força de vontade e viver um dia de cada vez – me ajudaram a lidar com uma das mudanças mais importantes da minha vida. De repente, eu não estava mais vivendo aquele clímax de um filme antes de tudo dar errado, eu estava vivendo a minha vida. Em vidas normais as coisas não acontecem nessas proporções e intensidades malucas como no cinema – ainda bem. Desse jeito, nós levamos o tempo que precisamos para lidar com situações, assimilamos (ou não) a nova realidade, e seguimos em frente. Assim eu me sinto mais leve. 

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Não existe um caminho específico para seguir, tudo é fluido e pode mudar em uma questão de segundos, então vai com calma. Encare seus medos e siga em frente, porque não existe outro lugar para ir.

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