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Conheça Jane Cooke Wright, mulher negra que desenvolveu a quimioterapia

Ela faz parte de uma lista de mentes brilhantes que conquistaram o seu espaço, mesmo com todo preconceito, e são pura inspiração

Por Roberta Gurriti 24 jun 2023, 10h02

Ao longo da história, muitas mentes brilhantes conquistaram o seu espaço atravessando todo o racismo, machismo e preconceito de sua época. E tudo isso em nome do que acreditavam e amavam: a ciência. Jane Cooke Wright é um grande exemplo disso. A cientista afro-americana foi pioneira no desenvolvimento de quimioterapia contra o câncer.

Jane cursou medicina na Faculdade Médica de Nova Iorque (New York Medical College) em 1945. Seu pai, o Doutor Louis Tompkins Wright, foi um dos primeiros graduados negros da Escola de Medicina de Harvard (Harvard Medical School) e também o primeiro médico negro indicado para a equipe de um hospital da cidade de Nova Iorque.

Como conta o artigo do “Ciência pelos olhos delas”, da Unicamp, o trabalho pioneiro de Jane começou em 1949 no laboratório de seu pai na fundação de pesquisa do câncer do Hospital Harlem (Harlem Hospital Cancer Research Foundation). Foi lá que ela analisou uma ampla gama de agentes quimioterápicos e explorou a relação entre a resposta do paciente e a cultura de tecidos. Com isso, ela desenvolveu novas técnicas para a administração de quimioterapia contra o câncer, importantes até hoje. 

Veja mais invenções incríveis patenteadas por mulheres pretas e que são muito úteis para nós ainda.

Absorvente Íntimo Externo

Mary Beatrice Davisson Kenner é uma das inventoras que mais registrou patentes. Uma das suas principais criações foi o absorvente íntimo externo. Ela teve essa ideia em 1912, mas só conseguiu registrá-la em 1956.

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A primeira empresa a se interessar pelo produto, a Sonn-Nap-Pack Company, desistiu do negócio ao descobrir que Mary era negra. Com isso, ela não conseguiu lucrar nada com sua ideia. Mais tarde, a patente expirou e o absorvente passou a ser de domínio público, permitindo sua livre fabricação.

Transmissor de Ilusão (3D)

A cientista afro-americana Valerie LaVerne Thomas inventou em 1978 o aparelho transmissor de ilusão – um dispositivo capaz de criar, transmitir e receber imagens 3D de um objeto em tempo real. Dois anos depois, ela recebeu a patente por sua criação. 

Em 1964, Valerie ingressou na NASA como analista de dados e se tornou especialista internacional em produtos de dados Landsat. Ela foi responsável pelo desenvolvimento dos sistemas de processamento de imagem em formatos de mídia digital usados nos primeiros anos do programa Landsat.

Produtos capilares para cabelos afro

Madam C. J. Walker foi uma empreendedora norte-americana conhecida por ser a primeira milionária negra dos EUA. Sua fortuna veio do sucesso da linha de produtos capilares criada por ela, que era voltada para mulheres com cabelo afro.

Sua história foi até traduzida para uma minissérie de 4 episódios na Netflix, estrelado por Octavia Spencer, intitulada: A Vida e a História de Madam C.J. Walker.

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Escova para pentear cabelo

No final dos anos 1800, a afro-americana Lyda D. Newman inventou uma escova que usava cerdas sintéticas em vez dos pelos de animais, como era usado nas escovas da época. Além de ser mais durável, a escova podia ser desmontada facilmente para limpeza, já que existia um compartimento na parte inferior que podia ser removido pela parte de trás para ser limpo.

A patente americana foi arquivada em 11 de julho de 1898 e concedida em 15 de novembro de 1898. A escova de cabelo que ela inventou é descrita em sua patente como “simples e durável em construção” e sendo “muito eficaz quando em uso”. 

GPS

Você sabia que foi uma matemática norte-americana que serviu de base essencial no desenvolvimento e criação do GPS? Quando estava na Marinha, Gladys Mae West programou o computador que calculava o geóide da Terra (a forma do planeta).

Ela ainda escreveu um guia sobre como melhorar a precisão dos estudos com base nas informações coletadas por satélites sobre a forma e a dimensão da Terra, adiantando os avanços a serem alcançados pelas gerações futuras. 

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Falar sobre essas inventoras pretas me dá uma enorme sensação de orgulho. Só é uma pena que elas ainda não são tão reconhecidas como deveriam ser, né?

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