Muito se falou sobre feminismo nas redes sociais nos últimos anos. Entretanto, para compreender o movimento e suas vertentes a fundo, é importante ler algumas de suas suas principais autoras, que debatem questões importantes e colaboraram com a luta pela emancipação feminina ao longo das décadas.
Por isso, se você quer saber mais sobre o movimento feminista mas não sabe por onde começar, separamos oito sugestões de livros para te ajudar:
1. Para Educar Crianças Feministas, da Chimamanda Ngozi Adiche
Curto, este livro é daqueles de linguagem simples, que pode ser lido em apenas uma tarde, mas cheio de mensagens importantes e necessárias. Chimamanda escreve o manifesto na forma de uma carta, dando conselhos de como dar uma educação igualitária para as crianças. Trazendo experiências comuns na rotina, a autora explica como pequenas atitudes podem trazer grandes mudanças.
Sinopse: “Após o enorme sucesso de Sejamos todos feministas, Chimamanda Ngozi Adichie retoma o tema da igualdade de gêneros neste manifesto com quinze sugestões de como criar filhos dentro de uma perspectiva feminista. Escrito no formato de uma carta da autora a uma amiga que acaba de se tornar mãe de uma menina, Para educar crianças feministas traz conselhos simples e precisos de como oferecer uma formação igualitária a todas as crianças, o que se inicia pela justa distribuição de tarefas entre pais e mães. E é por isso que este breve manifesto pode ser lido igualmente por homens e mulheres, pais de meninas e meninos. Partindo de sua experiência pessoal para mostrar o longo caminho que ainda temos a percorrer, Adichie oferece uma leitura essencial para quem deseja preparar seus filhos para o mundo contemporâneo e contribuir para uma sociedade mais justa.”
2. O Feminismo é Para Todo Mundo: Políticas Arrebatadoras, da bell hooks
O livro mostra, através de uma mistura de conceitos acadêmicos e experiências da autora, como adultos, jovens e crianças, independente do gênero, podem aprender com o feminismo e transformar o mundo através disso. O pseudônimo bell hooks [em minúsculo mesmo, como uma tentativa de dar mais foco à escrita que ao nome] foi escolhido pela escritora Gloria Jean Watkins para homenagear sua bisavó materna.
Sinopse: “O feminismo sob a visão de uma das mais importantes feministas negras da atualidade. Eleita uma das principais intelectuais norte-americanas, pela revista Atlantic Monthly, e uma das 100 Pessoas Visionárias que Podem Mudar Sua Vida, pela revista Utne Reader, a aclamada feminista negra bell hooks nos apresenta, nesta acessível cartilha, a natureza do feminismo e seu compromisso contra sexismo, exploração sexista e qualquer forma de opressão. Com peculiar clareza e franqueza, hooks incentiva leitores a descobrir como o feminismo pode tocar e mudar, para melhor, a vida de todo mundo. Homens, mulheres, crianças, pessoas de todos os gêneros, jovens e adultos: todos podem educar e ser educados para o feminismo. Apenas assim poderemos construir uma sociedade com mais amor e justiça.O livro apresenta uma visão original sobre políticas feministas, direitos reprodutivos, beleza, luta de classes feminista, feminismo global, trabalho, raça e gênero e o fim da violência. Além disso, esclarece sobre temas como educação feminista para uma consciência crítica, masculinidade feminista, maternagem e paternagem feministas, casamento e companheirismo libertadores, política sexual feminista, lesbianidade e feminismo, amor feminista, espiritualidade feminista e o feminismo.”
3. Lute Como uma Garota, de Laura Barcella e Fernanda Lopes
O livro reúne as histórias de mulheres que contribuíram para a trajetória feminista. Na versão brasileira, 15 perfis de nomes que colaboraram com a luta feminista, como Pagu, Leila Diniz e Maria da Penha, foram adicionados. Em cada perfil, é dito por que aquela mulher merece fama, qual legado foi deixado por ela, qual foi sua história e suas grandes realizações.
Sinopse: “Estamos vivendo novos tempos: a discussão sobre os direitos das mulheres não se concentra mais em grupos específicos e a luta feminista amplia seu debate na sociedade. Da violência contra a mulher à cultura do estupro, uma série de questões é tema de conversas frequentes na mídia e nas redes sociais. Mas como chegamos até aqui? Quem nos ajudou nessa trajetória?”
4. Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, da Djamila Ribeiro
“Ao perderem o medo do feminismo negro, as pessoas privilegiadas perceberão o quanto a nossa luta é essencial e urgente”, diz Djamila Ribeiro. A obra foi organizada a partir da reunião de um ensaio autobiográfico com uma série de artigos publicados pela autora na Carta Capital. Djamilla discute assuntos como silenciamento das mulheres negras, empoderamento feminino, intolerância às religiões de matriz africanas e políticas de cotas raciais.
Sinopse: “Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista Carta Capital , entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de ‘silenciamento’, processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. Desde então, o diálogo com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, bell hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante. Muitos textos reagem a situações do cotidiano – o aumento da intolerância às religiões de matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams – a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento feminino ou interseccionalidade. Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.”
5. O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir
“O pessoal é político”, afirmou Simone de Beauvoir, autora deste livro conhecido por ser uma das principais obras do feminismo e um marco para a segunda onda do movimento. Décadas depois de seu lançamento, o livro que é dividido em dois volumes ainda é centro de discussões e debates.
Sinopse: “Em 1949, Simone de Beauvoir publicava na revista Les Temps modernes alguns capítulos de seu próximo livro, O segundo sexo. Pioneiro, o texto causou grande comoção por seu feminismo audacioso e consagrou a autora no panteão da filosofia mundial. Em homenagem aos setenta anos desta obra revolucionária, a Editora Nova Fronteira preparou esta edição especial, que conta com a colaboração de grandes pensadoras brasileiras. A antropóloga Mirian Goldenberg, a historiadora Mary Del Priore e a filósofa Djamila Ribeiro abordam, em textos inéditos, a importância da obra ao longo das décadas. O livreto extra traz também o impactante ensaio “Quem tem medo de Simone de Beauvoir?”, da filósofa Marcia Tiburi, e uma entrevista com Sylvie Le Bon de Beauvoir, herdeira e editora da escritora francesa, publicada pela Cult. O material conta ainda com fotos que perpassam a vida de Simone de Beauvoir, uma das mentes mais brilhantes do século XX.”
6. Mulher, Raça e Classe, da Angela Davis
“Angela Davis traz um potencial revolucionário, e ler sua obra é tarefa essencial para quem pensa um novo modelo de sociedade”, diz Djamila Ribeiro, uma das autoras citadas acima. Angela é uma professora e filósofa que marcou os anos 60 com sua história de luta e militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação racial e social a frente dos Panteras Negras, e que continua até hoje, aos 76 anos, defendendo o que acredita.
Sinopse: “Mulheres, raça e classe, de Angela Davis, é uma obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Começar o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, nos dá a dimensão da impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo. Além disso, a autora mostra a necessidade da não hierarquização das opressões, ou seja, o quanto é preciso considerar a intersecção de raça, classe e gênero para possibilitar um novo modelo de sociedade.”
7. A Mística Feminina, da Betty Friedman
A escritora Betty Friedman, que publicou este livro em 1963, foi uma das figuras pioneiras da segunda onda do feminismo. Resultado de uma vasta análise das questões presentes na vida das mulheres após a Segunda Guerra Mundial, Friedman aborda questões como a criação de um imaginário feminino em que a mulher precisa ser mãe e dona do lar, a falta de opções profissionais e a discussão pela legalização do aborto.
Sinopse: “O clássico que fundou a segunda onda do feminismo retorna em edição comemorativa, com textos inéditos. A mística feminina investiga como foi construída e mantida a norma social que defina mulher a partir de uma existência frívola, consumista, devotada ao lar, ao marido e aos filhos, à qual estaria fadada(…) Manipuladas pela sociedade de consumo, essas mulheres deixaram o ideal de comportamento libertário das sufragistas, em voga até os anos 1930, e passaram a incorporar um imaginário sobre o ‘feminino’ projetado por homens brancos que haviam voltado da guerra fantasiando padrões de gênero sexistas. Aos homens, os provedores, era destinada a descoberta de mundos concretos e intelectuais. Às mulheres, as cuidadoras – mães e esposas donas de casa –, a interioridade oca do lar. Criticado por algumas pessoas e louvado por outras, A mística feminina é um livro essencial para compreender a história de opressão e libertação das mulheres, porque revela os mecanismos de controle de gênero, afirmando o que nem sempre é óbvio em uma sociedade machista: as mulheres são seres humanos complexos, cada uma com desejos particulares, e capazes de gerir sozinhas a própria vida.”
8. Explosão Feminista, de Heloísa Buarque de Holanda
Nesta obra, a escritora e professora Heloísa Buarque de Holanda traz um uma análise do atual movimento feminista, das mulheres que estão a sua frente e o que mudou nos últimos anos. Uma obra que ajuda a entender quais são as questões da nossa época, conquistas e reinvidicações.
Sinopse: “Um panorama múltiplo da quarta onda feminista no Brasil de 2013 até hoje. Fruto de extensa pesquisa, este livro procura apontar de onde vem a força avassaladora do feminismo na última década e as mudanças pelas quais passou ao longo dos anos. A professora e escritora Heloisa Buarque de Hollanda, um dos nomes mais importantes na área cultural e nos estudos de gênero no Brasil, convoca jovens que estão marcando presença no ativismo, na poesia e nas artes para mostrar pontos de convergência e divergência entre os muitos feminismos que compõem o cenário brasileiro atual. Como podemos definir esta quarta e explosiva onda? Quem são as mulheres que estão à frente dos movimentos hoje e o que elas reivindicam? Como a militância vem impactando a política, o comportamento e, sobretudo, a criação artística?”
Qual desses livros você já leu? E qual entrou na sua lista de leituras futuras?