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Alívio é o que a maioria das mulheres sente após o aborto, diz estudo

Corinne Rocca conduziu pesquisa na Universidade da Califórnia para questionar algumas "verdades absolutas" sobre o tema.

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 00h50 - Publicado em 16 jan 2020, 14h38

A obstetra, ginecologista e professora Corinne Rocca é conhecida por estar por trás de algumas das principais pesquisas sobre aborto realizadas na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. A mais recente delas foi publicada na revista Social Science & Medicine no último domingo, 12, e mostra que 95% das 667 mulheres que participaram da pesquisa afirmam que abortar foi uma decisão segura. Para a especialista, esse estudo é importante porque vai contra o que muitos pregam na hora de ser anti-aborto: o fato de que a mulher vai se arrepender da decisão.

Irina Shumikhina/Getty Images

“Por anos, alegou-se que precisamos proteger as mulheres dos danos emocionais que muitas sofrem ao fazer um aborto, mas nunca houve evidência para dizer que isso é mesmo verdade”, disse em entrevista concedida ao jornal The Guardian. É claro que muitas mulheres que participaram da pesquisa alegam que sentiram uma mistura de emoções após se submeterem ao procedimento mas que, a longo prazo, por volta de dois anos, a certeza sobre a decisão tomada só se fortificou.

Alívio foi um dos sentimentos mais citados e que aparecem a longo prazo. Em cinco anos, ele é mais comum que sentimentos como tristeza, culpa ou arrependimento. A pesquisa comandada por Rocca não quer incitar ninguém a se tornar pró-aborto, apenas questionar algumas “verdades absolutas” e abrir ainda mais o diálogo sobre a questão do aborto legal e seguro.

O aborto no Brasil só é legal se a gestação apresenta risco de vida para a mulher, é resultante de crime de estupro ou se o feto for anencefálico. Do contrário, a prática é ilegal. Estima-se que, anualmente, mais de 500 mil mulheres se submetam a abortos clandestinos no país.

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