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11 documentários feministas para assistir enquanto foge do Carnaval

Se pular Carnaval não é muito a sua praia, você pode aproveitar o tempo livre para aprender sobre o movimento feminista e mulheres marcantes da história.

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 02h26 - Publicado em 2 mar 2019, 10h01

Se você não curte o clima do Carnaval e prefere ficar em casa a sair para bloquinhos de rua, talvez queira aproveitar o tempo livre para assistir a alguns documentários que tratam de temas femininos e feministas, como, por exemplo, a menstruação e o empoderamento que ela pode trazer. Achou uma boa ideia? Então, confere a lista de 11 documentários que indicamos que você veja. Alguns estão disponíveis no YouTube, outros na Netflix e na Amazon Prime. Tem até vencedor do Oscar 2019!

1. Absorvendo o Tabu, disponível na Netflix, dirigido por Rayka Zehtabchi (26 minutos)
O doc mostra a realidade das mulheres que vivem em uma aldeia rural em Delhi, na Índia. Lá, muitas ainda não entendem realmente o que a menstruação significa e até consideram que ela seja pecaminosa. A produção ainda conta como algumas garotas estão tentando quebrar o tabu sobre o assunto montando sua própria fábrica de absorventes e distribuindo-os para outras mulheres, sendo que muitas nunca usaram um absorvente antes na vida. Idealizado, produzido e dirigido por mulheres, Absorvendo o Tabu ganhou o Oscar de Melhor Documentário de Curta-Metragem neste ano.

Reprodução/Reprodução

2. Audrie & Daisy, disponível na Netflix, dirigido por Bonni Cohen e Jon Shenk, (95 minutos)
Mais pesado que o anterior, o documentário conta a história de três casos de estupro. Audrie Pott, Daisy Coleman e Delaney Henderson foram abusadas sexualmente quando tinham 15, 14 anos e 16 anos de idade, respectivamente. A produção estreou em 2016 no Festival de Sundance. O mais interessante é a abordagem dada pelo casal de diretores, que mostra as consequências do estupro a longo prazo e seus traumas, mas também faz questão de expor como a sociedade julgou as adolescentes na época, transformando muitas vezes vítimas em culpadas – sendo que a culpa de um estupro é sempre do estuprador.

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3. Feministas: O que elas estavam pensando?, disponível na Netflix, dirigido por Johanna Demetrakas, (86 minutos)
Toda produção é inspirada em fotos e registros da década de 70, de mulheres que se intitulavam feministas em uma época em que o termo era ainda mais julgado pela sociedade, sendo que, muitas vezes, assustava homens e mulheres. Não muito diferente do que ocorre nos dias de hoje, né? A diretora então vai atrás dessas mulheres para entender o que elas viveram, pelo o que lutavam e o que pensavam. Todas as falas cabem direitinho nos dias atuais.

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Reprodução/Reprodução

4. The Judge, disponível na Amazon Prime, dirigido por Erika Cohn, (82 minutos)
Um trabalho lindo, que conta a história da primeira juíza muçulmana, chamada Kholoud Al-Faqih. A religião palestina é uma das mais machistas do mundo e, em certo momento do documentário, um homem diz que uma mulher não pode fazer Direito, assim como não pode seguir tantas outras profissões, porque Deus não a autorizou e porque nenhum estudioso da lei Islâmica diz que pode ser diferente. Chocante e desconfortante.

5. Hollywood Collection: Ingrid Bergman Rememorada, disponível na Amazom Prime, dirigido por Gene Feldman, (50 minutos)
A atriz sueca Ingrid Bergman é considerada um dos maiores nomes do cinema e, por muitas mulheres, um ícone feminista. De acordo com o artigo Old Hollywood Feminist Movie Stars Who Were Seriously Ahead of Their Time, Ingrid foi uma mulher corajosa e empoderada, que foi contra o padrão imposto pela indústria hollywoodiana, que queria, principalmente, que a sueca modificasse os dentes e as sobrancelhas. Segundo as “regras de Hollywood”, ela não seria uma atriz de sucesso com a aparência que tinha. Bergman bateu o pé e garantiu que se tornaria reconhecida pelo seu trabalho e não apenas pela sua imagem. E ela chegou lá!

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6. O Seu Lugar: Um Documentário Sobre Coletivos Feministas Estudantis, disponível no IGTV da CAPRICHO (10 minutos)
O documentário de curta-metragem foi lançado em 2018 pela CAPRICHO e pelo Instagram Brasil, e mostra o dia a dia de jovens que se organizaram para formar coletivos feministas em suas respectivas escolas e faculdades, e como a união das meninas refletiu na instituição de ensino, na rotina das estudantes, nos familiares e no combate ao bullying, ao racismo e ao preconceito. Para assistir, basta clicar aqui.

Reprodução/Reprodução

7. Simone de Beauvoir: Uma Mulher Atual, disponível no YouTube (52 minutos)
O documentário francês retrata partes da vida de uma das ativistas feministas mais marcantes da história, que era também escritora e filósofa. A produção também explora algumas das obras da intelectual, como Os Mandarins, A Mulher Destruída e O Segundo Sexo, livro mais famoso da escritora, lançado em 1949. Se você quer conhecer um pouco mais sobre o movimento feminista e sobre a vida de Simone, o documentário dirigido por Dominique Gros, de 2007, é um parquinho de diversões!

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8. Lélia Gonzalez: Feminismo Negro no Palco da História, disponível no YouTube (21 minutos)
O doc faz parte do Projeto Memória, da Fundação Banco do Brasil, e homenageia um dos principais nomes do feminismo negro brasileiro. A ativista, em 1983, formou junto com outras mulheres negras o Coletivo de Mulheres Negras do Rio de Janeiro. No mesmo ano, ela publicou um artigo polêmico no jornal Folha de S. Paulo intitulado “Racismo por Omissão”. Mais tarde, em 1994, foi eleita Diretora do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio. Esses e outros fatos marcantes da vida de Léila você confere na produção abaixo.

9. Bertha Lutz e o Feminismo no Brasil, disponível no YouTube, produzido por TV Escola (27 minutos)
A bióloga, que se especializou em anfíbios, é outro nome importante do movimento feminista no Brasil. Dentre seus muitos atos de coragem e prêmios de destaque na área acadêmica, a ativista fundou no Rio de Janeiro, em 1919, a a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher. Na sequência, em 1922, organizou o 1º Congresso Feminista do país. Dez anos depois, em 1932, foi uma das líderes por trás da vitória do movimento sufragista, que lutava pelo direito do voto feminino. Se você se interessa por ciência e/ou pensa em seguir uma graduação relacionada à Biologia, Sociologia ou Política na faculdade, precisa conhecer a história de Bertha Lutz.

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10. O Voto Feminino, disponível no YouTube, produzido pela TV Senado (23 minutos)
Por falar em movimento sufragista, a TV Senado produziu um documentário muito bacana sobre a luta das mulheres pelo direito ao voto e como elas precisaram e ainda precisam se esforçar muito para ocupar um espaço majoritariamente masculino. Esse é um daqueles docs que todas as mulheres precisam ver mas principalmente aquelas que ainda hoje acreditam que o feminismo é um movimento baseado no “mimimi”, que não teve grandes impactos na vida das mulheres.

11. Mexeu com Uma, Mexeu com Todas, disponível online ou em DVD, dirigido por Sandra Werneck (71 minutos)
O famoso documentário brasileiro, e um dos mais recentes da lista, tem como objetivo promover um debate sobre a violência contra a mulher nos dias atuais e funcionar como uma espécie de ferramenta de conscientização. O doc traz à tona casos de assédio que aconteceram nos últimos anos e ganharam as redes sociais. Luiza Brunet, Joanna Maranhão, Clara Averbuck e Maria da Penha Maia Fernandes são alguns nomes citados na produção. “O filme pode provocar debates entre homens e mulheres e gerar palestras para que o tema seja discutido entre todos. Ele também serve para alertar as mulheres e fazer com que elas tenham coragem de denunciar seus agressores, além de permitir que os homens vejam e percebam a dor de quem está dando o seu depoimento”, revelou a diretora Sandra Werneck. Mexeu com Uma, Mexeu com Todas pode ser visto em datas específicas online e também dá para comprar o DVD na Livraria Cultura.

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