Taylor Swift causou um terremoto e o que isso diz sobre a crise climática

Imagina o que aconteceria se uma artista como ela chamasse geral pra olhar para a questão ambiental?

Por Marcela de Mingo, para a CAPRICHO Atualizado em 29 out 2024, 18h27 - Publicado em 4 ago 2023, 06h00

Imagine que você está no show da sua cantora favorita, ouvindo ao vivo todas as músicas que você mais ama e dançando tudo o que você pode dançar. Agora, pense que, no dia seguinte, as manchetes sobre o show que você foi dizem o seguinte: “Show de Taylor Swift em Seattle causa um terremoto de magnitude 2,3”. 

Poderia ser uma fanfic, mas é a mais pura verdade. Os shows da loirinha lá em Seattle, nos Estados Unidos, realmente moveram o planeta. A atividade sísmica foi registrada como um resultado do agito do público durante os shows no estádio Lumen Field, no final de julho. O “terremoto” de 2,3 pontos de magnitude foi registrado pelos estudiosos da Western Washington University. 

Agora, vamos olhar para esse fato por outra lente: se o efeito de uma noite de show para quase 70 mil pessoas consegue mover a terra – literalmente -, imagine o impacto da humanidade no mundo ao longo da história. 

Sim, estamos falando da temperatura do planeta. 

Qual a relação entre Taylor Swift e mudanças climáticas?

Uma matéria da Forbes sobre o assunto coloca em pauta exatamente o que acontece quando grandes artistas como Taylor Swift usam o seu poder de mover as massas por uma causa. Imagine, por exemplo, o que aconteceria se a força dos swifties fosse canalizada não só para curtir as músicas da cantora, mas também para lutar pelas causas que ela luta. 

Quer um exemplo prático? Em 2020, o grupo sul-coreano BTS doou $1 milhão de dólares para o movimento Black Lives Matter, que, na época, protestava contra a brutalidade policial norte-americana diante de pessoas negras e que culminou na morte de George Floyd. 

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Em um único dia, as armys, como são chamadas as fãs do BTS, fizeram uma campanha online que arrecadou, em um único dia, o mesmo valor que os ídolos. Usando a hashtag #MatchAMillion (algo como “iguale o milhão”, na tradução literal em português), as fãs arrecadaram o valor em 25 horas e doaram o dinheiro para a mesma campanha. 

O questionamento levantado pela matéria fala, justamente, sobre o poder de influência, educação e disseminação que pessoas como Taylor e o próprio BTS podem ter diante de uma causa tão urgente quando a climática. 

E caso você (ainda) não entenda porque essa questão é tão importante… 

Vamos sentir muito, muito calor daqui pra frente

As notícias não foram muito animadoras quando o assunto é o verão do Hemisfério Norte. No ano passado, mais de 61 mil pessoas morreram por causa das altas temperaturas na Europa. De acordo com a revista científica Nature Medicine, se nada for feito para mudar o cenário de aquecimento global, o continente pode sofrer com até 94 mil mortes por ondas de calor em 2040. Puxado, né? 

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Em 2023, o calor também foi notícia. As altas temperaturas e os decorrentes incêndios fizeram a Grécia retirar, às pressas, mais de 30 mil pessoas da ilha de Rhodes, onde os termômetros marcaram mais de 42º. 

Isso significa que se essas pessoas não estão olhando para essas questões, talvez a gente deva dar aquele empurrãozinho também

No Canadá, as chuvas torrenciais alagaram cidades e a possibilidade de tornados fizeram cidades como Montreal ficarem em alerta máximo. Fora isso, os grandes incêndios nas regiões de British Columbia e Québec agravados pelo calor e o tempo seco, marcaram uma temporada de fogo sem precedentes no país, e a fumaça viajou o mundo, transformando Nova York, a quilômetros de distância, em um cenário de filme pós-apocalíptico. 

A gente tem que considerar também que esse ano, 2023, é ano de El Niño, um fenômeno climático e cíclico (isto é, que acontece de tempos em tempos) e que gera um aumento nas temperaturas do planeta. Mas, de qualquer maneira, a Nasa já deu o prognóstico: junho de 2023 foi o mês mais quente já registrado. 

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Ou seja, não é o momento de vacilar. Pensar sobre o passado não faz muito sentido agora, mas precisamos começar a considerar o futuro. Taylor Swift, Beyoncé, e até mesmo grandes atores de Hollywood, como Ryan Reynolds e Margot Robbie (alô, elenco de Barbie!), podem reforçar um coro mais do que necessário. 

Taylor Swift é a famosa que mais emite CO₂, revela estudo

Mas, se isso não acontecer, nós podemos sempre fazer a nossa parte, afinal, vale lembrar que muitos desses artistas contribuem para a crise climática – e de uma forma bem particular. Uma pesquisa desenvolvida pela Yard, uma empresa de marketing e sustentabilidade no Reino Unido, revelou que famosos conhecidos por usarem jatinhos particulares para viajar o mundo têm um impacto gigantesco nas emissões de CO₂ na nossa atmosfera. 

A Taylor Swift, por exemplo, ficou no topo dessa lista. As viagens da cantora resultaram em 8.293,54 toneladas de emissões de CO₂, “1.184,8 vezes mais do que as emissões anuais de uma pessoa média”, diz o relatório. 

Isso significa que se essas pessoas não estão olhando para essas questões, talvez a gente deva dar aquele empurrãozinho também. De qualquer maneira, temos um único planeta que está precisando urgentemente de cuidado, né? 

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