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Qual o papel dos prefeitos no combate às mudanças climáticas pelo Brasil

As eleições municipais estão chegando - este ano, vamos votar para prefeitos e vereadores -, e precisamos, de novo, trazer a pauta ambiental para o centro.

Por Maki de Mingo, especial para a CAPRICHO Atualizado em 29 out 2024, 15h46 - Publicado em 24 Maio 2024, 06h00
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á algumas semanas a chuva e as enchentes tomaram o Rio Grande Do Sul e assolaram mais de 80% dos 497 municípios do estado, e o caminho para a recuperação e reconstrução parece só aumentar.

Entre o desolamento que (ainda) temos sentido vendo as notícias, as mobilizações civis em nome de doações, voluntariado e ajuda de todo e qualquer tipo, só conseguimos pensar como os órgãos públicos não trabalharam para evitar a tragédia.

Essa é uma conversa bastante longa que planejamos continuar tendo por aqui, mas se tem um momento para dar um puxão de orelha em políticos e eleitores (ou seja, a gente), o momento é agora. 

As eleições municipais estão chegando – este ano, vamos votar para prefeitos e vereadores -, e precisamos, de novo, trazer a pauta ambiental para o centro da conversa. 

Os números da tragédia

É urgente pensar nas mudanças climáticas e em como evitar novos efeitos como este, mas, enquanto isso, a população precisa urgentemente de apoio de todos para sobreviver e atravessar a tragédia.

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E os dados não são animadores: até o momento, o Rio Grande do Sul chegou a contabilizar 163 vítimas dos temporais e cheias. O boletim da Defesa Civil do Estado ainda aponta ainda 64 desaparecidos e 806 feridos.

E a gravidade só aumenta: quase 66 mil estão em abrigos e 581 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).

Mas, CAPRICHO, o que faz mesmo um prefeito?

Bora de recap rápido para gente lembrar a função de um prefeito? Pensa assim: um prédio é composto por várias instâncias. A gente tem o prédio em si, aquela construção completa, os andares e os apartamentos.

Fazendo uma comparação simplificada, é como se o Presidente da República cuidasse do prédio todo, cada Governador do Estado administrasse um dos andares e cada apartamento fosse mantido em ordem por um prefeito. Ou seja, vamos eleger a pessoa que vai cuidar muito de perto da nossa cidade.   

A função de um prefeito é de gestor do município. A sua principal responsabilidade é cuidar dos interesses públicos e investir os recursos que vieram da arrecadação de impostos, tributos e de repasses feitos pelo Governo Federal.

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Algumas das principais tarefas de um prefeito são planejar e executar obras públicas, cuidar da manutenção de ruas e calçadas, a limpeza urbana, cuidar dos pontos de atenção básica à saúde e também da educação básica oferecida para as crianças gratuitamente. 

O que significa também que o prefeito administra tudo aquilo relacionado à nossa qualidade de vida. Pense no seu dia a dia, nas ruas que você usa para ir para a escola, no ônibus que pega diariamente, na coleta do lixo que você deixa “tira” de casa semanalmente, dos hospitais e postos de saúde que você precisa visitar quando fica doente… Enfim, são funções 100% cotidianas, além de tarefas que envolvem a infraestrutura da cidade (como a construção de pontes), a questão habitacional e também a economia local. 

É bastante coisa, né?

Tá, mas e o meio-ambiente nessa história?

Voltando ao assunto para o meio ambiente, vamos continuar essa linha de pensamento: um prefeito vai lidar diretamente com a manutenção do meio ambiente da cidade que ele administra. 

Ele não faz isso sozinho, claro. Assim como o Presidente da República divide as necessidades da população em Ministérios (como o Ministério da Saúde, da Economia, etc.), o prefeito faz o mesmo – ele delega essa função para uma Secretaria específica. Em São Paulo, por exemplo, o nome dessa pasta atualmente é Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. 

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Ali ficam concentradas algumas funções, por exemplo: 

  • Gestão dos Resíduos Sólidos: como a criação e a supervisão dos sistemas de coleta seletiva e reciclagem. 
  • Administração e manutenção de parques e praças
  • Arborização urbana: plantio e manutenção de árvores na cidade.
  • Controle da poluição: para alertar a população, controlar e evitar a contaminação do ar, do solo e da água potável. 
  • Manutenção de recursos hídricos: como a saúde de rios, mananciais e outros corpos d’água.
  • Educação ambiental: políticas de educação da população da cidade sobre a importância do cuidado com o meio-ambiente. 

Deu pra entender, né? 

A prefeitura de uma cidade, liderada pelo prefeito, pode fazer muita coisa quando o assunto é a manutenção do meio-ambiente, melhorando a qualidade de vida da população e prevenindo contra os efeitos do colapso climático. 

Para você ter uma ideia mais palpável do impacto de um prefeito na manutenção do clima, uma ação local e super simples pode ter um impacto gigantesco na sensação de calor de uma cidade. Um estudo de 2021 do Instituto de Ciência Atmosférica e Climática da Escola Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, comprovou que o plantio de árvores em abundância em uma cidade pode diminuir a temperatura local em até 12°C.

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Considerando as ondas de calor do último ano, a catástrofe no Rio Grande do Sul e as previsões alarmantes para os próximos meses… Parece uma boa ideia, certo? Mas, claro, não adianta escolher qualquer árvore e plantar por aí sem um planejamento. Afinal, você também já deve ter ouvido falar de árvores que tombaram durante chuvas fortes e causarem um bocado de destruição. 

Essas árvores precisam ser adequadas para o clima de cada cidade – você sabia que no Brasil existem SEIS diferentes tipos de clima? –, o plantio precisa ser planejado para as raízes terem espaço para crescer e se desenvolverem, e a manutenção dessas árvores precisa ser periódica. 

E olha que a gente tá falando só de um ponto de atenção, hein? 

Aqui na CAPRICHO a gente já te contou que é hora de combater fake news sobre a tragédia (e como fazer isso), lembra? E vamos reforçar que, sim, você pode e deve ajudar mesmo à distância e sendo jovem.

Não existe essa de “poxa, mas não posso fazer nada”, ok? Você pode e deve, sim, e existem meios para isso. Sabe aquela blusinha ou camiseta que está parada no seu guarda-roupa e você não usa há um tempo? Neste momento tem alguém precisando dela. Assim como daquele sapato ou outro item de roupa que está esquecido na gaveta.

Leia o “Guia de boas práticas para ajudar vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul” e compartilhe nas redes sociais.

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