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Stylist se revolta com peças de grife que não serviam em modelos: “Irreal”

A editora de moda britânica Francesca Burns usou seu Instagram para comentar o caso

Por Thais Varela Atualizado em 16 set 2020, 10h59 - Publicado em 15 set 2020, 13h10

A stylist britânica Francesca Burns se revoltou após uma sessão de fotos na qual peças de grifes não serviam nas modelos. A editora de moda usou seu Instagram para comentar o caso e chamar a atenção da indústria da moda por criar e perpetuar padrões de beleza e de corpos completamente irreais.

“Podemos fazer as ‘peças de amostra’ maiores, por favor? Eu não quero nunca que ninguém no meu set se sinta ‘menos que’. Trabalho com frequência com jovens mulheres que, apesar de serem excepcionalmente lindas, estão vivendo, respirando e se sentindo como seres humanos, e que nunca deveriam se sentir como ‘grandes demais’ para as roupas”, começou a profissional.

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Hello! Here’s a thought for a Saturday morning…can we make our sample sizes bigger please? I never want anyone on my set to be made to feel “less than.” More often than not I am working with young women who- inspite of being exceptionally beautiful-are living breathing feeling human beings who should never be made to feel like they are “too big” for the clothes. The model in this picture is TINY. A size UK8 at the most. And yet, these @hedislimane @celine trousers did not fit her. I had several looks from this collection and none of them fit her. She was not the exception- you are. This is so unacceptable – it is fundamentally wrong to suggest that this is the norm. It isn’t. We have a responsibility in this industry to celebrate and to empower and to make people feel great- why else would we want to go out and spend our hard earned cash on these things?! Because we want to feel GOOD! We also have a responsibility for those in our care on set and to make sure beauty standards are not limited to a size that is completely unrealistic for the majority – nobody should look at fashion imagery and feel bad about themselves and nobody should participate in making fashion imagery and feel bad. Putting this girl into these trousers made me feel like a twisted creep and my beautiful model feel like she wasn’t good enough so thank you for that. Things have to change in so many ways but how hard is it to size things up? Any stylist worth their safety pins won’t complain about it. #change #hedislimane #celine #thisissowrong #womenarebeautiful #2020 #wakeup

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Na foto publicada por Francesca para acompanhar o desabafo, é possível ver a modelo vestindo uma calça que parece vários números menores do que seu tamanho. Para quem não sabe, as “peças de amostra” ou samples size, como são conhecidas, são as roupas que são desfiladas nas passarelas e também usadas em editoriais de moda.

A modelo nesta foto é PEQUENA. Um tamanho 38, no máximo. E, mesmo assim, estas calças da Celine e da Hedi Slimane não servem nela. Eu tinha vários looks dessas coleções e nenhum deles serviu nela. Ela não é a exceção – vocês são. Isso é tão inaceitável. É fundamentalmente errado sugerir que esse é o padrão. Não é“, continuou Francesca.

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“Nós temos responsabilidades nesta indústria de celebrar, empoderar e fazer com que as pessoas se sintam lindas – afinal, por qual outro motivo elas iriam querer gastar seu merecido dinheiro nessas coisas [roupas]? Porque querem se sentir BEM! Nós também temos responsabilidade por aqueles que estão aos nossos cuidados no set e por garantir que os padrões de beleza não estejam limitados a um tamanho que é completamente irreal para a maioria – ninguém deveria olhar para as imagens da moda e se sentir mal sobre si mesmo e ninguém deveria participar da criação do imaginário da moda e se sentir mal por isso”, completou.

Para finalizar, a profissional exigiu de maneira direta que as marcas mudem de atitude e trabalhem para deixar o universo da moda mais diverso e real. “As coisas precisam mudar em tantos aspectos, mas o quão difícil é aumentar um pouco o tamanho das coisas?“, falou.

Há tempos as indústrias da moda e da beleza são cobradas para mudar os estereótipos de corpos, cores e estilos que propagam. Em 2020, é inadmissível a falta de diversidade que ainda é tão presente nesses setores que constroem muitas das imagens que vemos por aí na mídia, nas produções de entretenimento e outras áreas que ajudam a moldar o que é visto como belo por nós e impactam diretamente na autoestima e no amor próprio as pessoas.

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