Farm é acusada de lucrar com morte de Kathlen Romeu após divulgar desconto
A marca carioca anunciou um código com o nome da jovem, que foi vítima de violência policial
Kathlen Romeu, mulher negra de 24 anos que estava grávida de 14 semanas, foi morta após ter sido baleada pela PM na Zona Norte do Rio de Janeiro nesta terça-feira (8/6). A tragédia repercutiu na mídia, nas redes sociais e demonstra, mais uma vez, o genocídio da população preta e periférica do Brasil.
A jovem também era vendedora da loja de roupas Farm e, por isso, a etiqueta carioca, que faz parte do Grupo Soma, publicou um texto no Instagram lamentando a morte de Kathlen. Ao final, a marca disponibilizou um cupom de desconto para ser usado nas compras feitas em seu e-commerce. “Toda venda feita no código de Kathlen terá sua comissão revertida em apoio para sua família. Reforçando que nós também vamos apoiá-la de forma independente e paralela“, diz a legenda.
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Esse posicionamento viralizou na internet e virou alvo de críticas. “O que a Farm está fazendo disfarçado de ato de bondade é um absurdo. É lucrar com a morte de gente preta“, escreveu a jornalista Jéssica Batan, no Twitter.
NÃO EXISTE CAPITALISMO SOLIDÁRIO.
O que a Farm tá fazendo disfarçado de ato de bondade é um absurdo. É lucrar com a morte de gente preta. Não precisam disso, tem dinheiro demais na mão desses brancos.
Acordem!
— jéssica batan (@jessicabatan) June 9, 2021
A comissão, que seria revertida à família de Kathlen, é apenas uma porcentagem do lucro das vendas das peças feitas com o código de vendedora. Para muitas pessoas, seria uma forma de vender mais roupas e, portanto, lucrar, às custas do assassinato de uma jovem negra.
Veja a repercussão:
a farm realmente achou maneiro fazer ação pras pessoas comprarem com o código de uma vendedora negra que foi assassinada pela pm pra reverter o lucro pra família dela? uma empresa do tamanho da farm não pode prestar assistência a uma família desamparada sem gerar venda?
— rachel (@rachelsousab) June 9, 2021
a farm não cansa!!!! a comissão da kathlen vai ser revertida pra família
– COMISSÃO – como se ela tivesse trabalhando. porém ela tá morta!patético, desrespeitoso demais.
lucrar com um corpo preto assassinado. pic.twitter.com/u0kr9PCZgr
— Jude (@judepaulla1) June 9, 2021
a Farm está colocando uma funcionária preta pra trabalhar depois de morta.
o ano é 2021.
— WENDY (@wendy_andrade) June 9, 2021
farm querendo lucrar em cima da morte da Kathlen é a coisa mais escrota quanta falta de respeito
— Mc Rebecca (@mcrebecca) June 9, 2021
a farm oferecendo CUPOM no nome de uma mulher negra grávida que foi assassinada pela polícia é o cúmulo da babaquice.
basicamente esperam alguém usar a merda do código pra daí sim ajudar a família.
canalhas.
— Rebecca Gaia (@rbcgaia) June 9, 2021
NÃO QUE FOSSE MUDAR A SITUAÇÃO! MAS NÃO É NEM O VALOR TODO DA ROUPA É A COMISSÃO!
conheci uma vendedora da loja e elas andam fazendo vendas online com códigos, usando tik tok e instagram, … a Kathlen Romeu continua gerando lucro depois de morta para porra da farm.
— Andreza🏳️🌈 (@andrezadelgado) June 9, 2021
Imagina uma marca bilionária usar a morte de uma funcionária grávida pra ganhar dinheiro?
É isso que tá rolando por aqui
PELO AMOR DE DEUS— Nath Finanças (@nathfinancas) June 9, 2021
Mais tarde, a Farm fez um pronunciamento por meio de outra postagem, admitindo o erro. “Com vocês, entendemos a gravidade do que representou esse ato, por isso, retiramos o código E957 do ar.”
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