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Desfile da Victoria’s Secret trouxe diversidade. Mas foi o suficiente?

Com a promessa de mostrar inclusão de corpos diferentes, evento da marca de lingerie volta a acontecer após seis anos de pausa.

Por Sofia Duarte Atualizado em 16 out 2024, 15h14 - Publicado em 16 out 2024, 11h53
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pós seis anos de pausa, o famoso Victoria’s Secret Fashion Show, que teve sua primeira edição em 1995, está oficialmente de volta. Nesta terça-feira (15), o desfile da marca de lingerie aconteceu em Nova York e teve o retorno de suas ‘angels’ queridinhas, assim como novas modelos com o intuito de cumprir sua promessa de trazer mais diversidade de corpos. Apesar de isso ter de fato aparecido na passarela, será que foi o suficiente para justificar a volta do evento da etiqueta norte-americana?

Segundo a Victoria’s Secret, o objetivo do desfile era dar destaque às mulheres, até por isso não houve uma performance feita por um artista masculino, como já aconteceu em anos anteriores. Desta vez, as responsáveis pelos atos musicais foram a icônica Cher, a cantora sul-africana Tyla e a tailandesa Lisa, integrante do grupo de k-pop BLACKPINK.

Lisa, do BLACKPINK, no Victoria's Secret Fashion Show 2024
Lisa, do BLACKPINK, no Victoria’s Secret Fashion Show 2024 Taylor Hill/WireImage/Getty Images

No casting, tivemos as supermodelos veteranas Tyra Banks, Eva Herzigová, Carla Bruni e Kate Moss, as brasileiras Adriana Lima, Isabeli Fontana e Alessandra Ambrósio, além de nomes como Gigi e Bella Hadid, Candice Swanepoel, Irina Shayk, Lila Moss, Joan Smalls, Liu Wen (que, há 15 anos, foi a primeira mulher chinesa a desfilar no show), Barbara Palvin, Taylor Hill, Anok Yai e Imaan Hammam.

Adriana Lima no Victoria's Secret Fashion Show 2024
Adriana Lima no Victoria’s Secret Fashion Show 2024 Taylor Hill/WireImage/Getty Images

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Entre as estreantes, se destacaram Alex Consani e a brasileira Valentina Sampaio, as primeiras mulheres trans a desfilarem no evento, e Ashley Graham e Paloma Elsesser, reconhecidas modelos consideradas ‘plus size’ no mercado atual. No entanto, quando o corpo tem curvas, a Victoria’s Secret decide cobrir a barriga, mostrando discretamente que impõe, sim, um limite para a inclusão.

Paloma Elsesser no Victoria's Secret Fashion Show 2024
Paloma Elsesser no Victoria’s Secret Fashion Show 2024 Taylor Hill/WireImage/Getty Images

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Embora a diversidade de corpos seja visível no desfile e relevante em comparação às suas edições anteriores, não parece ser o suficiente para justificar a volta do Victoria’s Secret Fashion Show a longo prazo. Por outro lado, a falta de inclusão não é exclusiva desse evento, uma vez que é a realidade da maioria das passarelas das semanas de moda do mundo. Aliás, fazendo um comparativo em relação às últimas temporadas, a marca de lingerie estaria muito a frente de grifes que jamais pensariam em fugir da modelo com ‘barriga negativa’.

Gigi Hadid no Victoria's Secret Fashion Show 2024
Gigi Hadid no Victoria’s Secret Fashion Show 2024 TheStewartofNY/FilmMagic/Getty Images

Nas redes sociais, o que nos chamou a atenção (e nos preocupou) foram comentários clamando pela presença da ‘beleza inalcançável’ no desfile. Será que os avanços dos últimos anos foi por água abaixo e estamos realmente vivendo a volta do culto à magreza? Será que, mesmo após anos de discussão, retornamos à estaca zero, e as pessoas não entenderam a importância e o real impacto que a representatividade em espaços como esse causa?

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Só nos resta esperar que, em uma próxima edição, o Victoria’s Secret Fashion Show prove que está olhando para o futuro e não abra espaço para retrocessos. Afinal, foi a impossibilidade de acompanhar as transformações sociais que gerou a decadência da marca.

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