Continua após publicidade

Conheça estilista por trás do corset superfofo que conquistou as famosas

Peça que apareceu em looks de Anitta e Marina Senna foi feita por Esthela Moraes, fundadora da marca Fantasia Celeste

Por Sofia Duarte 22 set 2023, 10h35

Quem aí, assim como a gente, ficou obcecada pelo corset de tapeçaria com um pato estampado que Marina Sena usou? A peça feita à mão da marca Fantasia Celeste começou a bombar quando a influenciadora Franciny Ehlke apareceu com ela e, depois disso, foram muitos pedidos por uma igual. O que talvez você não saiba é quem está por trás dessa febre toda.

Esthela Moraes, de 24 anos, nasceu e cresceu na Cidade Tiradentes, periferia da Zona Leste de São Paulo, e, após se conectar com a moda através da costura feita por mulheres de sua família, começou a sonhar em fazer suas próprias roupas por uma vontade de se mostrar ao mundo, mesmo vivendo em uma realidade com acesso limitado a informação e cursos gratuitos. “Sempre tive o sentimento de que eu faria algo grande, que eu era especial de alguma forma“, conta ao compartilhar sua história em entrevista à CAPRICHO.

Quando sua mãe comprou uma máquina de costura doméstica em 2018, Esthela, na época em seu primeiro emprego, na C&A, ainda na fase de experiência, decidiu customizar o que já tinha no armário como hobby nas horas vagas, assistindo a tutoriais no YouTube e pegando dicas de uma tia costureira. Em 2020, resolveu criar a Another Store, nome que veio de um brechó que já tinha nas redes sociais, o Another Brechó.

Continua após a publicidade

“Eu fazia apenas um modelo de blusa, uma ciganinha em quatro estampas diferentes e vendia cada uma por 60 reais. Estava recebendo pedidos e tudo indo bem, até que essa minha tia morreu por conta de complicações da Covid-19”, lembra. “Meu mundo caiu. Ela era uma costureira nata, além de superestilosa, aquela tia descolada, com tatuagens e personalidade, minha maior inspiração. Sonhávamos em ter uma marca juntas. Depois disso, o sonho deu uma esfriada e os processos ficaram mais lentos.”

View this post on Instagram

A post shared by Fantasia Celeste (@fantasiaceleste_)

Com o passar do tempo, no entanto, Esthela sentiu a necessidade de recomeçar. “Senti que precisava me reconectar com aquele sonho, buscar um novo significado, um novo nome. Era outono e o céu estava lindo todos os dias, e foi num fim de tarde, num pôr do sol, com as nuvens se misturando com as cores do céu, que eu pensei: ‘Fantasia Celeste'”, relata. “Eu acredito que esse nome não é um significado, é mais um sentimento. ‘Fantasia’ vem de imaginação, de criar, e ‘celeste’ é relativo ao céu, que também é um nome associado à espiritualidade. Fantasia Celeste significa fantasiar-se de si mesmo sem julgamentos, tendência ou estilo. É sobre abraçar sua imaginação criando seu próprio mundo de fantasia.”

Continua após a publicidade

View this post on Instagram

A post shared by Fantasia Celeste (@fantasiaceleste_)

“Fantasia Celeste significa fantasiar-se de si mesmo sem julgamentos, tendência ou estilo. É sobre abraçar sua imaginação criando seu próprio mundo de fantasia.”

Apesar das adversidades, a designer declara que estava determinada a voltar mais forte do que nunca e, no começo de 2021, herdou todo o ateliê de sua tia, desde os livros até a maquina de costura, e organizou tudo no que virou seu ‘quarteliê’. “Aquilo me deu um gás enorme e decidi que deveria honrar esse presente e voltar a criar e me arriscar com modelagens mais avançadas, ainda aprendendo tudo na internet.”

Continua após a publicidade

Foi aí que criou uma pequena coleção que fotografou em seu próprio bairro, com uma amiga de modelo. Fez algumas vendas e parecia que estava caminhando para dar certo, até que, enquanto comprava materiais no Brás, no centro de São Paulo, teve seu celular furtado. “Fiquei arrasada, sem saber o que fazer. Até que minha mãe sugeriu que fôssemos expor o nosso trabalho na Avenida Paulista aos domingos, onde rola uma feira livre de artesanato.”

View this post on Instagram

A post shared by Fantasia Celeste (@fantasiaceleste_)

Dito e feito. Foram com a estrutura que tinham, um pano para apoiar as peças no chão e uma arara de bolsas. “Ela vendeu algumas coisinhas e eu vendi uma bolsa por 50 reais, o que já me deixou muito feliz. Passamos a semana seguinte nos preparando, consegui uma arara, pintei ela e costurei algumas roupas, e, assim, começou um novo capítulo da marca. As vendas na internet ainda não eram muitas, mas com o dinheiro que vinha todo final de semana na Paulista eu consegui reinvestir na marca e ela começou a crescer.”

Continua após a publicidade

View this post on Instagram

A post shared by Fantasia Celeste (@fantasiaceleste_)

Nesse contexto, com toda semana repondo coleção para vender na rua aos sábados e domingos, Esthela decidiu fazer peças únicas em diferentes tamanhos para diversificar os produtos. Foi aí que surgiu o ‘Duck Corset‘, feito a partir de uma tapeçaria com um pato estampado na trama e pelinhos na parte de cima e embaixo, que ela compartilhou nas redes sociais e logo recebeu o contato de uma stylist para vestir a influenciadora Franciny Ehlke. “Eu fiquei em choque, mal podia acreditar!”, lembra. Depois, foram tantos pedidos que uma peça única acabou virando uma coleção inteira, com tapeçarias de outras estampas e saias combinando.

Vestiu Duda Beat, Giovanna Grigio, Manu Gavassi, Anitta, Marina Sena, Maisa e outras celebridades – e, agora, sonha em ver suas peças nos looks de Lana del Rey. Atualmente, no entanto, a coleção não está mais disponível para venda porque a tapeçaria do fornecedor foi descontinuada, mas ela ainda tem algumas peças no acervo pessoal que empresta para produções e aluga.

Continua após a publicidade

View this post on Instagram

A post shared by Fantasia Celeste (@fantasiaceleste_)

Esthela saiu da casa dos pais, criou um espacinho que serve como ateliê em seu apartamento e continua criando peças únicas por encomendas e coleções, mas, neste ano, a produção ficou um pouco mais lenta, pois ganhou uma bolsa para fazer um curso de modelagem sob medida no Senac. Agora, quer continuar estudando para aprimorar seu trabalho. “Ainda estou aprendendo a conciliar tudo, e tem sido mágico, às vezes um pouco assustador. Sinto que as coisas aconteceram rápido demais, e celebro cada pequena e grande conquista.”

“É um desafio constante, com muitas decisões sendo tomadas todos os dias. Mas o conselho que eu dou que funcionou pra mim é começar, mesmo que no início não seja tudo lindo como você sonha, o importante é tirar do papel. Roupas são lindas, verdadeiras obras de arte, começam num papel, seja num desenho ou numa modelagem, mas se não tirar do papel, é apenas um papel. O mais importante é acreditar; se você acreditar, ninguém vai poder dizer o contrário. Vista suas fantasias!“, finaliza.

View this post on Instagram

A post shared by Fantasia Celeste (@fantasiaceleste_)

Publicidade