Gilmore Girls e a paixão pela TV
Quando eu era adolescente, uma série mudou a minha vida. Gilmore Girls foi a série que me fez viciar em séries, uma das minhas favoritas de todos os tempos e que teve um real impacto na minha história. Sou Louca por Séries e parte dessa loucura começou com a criação de Amy Sherman-Palladino.
Então quando o ATX Television Festival anunciou que faria uma reencontro da criadora e do elenco depois de 15 anos, não é de se espantar que comprei o ingresso sem pensar duas vezes. O ATX acontece anualmente em Austin, no Texas, e é uma celebração para os apaixonados por televisão. Esse foi o quarto ano do evento e planejei minhas férias para realizar esse sonho.
(meu nome foi impresso errado, mas eu dei uma corrigida :P)
Nunca tinha ido ao Texas, iria viajar sozinha e sem saber o que estava me esperando. Mal sabia que realizaria um sonho atrás do outro, conheceria pessoas que admirava somente na TV, ouviria os melhores painéis e teria uma das experiências mais marcantes de toda a minha vida.
Foram quatro dias incrivelmente intensos, em que conheci tanta gente que sou fã e ouvi tanta, mas tanta coisa legal, que fica difícil escrever tudo em uma só coluna.
No primeiro dia, encontrei com uma jornalista brasileira que também estava no evento como fã, o que me ajudou a não ficar sozinha e ficamos amigas logo de cara. Estávamos no hotel sede do evento esperando o primeiro painel que seria somente à noite, quando começou a aparecer os convidados. Achamos engraçado que ninguém reconhecia a Jessica Szohr, se referindo a ela somente como a atriz de Gossip Girl. Ela fez a Vanessa na série da blogueira misteriosa e estava lá para divulgar a série Complications, que estreia no dia 18 de junho nos Estados Unidos.
Além dela, conheci o Todd Lowe, o Zach de Gilmore Girls e também o Terry de True Blood. Ele estava indo encontrar o restante do pessoal de Gilmore que fazia parte do núcleo dele na banda Hep Alien e tiramos uma foto juntos.
Logo em seguida, encontramos Kelly Bishop, a Emily Gilmore, e uma das pessoas mais simpáticas com os fãs. Falamos rapidamente sobre o Brasil e sobre a reunion. Além dela, encontramos a Liz Torres, que vivia a Miss Patty. Ela cantou uma música da Carmem Miranda e falou algumas poucas palavras em português.
Quando estávamos no lobby do hotel, o elenco de Garota Conhece o Mundo, o spinoff de O Mundo é dos Jovens da Disney Channel, apareceu com Michael Jacobs, o criador de ambas as séries. Ele me perguntou da série no Brasil, falou que o Ben Savage, o Cory, estava chegando e ainda autografou meu livro, o Guia das Séries, com dedicatória e tudo.
Em seguida, a Kelly Bishop voltou do jantar com a Sutton Foster. Ambas fizeram a série Bunheads, também de Amy Sherman-Palladino. Sutton está em Younger, a série que indiquei na última coluna e foi uma fofa quando eu disse que estava adorando o novo trabalho dela.
No dia seguinte, teve o painel de Bunheads, mas perdemos porque fomos para o local errado. Quando chegamos no teatro certo, descobrimos que em seguida teria a exibição do último episódio de Younger e a Amy estaria lá para assistir e prestigiar a Sutton. Era a minha oportunidade de conhecer a minha ídola.
Assisti a season finale de Younger (que por sinal, foi um ótimo episódio, já assistiu?) e a Amy estava sentada atrás de mim. Quando terminou, pude abordá-la e descobri que minha tese estava certa.
Tese: acredito que quando você conhece uma pessoa que admira muito, que é muito fã, tudo o que sai da sua boca é meio idiota. Você não consegue formular frases com sentido e o nervosismo toma conta de todo o seu ser. É uma sensação maravilhosa conhecer alguém que sempre admirou, mas ao mesmo tempo, assustadora, porque tem sempre a possibilidade de você fazer papel de boba.
Pois bem, eu fui meio boba. Estava tão feliz de conhece-la e ao mesmo tempo, tão nervosa, que tudo o que consegui falar foi que estava feliz e nervosa. Hahaha… Ela foi super querida, tentou me acalmar, falou que estava feliz com o carinho e perguntou se eu iria no painel do reencontro geral (se tinha conseguido fastpasses para entrar, o que, felizmente, eu tinha). Foi um momento inesquecível, que vou guardar na memória e no coração pra sempre mesmo.
Depois disso, fomos para o tailgate de Friday Night Lights. Um tailgate é tipo um churrasco a céu aberto, com barraquinhas para vender bebidas e onde acontece uma festa (o que eu não sabia). No caso, era a exibição de um episódio de FNL e com uma surpresa especial: um show do Hep Alien, a banda fictícia de Gilmore Girls.
Foi aí que tive a oportunidade de falar com a Amy com mais calma. Agradeci por tudo o que ela criou, contei sobre o impacto que teve na minha vida e tirei uma foto com ela. Também aproveitei para tirar uma foto com o Dan Palladino, o marido dela e co-produtor da série, que autografou o Guia e ainda elogiou meu livro. <3
Voltando para o hotel, dei de cara com Nick Wechsler, o Jack de Revenge. Gente, que cara lindo! Ainda acho que a beleza dele foi elevada pelo fato dele ter sido um dos convidados mais atenciosos comigo. Conversamos sobre o sucesso de Revenge no Brasil, a vinda de Emily e Joshua, a primeira visita do Joshua ao Brasil para divulgar uma marca de roupas, a possibilidade de uma reunion desse tipo para a série e a possibilidade dele também vir ao Brasil um dia.
Além dele, ainda encontrei com o Kevin McKidd, o Dr. Owen Hunt de Grey’s Anatomy. Ele estava no ATX para a reunion de Journeyman, uma série que fez em 2007.
Tudo isso aconteceu somente nos dois primeiros dias do evento! No dia seguinte, teve um café da manhã com a Amy que foi tão divertido que ri até chorar. Ela falou sobre tanta coisa que daria uma coluna somente sobre o que rolou nesse café. Valeu a pena ficar 4h na fila!
Logo depois, teve um painel com a Julie Plec e o Kevin Williamson, os criadores de The Vampire Diaries. Eles contaram sobre a parceria deles que começou quando estavam trabalhando no filme Pânico, evoluiu para o trabalho em Dawson’s Creek e bem posteriormente para The Vampire Diaries. Fiquei impressionada com o Kevin contando o quanto estava em um lugar ruim emocionalmente quando entrou em contato com o livro da L.J. Smith e como não queria fazer por nada no mundo porque achava que seria uma cópia de Crepúsculo.
Alguém muito próximo dele havia morrido e a Julie e amigos insistiam que ele voltasse a trabalhar como forma de enfrentar o luto. Ele contou que leu algumas páginas do livro e chegou a conclusão de que não era material para ele. Mas por sorte, ele tinha Julie ao lado que seguiu com o projeto.
Eles são melhores amigos e os fãs número 1 um do outro. Achei essa amizade lindíssima. Olha o jeito que ele olha para ela enquanto ela fala.
Claro que depois de falarem sobre a carreira, a amizade e os projetos, entramos no assunto TVD. Julie contou que já sabiam da saída da Nina antes de começarem a gravar a sexta temporada. Ela falou que apesar de ser algo que dá um frio na barriga, é desafiador de uma forma positiva do ponto de vista criativo. “A série é mais do que o triângulo amoroso. É sobre encontrar uma família. A saída da Nina abre espaço para novas histórias e ainda há muito o que ser contado”, ela disse.
Julie também falou que podemos esperar um Damon sombrio com mais liberdade e também mais sabedoria. Diferente do Damon da primeira temporada que estava somente atrás da Katherine, agora ele foi transformado pelo relacionamento que teve com Elena. Entre muitas outras coisas, ela também mencionou todo o ódio e sugestões que recebe nas redes sociais. Ela disse que a faz pensar, mas que não se deixa influenciar.
No final, consegui que eles autografassem meu livro, contei pra Julie o quanto gosto das indicações literárias dela (li A Culpa é das Estrelas em 2012 por indicação dela). Falamos sobre o quão sensacional é Mentirosos, de E. Lockhart, e ela me indicou um outro livro. <3
Ainda teve muito, mas muito mais momentos sensacionais no evento. Como por exemplo, o painel de Suits com exibição do episódio de estreia da nova temporada e um breve momento com o Patrick J. Adams. A conversa que tive sobre Orphan Black e Shameless com o Kristian Brunn, em que falamos da cena maravilhosa de twerking dele e da Tatiana Maslany, a diferença do português de Portugal e do Brasil e como Hollywood sempre acha que é a mesma coisa. O encontro com todo o elenco de You’re the Worst, um dos meus novos vícios, o meet & greet do elenco de Teen Wolf e o painel de Leftovers, com o Damon Lindelof, um dos criadores de Lost.
Aí teve o grande reencontro de Gilmore Girls. O painel já está disponível para assistir na EW, mas ainda não achei as palavras para descrever o que foram aquelas poucas horas. Começou com as mulheres principais: Amy, Lauren Graham, Alexis Bledel e Kelly Bishop. Elas fizeram uma homenagem lindíssima para Ed Herrmann, o Richard Gilmore. O ator faleceu no dia 31 de dezembro de 2014 e todos choramos muito com o vídeo preparado pela Amy para homenagea-lo.
Eu tive uma sorte enorme de ser uma das primeiras a entrar no teatro, sentei no melhor lugar da casa, na primeira fileira e bem de frente para elas (essa foto acima é sem zoom!). Quando todo o elenco entrou, vi Matt Czuchry e Milo Ventimiglia no maior papo. Eu sou total #teamLogan e vê-lo ao vivo foi sensacional. Ainda, um dia talvez, conseguirei conhecê-lo. É bom ter ainda sonhos para realizar!
Um dos slogans do ATX Television é “the closest to heaven as a fan can be” ou seja, o mais perto do céu que um fã pode estar. Não poderia ser mais perfeito ou mais exato do que isso. No final do evento, nunca estive tão realizada, me sentindo tão abençoada, privilegiada e feliz. É um sentimento que desejo para todo mundo, pelo menos uma vez na vida. Essa sensação de poder realizar sonhos é o combustível que me faz seguir em frente e faz essa loucura e vício todo ser ainda mais divertidos! Agora estou na expectativa para o ano que vem. Quem eles poderiam convidar?
PS: como foi uma loucura bem grande e uma intensidade enorme de coisas acontecendo, se quiser saber de alguma coisa específica, vem conversar comigo no Twitter (@priharumi). 😉
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