Stranger Things 5: desenvolvimento queer de Will avança com ajuda de Robin
Relação inédita entre os dois personagens ganha força e impulsiona a autodescoberta de Will.
primeiro volume da temporada final de Stranger Things chegou trazendo duas viradas cruciais para Will Byers (Noah Schnapp): a revelação de seus poderes e, pela primeira vez, uma abordagem mais direta sobre sua sexualidade. Depois de anos em que o tema apareceu apenas nas entrelinhas, os novos episódios colocam o personagem no centro de uma narrativa sobre amadurecimento, descobertas e uma conexão essencial com Robin (Maya Hawke).
Uma construção que vem desde a 1ª temporada
A sexualidade de Will sempre apareceu de forma sutil na série da Netflix. Logo após o desaparecimento do personagem na primeira temporada, Joyce (Winona Ryder) conta à Hopper (David Harbour) que Lonnie, o pai de Will, costumava chamá-lo “bicha”. Quando o policial pergunta se o menino era mesmo gay, Joyce corta a conversa ao reforçar que o importante naquele momento era encontrá-lo: “ele está desaparecido, é isso que ele é”, diz a personagem.
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No terceiro ano da série, Stranger Things passou a deixar o tema mais evidente. Em uma discussão entre Mike e Will, o personagem de Finn Wolfhard solta a frase: “não é culpa minha se você não gosta de garotas”.
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A quarta temporada ampliou esse subtexto. Ao tentar encorajar Mike falando “sobre a Eleven”, as palavras de Will revelaram muito mais sobre seus próprios sentimentos quando ele diz que “quando você é diferente, às vezes se sente um erro”. Logo depois o personagem desabou em lágrimas e virou o rosto para que o amigo não percebesse.
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Esse arco voltou a ganhar força no episódio final da temporada, quando Jonathan (Charlie Heaton) o conforta durante uma conversa sincera. O irmão reforça que Will terá apoio “independentemente de qualquer coisa”, deixando claro que enxerga o que ele ainda não consegue dizer em voz alta.
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Robin & Will: a conexão que muda tudo
Um dos pontos altos do primeiro volume da 5ª temporada é a aproximação entre Will e Robin. A dupla nunca havia sido explorada em profundidade, mas agora ganha uma dinâmica central na temporada e que impacta diretamente o arco do personagem.
A vivência de Robin, que já passou pelo processo de entender sua própria sexualidade, cria para Will um ambiente seguro para falar sobre sentimentos que ele evitou por anos. Em entrevista ao Tudum, Noah Schnapp revelou que, apesar de não ter tido mutas chances de contracenar com Maya Hawke nas temporada anteriores, sempre teve “uma admiração platônica” pela atriz.
um dos maiores acertos dessa primeira parte foi a amizade do will e da robin pic.twitter.com/EcWF0VR1Dl
— ؘ (@spideroft) November 27, 2025
“Foi incrível trabalhar com ela e ela me ensinou muito. Ela se tornou como uma irmã mais velha para mim, e foi muito legal. Nossa relação na série e fora dela meio que se espelhavam. Ela foi uma espécie de mentora para mim durante o ano”, disse Noah ao Tudum. “Foi extremamente importante para a história do Will conhecer a Robin e ver alguém tão segura de si e compartilhar sua sabedoria com ele para ajudá-lo a se encontrar.”
Maya Hawke também destacou o entrosamento: Se eu fiz um trabalho decente naquela cena, é tudo mérito do Noah, da presença dele, da atuação ativa na vida emocional dele e de tudo que ele me deu para trabalhar.”
“Assumi a responsabilidade de orientar o Will, que o Robin faz, em relação ao Noah. O personagem dele realmente se encontra nesta [temporada], em mais de um sentido, e acho que isso faz a Robin se sentir menos sozinha e também mais útil”, continuou a atriz.
A parceria reforça algo que a série constrói desde o início: Will, pela primeira vez, encontra alguém que realmente compreende o que ele sente e isso muda completamente sua jornada.
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A reviravolta dos poderes
No Episódio 4 da 5ª temporada, Stranger Things apresenta uma virada que ressignifica toda a trajetória de Will: ele manifesta poderes pela primeira vez. Durante o ataque de Vecna (Jamie Campbell Bower), o personagem assume o controle dos Demogorgons e rompe a influência do vilão.
Mas a força desse momento não está apenas na reviravolta. A descoberta das habilidades se conecta diretamente ao arco emocional que Will vem construindo desde a primeira temporada. Por anos, ele lidou com a sensação de ser “diferente”, de ocupar um lugar que ninguém entendia completamente (e não estamos falando somente do Mundo Invertido).
A revelação dos poderes funciona quase como uma materialização disso. Para muitos fãs, a sequência ecoa narrativas clássicas de personagens que encontram identidade no que antes parecia um peso.
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O impacto da cena também foi sentido nos bastidores: Noah Schnapp contou que chegou a mandar uma mensagem de agradecimento aos Irmãos Duffer após gravá-la. “Vocês não fazem ideia do quanto sou grato por essa série e por esse personagem, e a forma como vocês escreveram o Will para a temporada final é algo que eu jamais poderia ter imaginado”, escrever Noah para os criadores da série.
Segundo os criadores, esse destino já estava planejado. “Sempre soubemos que ele tinha uma ligação única com Vecna e com o Mundo Invertido”, explicou Ross Duffer. “Se alguém fosse a chave para encerrar a história, seria ele.” Matt Duffer complementou dizendo que o crescimento interno do personagem era parte fundamental dessa virada: “Queríamos que ele se tornasse quem realmente é. Quando aceita isso, consegue acessar essas habilidades.”
O que esperar daqui pra frente
O Volume 2 de Stranger Things 5 estreia no Natal, trazendo três episódios inéditos. O capítulo final chega pouco antes da virada do ano, às 22h (horário de Brasília).
Com novos poderes, Will volta a ser uma das peças chaves na luta contra Vecna e na trajetória de autodescoberta que acompanhamos há nove anos.
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