Sosie Bacon vive adolescente politizada em nova série da HBO

Here and Now estreou no Brasil no dia 11 de fevereiro e tem Tim Robbins e Holly Hunter no elenco

Por Marilia Marasciulo, de Los Angeles Atualizado em 31 out 2024, 11h11 - Publicado em 16 fev 2018, 13h04
Sosie Bacon em cena de Here and Now, nova série da HBO HBO/Divulgação

Sosie Bacon, filha de Kevin Bacon e Kyra Sedgwick, vai trilhar o mesmo caminho dos pais. Por mais que eles tenham tentado evitar — Sosie já revelou algumas vezes que eles não eram muito simpáticos à ideia e fizeram o possível para que ela ficasse longe das telinhas e telonas — não teve escapatória. Aos 25 anos, ela largou a prestigiada Universidade Brown para se dedicar integralmente à atuação. No dia 11 de fevereiro, a atriz estreou no papel mais importante de sua carreira até agora em Here and Now, nova série da HBO.

No drama, Sosie é Kristen, uma garota de 17 anos filha biológica de um casal (interpretado pelos veteranos Tim Robbins e Holly Hunter) progressista que tem outros três filhos adotados da Colômbia, Libéria e Vietnã — todos países aos quais os Estados Unidos causaram algum mal, na justificativa do criador da série, Alan Ball, que também criou séries como True Blood e Six Feet Under, além do filme Beleza Americana. Nela, a relação da família é colocada à prova quando um dos filhos começa a ter visões inexplicáveis. Temas como homofobia, racismo, empatia e (principalmente) a frustração pós-eleição de Donald Trump são abordados na série, que é uma espécie de versão mais cabeça e “cult” de This is Us.

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Antes de Here and Now, Sosie apareceu em 13 Reasons Why como Skye Miller, a amiga esquisita do Clay, e como a Stacey no filme A História de Uma Garota dirigido por ninguém menos que sua mãe, Kyra Sedgwick. Engana-se, porém, quem pensa que seus pais “mexem os pauzinhos” pela filha. Para viver Kristen, Sosie teve que passar pelos mesmos testes que qualquer outra pessoa. “Fiz audição sozinha, com o Danny [Daniel Zovatto, que vive seu irmão no drama], de improvisação…”, conta. A seguir, ela fala mais sobre seu papel na série e sobre o tipo de trabalho que deseja fazer.

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CAPRICHO: o que atraiu você para o papel em Here and Now?
Acho que as pessoas estão meio cansadas de só verem homens brancos nos filmes e na TV, as mesmas histórias de sempre sobre policiais e roubos. Esse seriado é muito relevante neste momento.

A Kristen é muito sensível e muito politizada, mas ao mesmo tempo pode ser bem sem noção. O que você pensa sobre ela?
Eu concordo, ela é exatamente assim. Ela é feminista, não hesita em falar o que ela pensa, chega a gritar na sala de aula. Mas ao mesmo tempo ela não entende o quão privilegiada ela é. Ela não entende por que foi tudo mais difícil para seus irmãos, que são fisicamente diferentes dela, só porque eles estão naqueles corpos, naquelas peles. Isso mostra a força do privilégio dos brancos: mesmo aqueles que estão cercados de pessoas diferentes podem não perceber. Por isso ela é uma personagem tão importante, para que as pessoas talvez percebam que elas não entendem o quanto são privilegiadas. Talvez elas possam se relacionar a essa garota de alguma maneira.

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A Kristen perde a virgindade logo no primeiro episódio, em uma cena meio bizarra, vestindo uma máscara de cavalo. Como foi ler o roteiro pela primeira vez e descobrir isso?
Eu pensei ‘irado, isso é legal, é interessante’. É uma cena sobre perder a virgindade que nós nunca vimos antes, é provocativa. Eu amei ver isso e não quero fugir de nada que seja bagunçado, esquisito, nojento ou desconfortável. Eu vivo para esse tipo de coisa nas telas.

Só nas telas?
(Risos). Quer dizer, a vida é isso, a vida é bagunçada. Isso é o que queremos ver, nós queremos poder nos relacionar com isso de alguma forma.

Como foi trabalhar com a Holly e com o Tim?
Incrível. Eles são tipo… uau! É um pouco aterrorizante no começo, porque você pensa “aqui estão esses mestres nessa área”…

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Mas você já deve estar meio acostumada com isso, né? Com seus pais em casa.
Eu nunca trabalhei com meus pais. Oh, quer dizer, já (risos). Mas eles são meus pais, é diferente, é outra relação. Nesse caso foi mais “ok, eu tenho que atuar ao lado dessa pessoa que está em outro nível, eu espero que consiga ser minimamente boa, que eu não pague um mico”. Mas aí você entra no set e é tipo: ator, ator, vai. Eles são muito generosos e respeitam os processos dos outros. A Holly tem uma força que vai além do que eu posso explicar. Os dois são muito focados, trabalham duro, estão sempre bem preparados. É assim que eu quero ser.

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