Por que discurso de Tatá Werneck sobre “mulheres malucas” foi importante?
A apresentadora emocionou o público com seu discurso após receber o prêmio Faz a Diferença na categoria TV
Tatá Werneck é uma musa inspiradora, né? Na última quarta-feira (27), a apresentadora recebeu o prêmio Faz a Diferença, organizado pelo jornal O Globo, na categoria TV, e acabou fazendo um discurso cheio de humor, mas também muito poderoso, que foi bastante compartilhado nas redes sociais.
“Não sabia se eu conseguiria vir hoje, porque além de estar grávida, eu também estou com uma coisa meio ruim, hiperêmese gravídica, que faz você passar mal o dia inteiro. Eu fiquei triste, mas descobri que a princesa Kate também teve isso, aí eu fiquei muito feliz. É uma doença muito chique e a gente realmente é muito parecida”, brincou a comediante no começo.
Zoeiras à parte, Tatá agradeceu o prêmio e relembrou que, por muito tempo, era considerada por muitos como uma “mulher maluca”, por ser engraçada e ter esse jeito meio espevitado. “Eu fiquei pensando por que eu mereço ganhar um prêmio de quem fez diferença na TV, e pensei que na verdade a TV que fez toda a diferença na minha vida, a TV e o teatro, porque antes eu era tida apenas como uma mulher maluca. Os homens eram engraçados e as mulheres malucas“, disse ela.
“Eu lembro que o frei de uma escola [onde estudei] fez a lista dos alunos mais bagunceiros, e eram nove caras e eu, e só eu fui expulsa. Eu perguntei [o motivo], e ele falou: ‘Porque você é a única mulher, e você não tem jeito de mulher’. E eu falei: ‘Você também não tem jeito de frei’. Eu fui expulsa da escola e acho que até da igreja também, tenho que verificar”, continuou Tatá.
Ela então disse que o que mudou ao longo dos anos não foi ela, mas sim o olhar que as pessoas têm sobre ela e sobre as mulheres no geral. “O olhar generoso de vocês mudou a minha história. Eu queria muito dedicar esse prêmio para todas as mulheres consideradas malucas que ainda não receberam seus prêmios“, disse.
Tatá ainda fez uma reflexão sobre nunca aceitar mudar quem era pelos outros. “Eu sempre acreditei que se não mudasse as minhas convicções, em algum momento o mundo daria uma volta e iria me encontrar, e acho que esse prêmio pra mim é um interseção, é esse momento de encontro onde eu me sinto pertencente a algum lugar”, completou.
Maravilhosa, né? Embora não precisasse provar nada a ninguém, Tatá nos mostrou, com seu discurso, que existem mulheres de todos os tipos, e elas podem, sim, ser engraçadas, profissionais, inspiradoras e empoderadas ao mesmo tempo. Afinal de contas, ninguém deveria mudar para se encaixar nos padrões que outras pessoas classificam como os ideias, não é mesmo?