Nesta quinta-feira (23/5) chega aos cinemas de todo o Brasil o filme Tolkien, inspirado no início da vida do escritor J.R.R. Tolkien, criador dos clássicos O Senhor dos Anéis e O Hobbit. O que muita gente não sabe é que a esposa dele, Edith Bratt (interpretada por Lily Collins na trama), teve um papel muito importante em sua vida, e esse romance entre eles é justamente uma das facetas representadas no longa.
Os dois eram órfãos e se conheceram em uma pensão administrada pela Sra. Faulkner (Pam Ferris) quando ele tinha 16 anos, e ela, 19. Ao descobrir o romance dos dois, o Padre Lawrence (Colm Meaney) proibiu Tolkien (Nicholas Hoult) de encontrar a amada, para assim se concentrar nos estudos. Os destinos deles, porém, estravam entrelaçados e Edith não só ajudou o escritor a entender o amor, como o inspirou a criar a elfa Lúthien, que depois estaria presente em toda a sua obra.
Em entrevista à CH, Lily Collins falou sobre sua paixão por filmes de época e a importância de dar vida a uma personagem empoderada e à frente do seu tempo. Girlpower!
CH: Como você descreve a atração entre Edith e Tolkien no filme?
LILY COLLINS: Ambos são órfãos, então eles têm isso em comum. A Edith é criativa, adora as artes, é muito inteligente, mas está sendo preparada para a vida em sociedade pela Sra. Faulkner, por isso sua imaginação é sufocada. Então surge esse contador de histórias que lhe permite mergulhar em si mesma e a leva para uma aventura. No amor deles pelas histórias e pela criatividade foi onde eles realmente se encontraram.
CH: Você se identificou com algum traço da personalidade de Edith?
LILY COLLINS: Gostei da ideia de fazê-la com gênio forte, charme e inteligência. Tolkien lhe permitiu expressar um lado que não era próprio de uma dama da época. Ela queria ser ela mesma num mundo em que as pessoas tentavam calá-la. Isso foi muito, muito divertido.
CH: Como o lado atrevido dela é mostrado no filme?
LILY COLLINS: Com o Tolkien, eles têm uma ligação muito curiosa, há uma troca constante entre os dois. Ela não tem medo de dizer o que pensa perto dele, tem um sarcasmo verdadeiro. Ele se diverte com isso e se surpreende. Acho que Tolkien não estava habituado a isso e, principalmente, não estava habituado a ver uma garota fazer isso. Encontrar alguém que nos desafia é muito importante, e ela faz isso por ele. É divertido permitir que ela não seja uma mulher de época paralisada.
CH: Você já disse que sempre quis fazer um filme de época britânico. Como foi essa experiência?
LILY COLLINS: Agora virou um problema, porque eu quero mais! (risos) Adoro interpretar personagens britânicas porque nasci com esse sotaque (o pai dela é o músico Phil Colllins). Adorava ler Jane Austen quando crescia. Além de que cabelo e maquiagem são tremendamente importantes na criação das personalidades e, nesse filme, a maior parte do meu guarda-roupa na verdade era de roupas daquela época que eles encontraram e incrementaram, então me senti transportada para aquele tempo.