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Juntos há 18 anos, Super Junior prova que sucesso não tem data de validade

O lendário grupo de k-pop voltou ao Brasil após 10 anos e conversou com a Capricho sobre seu legado e sua paixão pela América Latina

Por Gustavo Balducci Atualizado em 16 fev 2023, 14h18 - Publicado em 15 fev 2023, 13h34
Integrantes do grupo Super Junior posando para foto sorrindo levemente
Super Junior SM Entertainment/Reprodução

Em 2013, cerca de oito mil pessoas se emocionaram assistindo ao primeiro show do Super Junior no Brasil. Na época, o grupo de k-pop – que já era um dos nomes mais proeminentes do gênero – conversou com a Capricho sobre suas expectativas e contou que estava animado para conhecer o país. Dez anos depois, o conjunto finalmente retornou trazendo sua nova turnê, Super Show 9, para o Espaço Unimed, em São Paulo, no dia 9 de fevereiro.

Faz dez anos desde a última vez que viemos ao Brasil e nós estávamos esperando muito por esse reencontro“, disse Eunhyuk à Capricho pouco antes do espetáculo começar.Para alguns dos nossos membros essa é a primeira vez aqui, explicou ele se referindo à Yesung, que não pode participar da primeira viagem devido ao alistamento militar.

Sentados em um sofá junto com Leeteuk, Shindong, Siwon, Donghae, Kyuhyun e Ryeowook (Heechul não pode vir na turnê), eles notaram que o fandom brasileiro cresceu nesse meio tempo. Para muitos fãs, principalmente os que já estão com mais de 30 anos de idade, o Super Junior serviu como porta de entrada para o universo do k-pop. “Posso dizer que foi uma excelente escolha, brincou Siwon.

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É uma experiência humilde e algo que nos torna realmente felizes em poder passar todo esse tempo e por todas essas etapas da vida juntos com nossos fãs. Mesmo que tenha sido um longo período até nosso retorno ao Brasil, ser capaz de compartilhar essas memórias juntos com o Super Junior nos seus vinte, trinta ou quarenta anos é uma experiência enriquecedora”, disse Leeteuk sorrindo.

O líder do grupo formado pela SM Entertainment em 2005 também confessou que, mesmo depois de tantos anos, se surpreende com o carinho que eles ganham do Brasil. “É um sentimento muito difícil de expressar. Ainda é complicado para o Super Junior entender isso completamente, mas eu acho que ter tamanha lealdade dos fãs ao redor do mundo me faz pensar que, ao invés de ter que fazer várias escalas, seria ótimo poder pegar um voo direto da Coreia do Sul para o Brasil para encontrar vocês com mais frequência.

A distância entre os dois países, no entanto, ficou pequena no show, que teve uma poderosa estrutura organizada pela produtora 30e, com direito a telões móveis, luzes, explosões de papel picado e uma passarela que atravessava boa parte do espaço.

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No palco, os astros impressionaram o público com sua energia e carisma, trocaram de looks, cantaram e dançaram uma lista completa de hits, se divertiram falando português e, assim como em 2013, encerram a noite com o sucesso Ai se eu te pego, de Michel Teló. “No futuro, eu gostaria de fazer mais turnês aqui na América Latina, disse Donghae. “Também seria ótimo ter mais shows em cada região do Brasil para que a gente possa alcançar cada vez mais nossos fãs“, completou Leeteuk.

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Uma história que continua sendo escrita

Juntos há quase 18 anos, os integrantes se olharam com bom humor e confirmaram que a relação entre eles evoluiu, mas que todos continuam aprendendo diariamente uns com os outros. “Eu acho que todo dia é um dia novo para nós. Tenho certeza que nós aprendemos algo novo hoje, disse Siwon. “Faz muito tempo que nós estamos juntos, então é algo que a gente já não consegue mais viver sem. Se não estamos perto, a gente fica nervoso, tenso, mas juntos nós sempre sorrimos. Eu acho que isso é o que a gente se refere como felicidade, o que nos dá alegria“, revelou Leeteuk. Além do Super Junior e das subunidades, todos eles atuam de maneira independente em uma variedade de campos do entretenimento sul-coreano.

Com mais de 10 álbuns lançados e dono de relíquias como Sorry Sorry, faixa-título do disco mais vendido na Coreia do Sul em 2009 e responsável por impulsionar a carreira da equipe internacionalmente, e Lo Siento, uma colaboração latina feita com a cantora indicada ao Grammy Leslie Grace, o grupo enxerga com entusiasmo as conquistas alcançadas pelas novas gerações de artistas do k-pop.

Na última vez que viemos ao Brasil, por exemplo, não havia muitos grupos de k-pop que conseguissem vir até a América Latina naquela época, e há muitos agora, o que nos deixa felizes. Eu acho que isso é uma força motriz para a gente continuar trabalhando, disse Eunhyuk.

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E, mesmo que agora o Super Junior seja um veterano da cena, eles sentem que os desafios e os objetivos continuam os mesmos desde a sua estreia. “Sinceramente, não mudou muita coisa desde que a gente estava no nosso primeiro ano de debut até agora, no nosso décimo oitavo. Nós ainda temos muitos sonhos e objetivos para conquistar e aspirar, afirmou Leeteuk. “Pensando em poder cantar e dançar na frente dos nossos fãs, e a energia que recebemos deles, essa é a nossa força para muitas coisas, então daqui a dez, vinte anos, a gente quer continuar devolvendo aos fãs essa mesma paixão.”

A longevidade do grupo também rendeu uma série documental que estreou em janeiro no Disney+. Intitulado Super Junior: The Last Man Standing, a produção analisa a trajetória do fenômeno coreano, seus marcos e conquistas, incluindo prêmios no Mnet Asian Music Awards e no Golden Disc Awards, sendo o segundo conjunto musical a ganhar o prêmio de Artista Favorito da Coreia no MTV Asia Awards.

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Tudo que fizemos foi dar o nosso melhor e o que tínhamos compilado desde o nosso debut em 2005 até 2016, 2017, e por aí vai, e aí todas essas coisas como gravações, documentos e filmagens tornaram esse documentário possível.” Os dois episódios ainda mostram os dramas enfrentados pelos artistas no início da carreira até o estrelato, e como a indústria mudou nesse período. “Eu diria, definitivamente, que é algo que seria inimaginável, especialmente estando aqui agora participando dessa entrevista no Brasil.”

Mas quando eles encaram o passado, existe um sentimento autoconsciente que paira sobre os oito cantores, especialmente Eunhyuk. “Eu diria que há esse senso de estar muito orgulhoso de tudo que a gente conquistou, mas também existe um pouco de pesar por aquilo que nós poderíamos ter feito a mais, então eu gostaria acrescentar que nós estamos sempre fazendo o nosso melhor para que não haja mais nenhum tipo de arrependimento.”

Responsáveis por boa parte do que o k-pop se tornou, eles refletem sobre seu legado de maneira bastante otimista. “O tipo de mensagem que a gente gostaria de deixar como legado é que o Super Junior foi uma estrela em tudo, seja como o primeiro grupo que começou isso ou aquilo, ou o primeiro artista de k-pop que veio em uma grande turnê à América Latina, disse Leeteuk. “Queremos deixar uma presença em cada área. Como quando você pensa sobre os Beatles, em que há grupos que ganharam o título de serem os novos Beatles, eu gostaria que os próximos grupos de k-pop recebessem o título de novo Super Junior, concluiu Siwon.

Conhecidos como reis da Hallyu (a onda coreana), eles não têm intenção de parar. Para 2023, Leeteuk garante que o grupo deve continuar trabalhando duro até o fim do ano.Depois que essa turnê acabar, cada um de nós terá suas próprias coisas para fazer, mas eu sinto que todos desejamos voltar para os fãs em breve com uma ótima faixa, uma ótima performance e com um novo álbum também. E, nós gostaríamos de voltar ao Brasil assim que possível, então espero que vocês se mantenham saudáveis até lá.” No que depender do fandom E.L.F. (uma sigla para “Ever Lasting Friends”, que pode ser traduzido como “Amigos Para Sempre”), pode passar o tempo que for, o Super Junior sempre será bem recebido por aqui.

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