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Atrizes exaltam a força de todas as mulheres poderosas de Capitã Marvel

Lashana Lynch e Gemma Chan falam sobre a força feminina que cerca Carol Danvers no filme

Por Luiza Florence, de Los Angeles Atualizado em 31 out 2024, 02h23 - Publicado em 13 mar 2019, 12h29

Carol Danvers, a Capitã Marvel, pode até ser a heroína – entre homens e mulheres – mais poderosa do Universo Marvel. E, sim, ela não só tem um enorme poder cósmico como também é capaz de quebrar recordes de bilheteria. Mas a verdade é que Brie Larson e sua personagem não estão sozinhas nessa trama. Quem já viu o filme sabe que, muito mais do que ser somente sobre uma luta entre terráqueos e alienígenas, o longa conta a história de auto-descoberta e aceitação de Carol. E, para entender quem ela é e o que quer da vida, a Capitã Marvel tem a ajuda de outras mulheres fortes e incríveis que estão à sua volta.

É o caso de sua melhor amiga humana, Maria Rambeau (Lashan Lynch), ou até mesmo de Minn-Erva (Gemma Chan), sua colega da Starforce que, apesar de ter ciúme de seu sucesso, a incentiva a ir “mais alto, mais rápido, mais longe”.

A CAPRICHO encontrou as atrizes responsáveis por interpretar essas duas poderosas em Los Angeles para conversar sobre girlpower, empoderamento, comparações e representatividade. Afinal, quem disse que não podemos ser as capitãs de nossas próprias vidas, hein?

CAPRICHO: Capitã Marvel é, sim, um filme de ação, super-poderes e lutas com alienígenas, mas no fundo é, verdadeiramente, uma trama sobre amor: próprio, por uma amiga, pelo girlpower… Vocês concordam?

GEMMA CHAN: É exatamente isso. A gente consegue ver muitos tipos de relacionamento entre nós, mulheres, nesse filme. De amizade, de rivalidade, de mãe e filha e até mesmo o relacionamento que temos com nós mesmas, no caso da Carol. Temos, sim, uma mulher no papel principal, mas o filme aborda ainda todos os aspectos femininos em volta dela.

LASHANA LYNCH: Eu acho isso incrível, porque as crianças de hoje vão ver filmes como esse como o ‘novo normal’. Ter relacionamentos femininos como temática em um filme desse tipo é muito especial, porque é um trabalho que todas as mulheres de outras gerações têm feito até agora. Demoramos para conseguirmos quebrar o silêncio. Agora temos essa chance e podemos pedir o que queremos.

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Maria Rambeau e Carol Danvers são melhores amigas em Capitã Marvel Chuck Zlotnick/Marvel

CAPRICHO: Vocês acham que os meninos vão ter dificuldade em assistir a esse filme?

GEMMA: Espero que não! A Capitã Marvel é uma personagem feminina, mas não é super sexualizada. Ela é um ser humano procurando pela verdade sobre si mesma e essa é uma mensagem legal para meninos e homens também. Fora que o filme é sensacional. (risos)

CAPRICHO: Gemma, você faz o papel de uma mulher supercompetitiva e dissimulada. Como você vê essa questão na vida real?

GEMMA: Eu acho que o mundo frequentemente coloca mulheres umas contra as outras. Parece que o sistema nos encoraja a competir contra as outras porque acho que é uma maneira de nos controlar, de fazer com que a gente não encontre nosso potencial total. E cabe a nós, meninas e mulheres, conversar, discutir e até resistir! Porque a gente consegue muito mais quando apoiamos umas às outras.

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Korath (Djimon Hounsou) e Minn-Erva (Gemma Chan) com o líder da Starforce (Jude Law) Chuck Zlotnick/Marvel

CAPRICHO: E você, Lashana?

LASHANA: A amizade é uma das armas mais poderosas que a gente tem. E se existe uma mensagem que eu quero acentuar sobre esse filme é: se você não tiver uma amiga ou uma pessoa pra te lembrar de que você é forte e é o bastante, é melhor encontrar essa pessoa agora. E se você não puder encontrar essa amiga num futuro próximo, assista a esse filme pelo menos 10 vezes! (risos) A gente sempre se bastou como mulher e nunca conseguimos programar isso na nossa cabeça, sabe?

CAPRICHO: O que vocês acham que, nos dias de hoje, ainda estimula as meninas a se sentirem menos do que elas são?

GEMMA: Acho que comparações não nos ajudam em nada. E isso é tão comum nessa época de mídia social! Existem muitas referências lá fora que fazem a gente se sentir como se nós não fôssemos o suficiente. Isso é perigoso porque, internamente, a mensagem que transmitimos para nós mesmas é a de que estamos falhando. O que a gente é não se compara e não se alcança porque todos nós somos únicos de alguma forma.

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“Higher, further, faster, baby!” Divulgação/Disney

CAPRICHO: As meninas negras ainda sofrem um pouco mais com tudo isso. Algum recado pra elas, Lashana?

LASHANA: Acho importante sabermos que nosso espírito está sendo preenchido por todos os lados e de todas as maneiras dentro das comunidades negras. De alguma forma, todas nós estamos passando por alguma experiência parecida, então não estamos sozinhas. Nessa época de mídia social tudo parece muito perfeito e brilhante… Mas não significa que é! Não é porque eu estou num filme que significa que eu não tenho dias difíceis como uma mulher negra. Eu sempre preciso encontrar algum aspecto da vida que serve para me deixar mais forte. Algo que, pra quando eu deitar à noite, eu me sinta bem e feliz comigo mesma. Tudo ao nosso redor, de alguma forma, colabora para que a gente não se sinta bem. Então é preciso trabalhar nossa própria cabeça para que a gente seja feliz!

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CAPRICHO: Você concorda, Gemma? Tem alguma coisa pra acrescentar já que você também luta por representatividade?

GEMMA: É nosso papel ajudar as meninas mais novas a se aceitarem como elas são. Todo mundo precisa encontrar seu próprio caminho. Sei que parece muito mais fácil falar do que fazer mas é o que eu sinto. Todo mundo tem seu valor.

Você já viu Capitã Marvel? Conta pra gente o que achou!

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