Ana Hikari: “É importante mostrar a representatividade na mídia”
A interprete de Tina, de Malhação, fala sobre a reta final da novela
Ana Hikari está com a sensação de dever cumprido. No último mês de Malhação – Viva a Diferença, a interprete de Tina conta o que aprendeu com a novela, dá dicas sobre o que deve acontecer com o casal de sua personagem e Anderson (Juan Paiva) e ainda relembra alguns preconceitos que sofreu por ser uma atriz com descendência japonesa. Ah, você sabia que Ana conciliou os estudos de Artes Cênicas na Universidade de São Paulo (USP) com as gravações da novela que rolavam no Rio de Janeiro? Disposição assim é para poucos, viu?
CH: Malhação – Viva a Diferença está chegando na reta final. Já dá pra sentir saudade da galera?
ANA HIKARI: Nem me fale! Já estou morrendo de saudade. Fico triste porque a trama está chegando ao fim, mas feliz porque a gente conseguiu completar um trabalho muito incrível, que me deixou muito orgulhosa.
CH: Só conta uma coisa pra gente: o casal Tinderson vai terminar junto?
ANA: (risos) Desde o começo o casal se apresentou com uma história meio Romeu e Julieta, né? Com um romance que enfrenta um milhão de problemas e adversidades… Acho que não vai ser diferente até o final. Mas uma coisa é certa: eles já passaram o principal recado, de que que o amor pode vencer as diferenças.
CH: A história dos seus pais é parecida com a de Tina e Anderson, já que sua mãe é descendente de japoneses e seu pai é negro. Você já passou por algumas situações de preconceito como a Tina?
ANA: Infelizmente, já vi de perto isso acontecer com a minha família e com meu pai, principalmente. A gente vive num país que se diz miscigenado e com muita diversidade, mas ainda tem, sim, muito preconceito. Já vivi situações de chorar por causa dos racismos que meu pai enfrentou.
CH: É difícil a gente ver protagonistas descendentes de japoneses na TV. Como se sentiu ao descobrir que teria esse papel em Malhação?
ANA: É muito importante ter uma figura que mostra a representatividade na mídia, né? Para mim, foi uma honra ter feito a primeira protagonista oriental na Globo. Esse ponto foi importantíssimo para o meu início de carreira e também deu uma visibilidade muito grande pra causa, que é falar sobre o preconceito que existe em relação aos descendentes no Brasil. Aos poucos, a gente está mostrando que tem talento, desenvoltura e dedicação no trabalho, e que somos capazes de interpretar qualquer papel, não apenas os que são especificamente sobre pessoas orientais.
CH: Pelo seu Instagram, dá pra perceber que você é bem apegada à faculdade. Teve que trancar para poder fazer a novela?
ANA: Não tranquei, nada! Continuei fazendo a faculdade durante a novela, você acredita? Nem eu sei como consegui. Peguei uma matéria que não era presencial e que dava um crédito que eu estava precisando no meu currículo. Estou bem no finalzinho da faculdade agora, basicamente só falta o TCC. Ao longo do semestre, eu estava lá decorando texto, decupando todas as minhas cenas e estudando na faculdade.