Aline Dias: “Não é porque a Joana é pobre que é uma coitada”
A protagonista de Malhação conta como é dar vida à determinada Joana
Bem longe de se deslumbrar com a fama, Aline Dias conta que dar vida à a Joana, de Malhação, mudou a sua maneira de encarar a vida. Primeira protagonista negra da novelinha, ela diz estar orgulhosa com o feito e espera abrir caminho para os colegas negros atuarem em papéis de destaque no mundo da dramaturgia. Way to go, girl!
CH: A Joana é uma heroína diferente, que foge do perfil patricinha, algo que estamos acostumado a ver em Malhação. Estava na hora da novela buscar algo novo?
ALINE DIAS: Eu achei maravilhoso trazer a Joana com esse perfil, algo bem diferente do que as pessoas estão acostumadas a assistir na novela. Eu tive a preocupação de não deixar a Joana como uma coitada. Não é porque ela é pobre, faxineira, que precisa ter esse tom. Ela tem uma profissão digna como outra qualquer. A Joana é feliz e, se depois ela descobrir que é rica, eu acredito que vai continuar sendo essa garota humilde.
CH: Em algum momento a história dela é parecida com a sua?
ALINE: Sim! Assim como a personagem, eu também sou bem esforçada. Corri muito atrás para estar aqui. Mesmo com todas as dificuldades que eu enfrentei, em nenhum momento desviei do meu foco, que era ser atriz. Antes de chegar à TV, eu fui modelo, vendedora, recepcionista, trabalhei com telemarketing e na produção de festas infantis. Mas sempre foquei no que eu queria. Eu sabia que uma hora iria dar certo.
CH: Em Malhação, Joana é a faxineira da Academia Forma. Qual é a tarefa doméstica que você foge para não fazer?
ALINE: Tirar pó. A minha avó (com quem mora) sempre usou um pano pra tirar o pó. E, com isso, eu tinha que retirar tudo do móvel para passar o tal pano. Eu preferia pegar na vassoura ou lavar louça, para fugir e não ter que tirar o pó dos móveis. (risos)
CH: Você faz história por ser a primeira protagonista negra de Malhação…
ALINE: Eu fico honrada, já que existe pouco espaço para o negro protagonizar grandes papéis na TV. Eu quero ver, cada vez mais, meninas negras conquistando seu espaço na TV, no cinema, como acontece com qualquer atriz branca. Eu quero que essas oportunidades sejam equiparadas.
CH: Interpretar a personagem principal mexe com o ego?
ALINE: Que nada. Eu sou humilde e não importa se estou interpretando a personagem principal. Estou aqui para aprender. Às vezes, eu nem me dou conta que sou a protagonista. Nada mudou na minha vida. Outro dia, eu estava caminhando pelas ruas do meu bairro (Freguesia) e as pessoas vinham falar comigo, me abraçar, e eu nem me tocava que era por conta da popularidade do trabalho na TV. O mesmo aconteceu em um shopping. Eu fico meio sem noção, acho que a minha vida continua a mesma, normal.
CH: Você está solteira ou namorando?
ALINE: Eu não estou namorando, mas estou feliz. Estou bem, com o coração em dia.
CH: Como um menino consegue conquistar a Aline?
ALINE: Ele tem que ser carinhoso, parceiro. E tem que entender o meu trabalho, vir para contribuir. Eu até tentei me relacionar há um tempo, mas ele não entendia o meu trabalho, então não dá! Além disso, eu gosto de ser mimada, de receber carinho, mensagem… Acho que sou da época antiga. (risos)
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