Woodstock “na real”: 50 anos do festival de música mais icônico do mundo
Nesta quinta-feira, 15, faz 50 anos que o Woodstock Music & Art Fair começou. O festival hippie pregava a paz e o amor mesmo em meio ao caos
Três dias de paz e música. Esse foi o lema do Woodstock, ainda hoje um dos festivais culturais mais icônicos do mundo, que aconteceu nos anos 70, nos Estados Unidos, e reuniu artistas como Jimi Hendrix, The Who, Janis Joplin e Greateful Dead.
A princípio, o Woodstock Music & Art Fair deveria ter acontecido em Woodstock, um vilarejo no condado de Nova York. Os organizadores, contudo, não conseguiram encontrar a tempo uma localidade que servisse para o propósito do evento e Max Yasgur, um fazendeiro local, cedeu sua fazenda em Bethel para o festival, que rolou de 15 a 18 de agosto de 1969.
Muitas pessoas relembram a data com nostalgia, tanto os que viveram o festival quanto os que ainda nem eram nascidos quando ele ocorreu. Um monte de gente junta, celebrando a vida, o amor, ouvindo artistas consagrados do rock e sendo felizes. Mas nem tudo foram flores, apesar do lema “flower power” ter pairado no ar o tempo todo.
Na época, a imprensa chamou o Woodstock de “um pesadelo de lama e estagnação”. Essa matéria do The New York Times ficou muito famosa e serviu para que muitos desvalidassem o festival e sua ideia. Realmente, alguns perrengues rolaram. A organização, por exemplo, estava esperando 50 mil pessoas. Apareceram entre 300 a 500 mil.
É claro que isso causou um congestionamento tremendo nas redondezas. O caos foi tanto que algumas pessoas até dormiram nas estradas. Um percurso de 2 horas estava levando quase 10! Mas, por incrível que pareça, o clima de “paz e amor” reinou até entre esses que não curtiram tanto assim o evento.
E será que o tempo ajudou? A resposta é não. Choveu muito em alguns momentos, tornando o espaço, que era uma fazenda, um puro lamaçal. As barracas ficaram sujas, as pessoas também, e o espaço no geral ficou um caos. Além da lama, muito lixo foi produzido durante os três dias de celebração e a coisa saiu do controle, realmente.
Tá, mas, então, se foi tão caótico assim, porque tantas pessoas que foram ao festival lembram dele com saudade e vários jovens têm o desejo inalcançável de ter participado dele? O Woodstock foi realmente pacífico, como pregavam seus participantes. O momento mais violento foi quando um indivíduo invadiu o palco durante a pausa de um artista para fazer um discurso politizado. Das cerca de 300 mil pessoas, oficialmente apenas três mortes foram registradas – e, bem, não dá pra acobertar que estamos falando de um período de “sexo, drogas e rock’n’roll”, né?!
Apesar do prejuízo financeiro que deu aos organizadores, a celebração reuniu todo tipo de pessoa, inclusive famílias com crianças pequenas, que se respeitou durante os três dias, cantou a paz mundial e viveu o “paraíso agora”, um dos lemas do movimento hippie. Sem contar a quantidade de músicos famosos que se apresentaram no local! O Woodstock Music & Art Fair, contudo, é até hoje lembrado mais pela sua bagagem ilusória de que a vida é uma só e que devemos amar uns aos outros loucamente. Muita coisa deu errado. Muita m-e-s-m-o. O legado do festival não foi uma delas. Peace and love!
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